terça-feira, 13 de dezembro de 2011

MINHA MÃE .


                          Eu não a conheci.
                        Por estes misteriosos propósitos de Deus ela morreu ao dar à luz. E eu permaneci vivo, restando-me as lembranças dos relatos e algumas fotos da sua beleza e encanto. 
                      Esta é uma das fotos. Ela parece ser uma adolescente. Está em pé na segunda fileira, é a segunda da esquerda para a direita, de cabelinhos curtos. 
                    Seu pai, o meu avô está assentado no centro da foto, de terno escuro e lenço branco no paletó. 
               Sempre senti uma espécie de vazio em minha vida sem saber ao certo defini-lo ou explica-lo. Uma certa sensação de saudade por alguém que eu sequer conheci. Mas com quem tive uma ligação embrionária que marcou minha história para sempre.
                 Agradeço à Deus por ela, não apenas por ter me gerado, mas pela fé que mantinha com o Criador e Senhor da sua vida. Gostava de falar dele aos amigos e conhecidos.
                Anunciava o Evangelho por palavras, através do canto e do testemunho coerente entre crer e viver a verdade. De alguma forma hoje eu continuo o que ela começou por meio do pastoreio de pessoas, e do mesmo amor a Deus que ela nutria. 
              Sei que um dia toda a distância será descontinuada e a saudade finalmente saciada no grande encontro que a Biblia chama de ‘parúsia’, o retorno de Jesus em glória e a ressurreição de todos os que o amaram para estarem eternamente juntos com Ele. 
                Houve tempo em que um sentimento de tristeza dominava meu coração; falta de sentido; culpa pelo seu falecimento; distância do Deus de toda Graça e Amor. 
                Hoje, não mais. O que existe atualmente é gratidão e alegria por ela ter existido e ter me dado à luz. 
                    Por de alguma forma ter permitido que eu vivesse neste mundo, e com muita honra, continuar a fazer o que ela iniciou – anunciar por meio da vida Aquele que restaura os de coração ferido, erguendo-os da ausência de significado existencial e chamando-os a colaborar com o Evangelho para que muitos outros encontrem Nele a paz interior, o amor que sentem necessidade e uma razão maior para viver.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

ÓCULOS


                     Comecei a usá-los quando tinha 23 anos. Tempo de estudante em que era obrigado a dedicar horas à leitura e reflexão. Não sei se foi por este motivo, ou se já havia alguma predisposição genética, mas o fato é que eles nunca mais saíram da minha vida.                                     Tive vários, de armação redonda ao estilo Lenon, quadrados, de acetato e de metal, leves e os pesados.
                   O atual tem proteção contra raios solares e escurece, poupando-me um segundo óculos de sol. Quando completei 40 anos, em mais uma consulta de rotina, o doutor vaticinou: “Você vai ter que tirá-los toda vez que for ler ou fazer algo próximo”. Parecia uma profecia: e se cumpriu do jeito que ele disse. 
                     Hoje eu os uso para longe mas os removo para perto. Nas distâncias é necessário o auxilio das lentes que me ajudam a definir as imagens e dirigir de forma segura. Mas quando o contato é mais próximo eles atrapalham: eu preciso tirá-los senão causam desconforto. 
                      Há coisas na vida que estão determinadas pela distância: são aquelas expectativas que almejamos atingir e conquistar porque tomaram o nosso coração e os nossos pensamentos: são os nossos alvos, as nossas prioridades. Mas na maior parte do tempo elas ainda não chegaram. Nossos olhos naturais não conseguem percebe-las com nitidez. 
                         È por isso que precisamos das lentes das Escrituras, que nos ensinam a ver as coisas com correção. Nossa natureza tende a distorcer tudo que ainda não vivemos, o que resulta no sintoma da ansiedade. Mas com os óculos dos textos sagrados vamos corrigindo nosso olhar, trocando vultos por imagens nítidas e reais, destruindo assim mitos e fantasias.
                    Há coisas na vida, por outro lado, que são regidas pela proximidade. São aquelas coisas que já nos foram dadas por Deus e estão aí para serem vividas. È o nosso presente. Não precisamos de fé nestas horas, nem de esperança, porque elas já são nossas. Basta desfruta-las com alegria e celebração para que o tempo não consuma a oportunidade de provar a bondade de Deus mostrada na familia, no trabalho, no lazer, nos amigos, nos filhos que estão crescendo, nos netos que chegaram.
                              È a hora de tirar os óculos porque conseguimos ver com nitidez. Para longe, para o amanhã, precisamos de óculos ; para perto, para o hoje, devemos tira-los. 
                         A vida, portanto, é um contínuo colocar e tirar de óculos, um transitar entre o hoje e o amanhã. Por isso que não podemos usar os óculos sempre. Por isso que não podemos deixar de usá-los quando necessário. 
                         Alguns já fizeram a cirurgia. Eu ainda não tive coragem. Prefiro continuar com os óculos. Eles me lembram que não dá para fazer cirurgia na vida e querer enxergar tudo perfeito.           Os óculos me lembram da minha humanidade : ora consegue ver com nitidez, ora precisa de ajuda para enxergar.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cobiça : o sintoma da insatisfação interior.


