Frustrações tem muito a ver com
expectativas que nós mesmos criamos em nosso inconsciente. Porque imaginamos
como a vida deva ser e como as coisas precisam acontecer, na medida em que se descortina
o cenário real, nos deparamos com a verdade que nem sempre corresponde ao idealismo
projetado. Daí ficamos decepcionados.
E injustamente lançamos a ira do
nosso descontentamento sobre o tempo, sobre a vida, sobre circunstancias, sobre
Deus, sobre pessoas. Perceba: nenhum deles tem, necessariamente, o dever de
viabilizar aquilo que nosso inconsciente pede, determina, exige. Então, qual é
o caminho para driblar a frustração?
Eu acho que tudo começa com uma
pergunta: ‘eu sou grato?’
Não. Não se trata de conselho de autoajuda. Diz
respeito ao exercício de compreender o fato mais inquestionável da vida: tudo é
dádiva e não mérito. Você e eu nascemos neste mundo não porque ele precisava
muito de nós, mas como ato de amor apaixonado de duas pessoas. Recebemos as
primeiras fontes de recursos, teto, afeto, abrigo, educação quando nada poderíamos
fazer para colaborar com tudo isso.
Temos uma carreira, mas ela em si
não é autossustentável e nem auto existente. Alguém criou o espaço onde você
executa seu trabalho e de onde você tira o seu sustento. Pessoas amam a você
não exatamente porque você é a obra prima da criação e o centro do Universo,
mas sim, porque o amor está no coração delas e você é amado apesar de quem você
é e não por causa de quem é. Examine suas chatices e você há de concordar
comigo.
Quando você abastece o seu carro o frentista
faz o favor de lhe atender bem. Quando você compra seu pãozinho deve se lembrar
do trabalho do padeiro e do esforço dos funcionários em sorrir mesmo que
estejam tristes. Quando você pega seu filho na escola deve se lembrar que ele
ficou horas ali sendo bem tratado, respeitado, protegido e orientado por profissionais
competentes que ajudam no seu desenvolvimento presente e futuro.
Quando você dorme precisa estar
ciente de que há pessoas de plantão nos hospitais e nas ruas fazendo a
segurança, caso você precise. E quando respira não pode se esquecer de que é o Criador
que permite sua existência na terra.
Por todas estas coisas, antes de
dar mais um grito de protesto, antes de xingar o vizinho, antes de discutir com
sua família, antes de maldizer sua empresa, pergunte: ‘eu sou grato?’ No fundo,
nossas frustrações são apenas o eco de nossa insatisfação inquieta, injusta e
infantil.
Carpe Diem!
Caleb Mattos.