quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

RELIGIÃO É COBERTURA DA MENTIRA.



            Jesus, certo dia se encontrou com uma mulher à beira de um poço de água na antiga cidade de Samaria.
            Ao entabular uma conversa, começou a desvendar suas mais profundas necessidades e anseios.
          Disse que ela possuía uma carência e que somente ele poderia ajuda-la.
        Quando ela diz que deseja o que ele pode fazer, Jesus começa, então, o processo de cura.
       Ele pede que ele vá chamar seu marido.

       Mas, ela que já estava no sexto casamento não oficial, recua ao perceber que o mestre tocou numa ferida há muito tempo aberta.
       Então ela muda o tom da conversa e começa a falar de Religião.
      Diz que o lugar onde Deus pode ser adorado tem que ser num templo, só não sabe se o templo de Jerusalém ou o templo de Samaria.

     Perguntas teológicas tem, sim, o seu lugar. Mas não agora. Ela usa a Religião para fugir do encontro consigo mesma.
     Assim agimos,com uma certa regularidade.

     Quando Deus começa a querer estabelecer a saúde em nosso sistema interior adoecido, nos refugiamos na Religião para acobertar hábitos que tem causado a enfermidade e as feridas. A pior das pragas já criadas, que mais mal tem causado ao ser é justamente o refugio da Religião. 
      Porque o refugio da Religião não é o mesmo que o refugio de Deus.

        Refugiar-se sobre Deus é amar a verdade e abraçá-la. E Jesus disse que 'quando conhecermos a verdade, ela nos libertará'. No texto grego, o verbo 'conhecer' tem a ver com relação sexual.            Verdade não é discurso certo; não é o melhor argumento; não é um contato á distância.
Verdade é intimidade. 

        Eu sou o que faço, eu faço o que sou. Eu vivo o que digo e digo o que vivo. Eu não me importo com a opinião do politicamente correto. Eu aceito o fato de que tenho um coração dividido, que tenho lutas contraditórias na minha mente.
   
 Eu confesso como Edward Sanford Martin :

"Dentro do meu templo terrenal há uma multidão;
Há um de nós que é humilde, um que é orgulhoso,
Há um abatido por seus pecados,
Há um que não se arrepende e ri à vontade;
Há um que ama o seu vizinho como a si mesmo,
E um que só se importa com a fama e a fortuna.
Eu estaria livre de tão desgastante preocupação
Se alguma vez pudesse descobrir qual deles eu sou".

     Jesus não quer saber de templo, de doutrina, se eu sou arminiano, calvinista, católico, espírita, ortodoxo, se eu batizo com muita ou pouca água, se eu pratico as regras da minha religião ou se eu dou uma moeda para um pedinte no meio da rua.
Ele quer saber com quem ele está lidando. Com uma caricatura ou com uma pessoa de verdade.

       Por isso, assuma sua verdadeira cara. Pare de mentir para si mesmo. Não dissimule mais. Não dê importância ao ato de parecer melhor do que é, se refugiando numa encenação religiosa.
         A Igreja está cheia de pessoas sofridas, mas muito desta dor é causada pela rejeição da verdade e não pela ferida que alguém tenha causado. 

         No dia em que estivermos face a face com a Verdade ele não vai querer saber de relatório, nem de performance espiritual.
Lembre, que segundo ele diz, a pergunta será apenas uma:
"Eu te conheço?"

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

ESPONJA.


   'Venham! Vamos parar e descansar um pouco'. Era tanta gente indo e vindo que eles não tinham tempo nem para comer'.  Marcos 6.30-31.

      Admito que sou meio semelhante a uma esponja.
Preciso absorver a Palavra de Deus e a sua voz e espremer-me para compartilhar seus conteúdos com aqueles a quem amo, a quem Deus me confiou como suas ovelhas.

       Já faço isto a algum tempo com muito prazer e senso de realização.
      Tenho visto o maravilhoso efeito que esta palavra divina opera nas vidas daqueles que entram em contato com seu autor.

         Mas, quanto mais o tempo passa, mais eu percebo que a demanda de espremer é mais intensa do que o tempo necessário á absorção.
Tenho demandas a tratar na vida, e preciso estar mais tempo com aquele que me ama.

         Porque as exigências desta função são cada dia maiores.
Há pessoas famintas, sedentas, sem rumo e sem estoque nenhum de afeto e de alguém que se interesse por seus dilemas. Aí o meu trabalho de espremer a esponja aumenta consideravelmente.

          E o contato com as tristezas e limitações de cada um, a empatia necessária á dor alheia me adoecem a alma.
Tem dias que me sinto exausto, mas não no corpo, nem na mente, mas na alma.

       Parece que tudo me foi sugado, que eu não tenho mais nada por dentro.
Tudo foi usado, doado, entregue.
E só Deus é quem me preenche de novo nestas horas.

      No final do ano eu reduzo o ritmo, a esponja para de ser espremida.
São os dias de festas, do Natal e da entrada do ano novo onde eu permaneço apenas com minha família, quase mais em silencio do que falando, mais observando e agradecendo do que fornecendo algo.

      A esponja então apenas absorve.
Se enche, se deleita, comemora.
Não é usada temporariamente, permanece em estado de descanso.

      Retiro e interrupção fundamental para prosseguir na obediência ao chamado daquele que renova os meus dias.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

GERAÇÃO RIVOTRIL.



       Ele é um dos ansiolíticos mais vendidos no mundo e no Brasil tem sido consumido como a mais recomendada opção para as crises de ansiedade e insegurança emocional.
       Como toda droga destinada a este fim, o Rivotril ajuda na melhora sintomática da crise mas não foi desenvolvido para resolver a causa originária.
         Porque a causa originária é a sensação de incapacidade em lidar com tensões, o não saber resolver os problemas e angústias, a aflição em ser dominado por medos maiores que o poder de reação.
          Assim a nossa geração tem feito uso indiscriminado do medicamento mas não lidado de forma adequada com os motivos geradores da ansiedade.
         Paulo na sua carta aos Filipenses escreve o seguinte: 'Não andem ansiosos por coisa alguma, mas, em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus' (4.6-7).
          Segundo ele, a oração dirigida a Deus é uma apresentação de nossos pedidos a Ele. É uma forma eficaz de conversa, dialogo e desabafo. 
          É o extravasar, sozinho, com alguém que está nos escutando e que deseja nos instruir em como proceder com cada situação da vida. 
         O momento da oração traz a paz aos sentimentos porque nos faz perceber que estamos exercendo confiança no Criador que nos fez, que é cheio de recursos e de amor. 
         Ele nos dará a sua paz quando orarmos para que o nosso coração(nossos órgãos mais internos) e a nossa mente( as nossas emoções ) sejam mantidas equilibradas e estáveis.
         Não que eu seja contra o Rivotril. Mas eu acho que ele é circunstancial e paliativo. A oração é algo que ataca a raiz do nosso problema de ansiedade: o medo do amanhã. 
         Quando oramos a Deus recebemos garantias de que ele nos dará a sabedoria necessária para tratar de cada situação que hoje nos imobiliza. E acima de tudo a sua paz encherá a nossa mente.                   Desejo que você ore mais do que consuma Rivotril. Para que, um dia, ele permaneça na caixa de remédios porque já não é mais necessário.
            No dia em que a paz que vem da oração com Deus seja uma realidade na sua vida.