“Não cobiçarás a casa, a mulher, os servos, o boi, o jumento, nem coisa alguma do teu próximo”. Êxodo 20: 17.

“Senhor, já que é quase impossível emagrecer, faça com que ser gordinha vire moda” – frase postada no Facebook.

             Este ultimo mandamento da Lei toca num ponto central da enfermidade humana : a insatisfação com a própria realidade. Se o versículo fosse reescrito para os homens, ficaria assim:  “Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem a sua casa, nem o seu trabalho, nem o seu carro, nem o estilo de vida que ele tem”.

            Se reescrito para as mulheres seria: “Não cobiçarás o  marido ou namorado da tua amiga, nem a sua profissão, nem a sua bolsa, nem seus sapatos, nem seu carro, nem o tamanho do seu manequim,  nem suas roupas, nem o limite do seu cartão de crédito”.

          Mas infelizmente é isso o que mais acontece por conta do intenso bombardeio que sofremos para comprar e consumir desde produtos até serviços. Somos doutrinados pela cultura ocidental a nos sentirmos insatisfeitos o tempo todo: com o casamento, com o tipo de vida que temos, com nossa casa, nosso carro, nosso bairro, nosso salário. Nâo é errado querer progredir e crescer – a vontade de se superar é legitima e importante para não nos fazer estacionar e nos entregarmos à preguiça e comodismo. O problema todo é a motivação por detrás disso.

                   O erro de cobiçar o que é do outro subjaz na falsa idéia de que o outro é mais feliz e realizado. Mas a única diferença que existe entre uma pessoa e outra é o tipo de problema que ela está enfrentando. Você pode estar com problemas no casamento mas o vizinho pode estar tendo dificuldades com uma doença; você não suporta mais o seu carro enguiçado mas o vizinho não suporta mais a dependência química de seu filho; você reclama que o dinheiro não dá mas o vizinho reclama que o dinheiro causou a desgraça dele.



                  A cobiça é insensatez porque a vida totalmente feliz é um mito em que muito acreditam. Alem desse fator, a cobiça é uma clara demonstração de ingratidão a Deus: é como se declarássemos a Deus que ele tem sido mau e injusto com nossa vida, privilegiando outros e se esquecendo de nós. Esse foi o pecado que extinguiu a antiga geração de israelitas no deserto durante 40 anos ( apenas seus filhos entraram na Terra Prometida).


                 O que Deus não fez: deixar de lhes dar tudo por 40 anos até envelhecerem e morrerem. O que Deus fez : permitiu que eles ficassem velhos e mau humorados e morressem reclamando de tudo e de todos. 

                      Como é que você quer envelhecer : como um sujeito que é grato e reconhecido por tudo que diariamente Deus lhe supre? Ou como alguém que está brigado com a Humanidade, com Deus, com o Universo, com as plantas e animais e até consigo mesmo?

                 Paulo, na sua carta aos Filipenses disse que tinha aprendido a viver contente em qualquer situação. No entanto ele estava dentro de uma prisão, privado de liberdade e da companhia dos seus queridos.


               Viva a sua vida, não a dos outros. Quando você se compara com alguém duas coisas vão acontecer : vai se sentir inferior ou superior. No primeiro caso isso produz tristeza e impede o crescimento; no segundo caso, causa orgulho e arrogância. 

                   Seja você mesmo e viva sua vida com gratidão a Deus.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

PRESERVE A VIDA.


                        “Nâo matarás”. Êxodo 20.13.

                               A intenção do mandamento é ir muito além do ato de tirar a vida de alguém de forma premeditada. Não matar é não colaborar com a cultura da violência cujo resultado final é a morte. O assassinato é apenas a ponta do iceberg. O que há por debaixo dele é tão mortal quanto perigoso. Somos convocados a não tirar a nossa vida, nem a do próximo, nem a dos animais, nem a do Planeta.

                            O suicídio é somente uma forma radical de tirar a própria vida. Mas há pessoas que lentamente cometem um suicídio em etapas na medida em que exageram na alimentação ou se alimentam mal ; descuidam da saúde; se entregam a bebida ; dirigem perigosamente arriscando suas vidas e de outros; e não lidam direito com suas emoções permitindo que as tristezas da vida alterem sua pressão arterial e comprometam seu coração e outros órgãos. A depressão não tratada é uma forma lenta e gradual de suicídio. Por isso temos que amar nosso corpo porque ele é o santuário do Espirito de Deus: 1 Corintios 3.16. Preserve sua vida – não maltrate seu corpo com comidas ruins, nem com falta de sono, nem usando medicamentos desnecessários, nem com falta de atividade física. Não deixe de procurar ajuda com um profissional da saúde se está   deprimido ou triste há mais de um mês.



                                  A segunda área diz respeito ao próximo. Não devemos matar pessoas, e isso se refere também ao ato de impor-lhes um mau relacionamento. Existe o risco de usarmos palavras que ferem aqueles que estão ao nosso lado, especialmente os familiares por causa de uma falta de respeito aos seus sentimentos. Paulo diz que os filhos podem ter sérios problemas no desenvolvimento dependendo da maneira como seus pais os tratam:  Colossenses 3.21. As palavras tem um poder terapêutico quando usadas para incentivar, elogiar , fortalecer, animar. A familia precisa ser um ambiente em que predomina a paz, o entendimento e a alegria.

                               Verifique se você pessoalmente atrai ou repudia pessoas pela maneira como fala, vive e trata os demais. Existem membros de familia adoecidos pelo excesso de maus tratos, violência, pessimismo, reclamação, zombaria, agressividade. Pessoas que tem imensa dificuldade de se desenvolver na vida porque seus familiares os tratam como a latrina do mundo. Tome cuidado para não assassinar a emoção dos seus queridos, a alegria deles. Não mate por meio de suas palavras os sonhos e os projetos de ninguém.


                              O ultimo aspecto do ‘não matarás’ diz respeito à ecologia. Não matar, nem os animais, nem o Planeta em que vivemos. Ao contrario do que muitos imaginam, Deus ama os animais que ele criou e nos ordena cuidar deles sem maltrata-los: Proverbios 12.10 – Proverbios 27.23 – Jonas 4.11. Maus tratos aos animais também é uma maneira de transgredir o mandamento e é recomendável que apoiemos alguns órgãos que cuidam de animais abandonados ou rejeitados. Mas também não podemos esquecer da sustentabilidade do Planeta, cuidando do lixo que produzimos e reciclando devidamente. Quando colocou Adão no Èden Deus ordenou que ele cuidasse do jardim e o preservasse.

                                 A Terra é o planeta criado por Deus – não devemos adotar a teologia dos que defendem que tudo vai ser queimado e por isso temos a liberdade de apressar o processo, poluindo e sujando. A consciência ecológica é uma necessidade bíblica porque entende que Deus criou e manda cuidar da sua natureza. Por isso, tenha consciência e não jogue lixo na rua, separe seu lixo domestico reciclável e não desperdice nem água nem energia. 

                           Valorize a vida em todas as suas manifestações : a sua, a dos outros, a dos animais e a do planeta.  Colabore com Deus na tarefa diária de preservar todas as coisas preciosas que Ele fez e que celebrou ao descansar, dizendo: "Eis que tudo ficou bom".

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O DESCANSO E SEUS BENEFÍCIOS .




“Lembra-te do dia de sábado para santifica-lo. Trabalharás seis dias, mas no sétimo dia não farás trabalho algum”.  Exodo 20:8-10.

                                      A grande confusão no meio religioso sobre este versículo é que ele foi transformado num dia santo, diferente dos demais. È que na versão hebraica, a palavra ‘sábado’ é “shabbat” que significa ‘descanso’. Nossos tradutores viram a semelhança entre palavras e traduziram ‘shabbat’ como ‘sábado’. 

                               No entanto, a essência do mandamento não é sobre um dia especifico como mais sagrado; e sim, que temos que repousar das nossas atividades uma vez por semana para descansar, desconectar, dedicando esse tempo ao lazer, à Deus, à familia. Não há nenhuma exigência de Deus quanto á sacralidade do dia. O que Ele quer é algo pratico: não somos máquinas e precisamos de descanso.


                               O dia do descanso é produtivo porque nos faz perceber algumas verdades fundamentais: 
                           Primeiro, não somos nós que nos sustentamos e sim Deus:  O salmo 127 diz que "Deus dá aos seus amados enquanto eles dormem e nele esperam". 
                        Segundo, quando nos tornamos ‘wokaholic’, viciados em trabalho, vamos desprezar aquilo que tem valor como familia, filhos, devoção, natureza. Não é a toa que Jesus recomenda que, quando estivermos ansiosos, devemos olhar passarinhos e plantas e aprender com eles sobre o cuidado de Deus. 
                  Terceiro, quando descansamos nossas baterias são recarregadas, novas experiências enriquecem nosso portfolio e cultivamos a alegria e o bom humor do relaxamento. Além disso, depois do descanso, nossa mente é capaz de olhar aquele problema de um ponto de vista mais amplo, nos ajudando a soluciona-lo.


                  Alexander Fleming pesquisou durante anos sobre as bactérias e como combate-las. Trabalhava diuturnamente em suas pesquisas. Um dia resolveu tirar férias e sem querer esqueceu algumas placas com estafilococos sobre a mesa. Ao voltar no mês seguinte, observou que havia mofo nas placas. Em torno de uma placa com mofo uma substancia transparente – aquele fungo desenvolveu uma substancia bactericida – os trabalhos prosseguiram e foi criada a penicilina. 

                     Tudo porque Fleming tirou férias e ao voltar estava com a mente descansada e pronto para descobrir a solução do problema. Quando achamos que o lazer, o descanso é sem proveito, que estamos perdendo tempo, é porque não descobrimos o poder que existe neste principio de Deus.


                     O ócio, o descanso pode ser criativo na medida em que nos ensina a ver a vida com leveza, alegria, fazendo do trabalho algo prazeroso e não um meio de sobreviver. Domenico de Masi diz  em “O ócio criativo” :


                    “Aquele que é mestre na arte de viver faz pouca distinção entre seu trabalho e seu tempo livre, entre sua mente e seu corpo, entre educação e recreação. Almeja simplesmente a excelencia em qualquer coisa que faça. Os outros é que julgam se ele está trabalhando ou se divertindo. Ele acredita que sempre faz as duas coisas ao mesmo tempo”.   



                                  Administre seu tempo para que caiba nele um dia inteiro de descanso. Neste dia, ore, leia a Biblia, vá à Igreja, visite alguém, faça algo que goste, dê mais tempo a seus filhos, visite algum amigo. Deus criou o mundo em seis dias, e no sétimo, descansou e celebrou tudo aquilo que tinha feito. Se você não descansa, não celebra. Fica difícil depois trabalhar com prazer se você nunca desfruta os frutos do seu trabalho. Aprenda com seu Criador a pausar o que está fazendo para dizer: 'ficou bom, gosto do que faço'.

                             O segredo do contentamento não é esperar ser feliz algum dia com alguma coisa que ainda não se tem, e sim desfrutar de tudo aquilo que Deus já tem nos dado, com celebração, com gratidão. Algo que só o descanso é capaz de proporcionar.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Três tipos de pessoas que encontramos pelo caminho.


“Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”.  Lucas 23.34.

                  Existem 3 grupos diante da cruz: os discípulos , presentes através de João e sua mãe, que sentem a dor e lamentam a perda do mestre querido; a multidão que zomba dele, apesar de ter recebido seus benefícios; e os soldados que estão interessados em dividir suas roupas. 
                     Estes 3 grupos representam os diferentes tipos de pessoas que encontramos na jornada da vida.

                 O grupo dos discípulos são aqueles que não nos abandonam nas horas mais difíceis e cruciais, que possuem um forte senso de lealdade a nosso respeito e participam do nosso sofrer. Estão conosco porque nos conhecem de fato e assistem nossas vitorias e fracassos, nossas horas de alegria e de ansiedade, torcem por nós para que tudo dê certo mas também nos incentivam a continuar em frente quando as coisas não saem como planejadas.         
                      Minha esposa e meu filho são pessoas assim, com quem eu posso contar, ser quem sou sem medo de rejeição, transparente sem que receie ser traído. Além deles, alguns amigos seletos, não muitos.


                        O grupo da multidão são os que zombam de Jesus apesar de terem recebido todo o bem e milagres que ele realizou, desde a multiplicação da comida para os famintos até incontaveis curas de enfermidades e a ressurreição de mortos. Esta multidão ouviu seus ensinos e sua oferta de salvação.
                        Este segundo grupo é formado por aqueles que, apesar de receberem a ajuda que lhes fizemos, retribuem com violência, maldade e injustiça. São pessoas dominadas pela ingratidão, narcisismo, cujo umbigo parece ser o centro do universo. Usam o que podem de você e depois lhe descartam como um bagaço de laranja.  
                        O que mais dói não é a ingratidão dos inimigos porque com esta já contamos, e sim aquela recebida de amigos que considerávamos parceiros a toda prova. Esta foi a experiência relatada por Davi, que, a respeito de um deles escreveu: "Se um inimigo me insultasse, eu poderia suportar; mas logo você, meu colega, meu amigo chegado com quem eu partilhava agradável comunhão"(Salmos 55:12-14). Com este grupo, infelizmente, temos que nos relacionar de maneira cautelosa e preventiva, a fim de não sermos feridos desnecessariamente.


                                 O ultimo grupo é o dos soldados que querem disputar a roupa de Jesus tão logo ele dê o último suspiro. São aqueles que querem tirar proveito da instabilidade emocional que se abatem sobre as pessoas nas horas difíceis que elas atravessam.             
                               Lideres religiosos que se valem da dor do fiel para explora-lo financeiramente em troca de uma oração ou da promessa de um grande milagre. Homens que se aproveitam de mulheres instáveis emocionalmente para usa-las como objeto de prazer por uma noite de sexo.  
                                 Como urubus, ficam apenas esperando a hora para repartir os despojos. Não tem qualquer consideração, respeito, nem sensibilidade. São aproveitadores dos momentos difíceis que vitimam pessoas. 

                         Jesus lidou com estes 3 grupos, juntos, na cruz, na sua hora mais difícil. Qual foi sua reação?

                        Ele ora por todos, pedindo o perdão de Deus sobre eles, entendendo que suas reações somente expressavam a realidade de quem eles eram. A vitima não era Jesus, eram eles próprios , que se condenavam pelas atitudes que expressavam com o filho de Deus. 
                          Ele nos ensina, com o seu perdão, que é vitorioso sobre os interesseiros de plantão e sobre os falsos amigos. 
                         Eles é que acabam se punindo a si mesmos pela revelação estampada de seu verdadeiro caráter. Sim, porque mais dia, menos dia, sem que precisemos nos defender destes, a verdade vai aparecer e mostrar quem é quem.  
                             Por isso Jesus conseguiu perdoar a todos.  Perdoar é mais do que desculpar a alguém pelo mal que nos fez ; é não deixar que este mal nos influencie e nem molde nossa maneira de agir.
                           A ultima cena da cruz mostra Jesus confiando sua mãe aos cuidados do seu discípulo João. Ele pensou no futuro da sua mãe momentos antes de morrer.
                         Mas não pediu a ninguém da multidão, nem aos guardas, que fizessem isso. Apenas ao discípulo amado. 
                           Aprenda a revelar as coisas mais intimas e preciosas da sua vida apenas àqueles que  se mostrarem dignos de confiança. Podem ser poucos, mas são estes que, no fim das contas, você percebe que Deus acrescenta à sua vida nas horas mais necessárias e cruciais.


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

PORQUE EU NÃO COMEMORO O HALLOWEEN.


                            
                              Se você achou que eu ia dizer que não comemoro porque a festa contém elementos do ocultismo, se enganou.  Se imaginou que eu ia combate-la por não ter nada a ver com a cultura brasileira, já que se trata de mais um enlatado norte-americano, também se equivocou. Achou  que eu ia dizer que não comemoro porque sou herdeiro da Reforma Protestante,  cuja data cai no mesmo dia? Também  não é por isso.

                           Eu não comemoro Halloween porque estou cansado de comemorar coisas irrelevantes  ou datas que não dizem nada a respeito da vida cotidiana e das necessidades humanas. Não acredito em bruxas, você já deve ter percebido. Não sei porque dedicar um dia a algo inexistente. É como criar o dia do extraterrestre. Nada contra se você crê neste negócio. Cada um com seus valores.

                            Gosto de festas, mas daquelas que tem algum sentido real: o aniversario de uma pessoa querida; o casamento de um amigo; os 15 anos de uma filha ; a formatura da faculdade;  o Natal; a Páscoa; a entrada de um novo ano. Esses são acontecimentos que merecem o riso, a alegria, a celebração. Pessoas estão felizes e querem dividir isso com seus queridos.

                            Mas fazer festa para uma bruxa, um santo, um personagem que viveu há vários séculos, alguém que eu nem sei quem é, nunca vi na minha frente, não participa da minha historia nem dos meus risos e prantos, não me ajuda em meus problemas, não paga minhas contas e nem sabe quem é minha família,  para mim não merece festa, nem mesmo uma bandeirinha solitária na frente de casa.

                        Eu decidi comemorar aquilo que realmente traz sentido para minha vida e me ajuda a melhorar meu caráter. Por isso comemoro o Natal e a Páscoa, porque para mim, Jesus Cristo é o centro da minha própria historia porque mudou radicalmente meus valores de vida e a forma como eu enxergava os acontecimentos. Eu decidi coloca-lo como centro e Senhor da minha existência por acreditar em tudo o que ele disse e ensinou. Não preciso vê-lo para crer nele pois tenho o registro da sua palavra que permanece há séculos sendo lida por toda a humanidade.

                                No mais, fora estas datas, não comemoro mais dia nenhum como um dia santo, especial, sagrado ou místico. Não quero nem gostosuras, nem travessuras. Primeiro porque gasto muito dinheiro para tratar dos meus dentes e não quero mais ter cáries, além de desejar manter-me saudável e no peso certo. Segundo porque travessuras que eu gosto são as do meu filho; não suporto travessuras de outras crianças.

                              Além disso eu acho ruim esta proposta: travessuras ou gostosuras. Ela incentiva uma relação de interesses entre as pessoas, do pior tipo que existe: eu te deixo em paz desde que você me dê o que eu quero. Ainda bem que eu não nasci na América. Acho que neste dia eu viajaria para algum país do Oriente.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

POR FORA, BELA VIOLA....


“Portanto, glorifiquem a Deus com o seu corpo”.                                  1 Coríntios 6:20.

                                         Ter um corpo ideal, construído pelos recursos disponíveis da ciência, representa para muitos um símbolo de poder. Além da politica e da economia existe uma forma mais contemporânea de poder que é a do corpo. O corpo como poder é explorado à exaustão pela mídia;  ele fornece todo o capital necessário para venda de novas tecnologias.

                                            O corpo vende de tudo: de cervejas à produtos de beleza; de lingerie à carros; de perfumes à medicamentos. È impossível negar o poder que foi atribuído ao corpo humano nas últimas décadas. Para se conseguir um bom emprego não basta o currículo, é preciso ser jovem e bonito. Se duas mulheres disputarem uma vaga com o mesmo portfólio, mas uma for gordinha e a outra uma modelo, qual das duas você acha que vai ser escolhida?



                                        No entanto, usar o corpo como símbolo de poder revela uma grande deficiência na construção do caráter. Quem usa o corpo para seduzir, para negociar, conseguir o que deseja, está se baseando em algo extremamente frágil, já que os padrões de beleza se alteram a cada década e manter o mesmo padrão na medida em que se envelhece é impossível. Uma mulher de 30 anos ou mais nunca terá o corpo de uma adolescente, por mais que o mercado da beleza diga que sim. È questão de genética e não de estética.




                                                   E sempre que desejamos o poder, seja ele politico, financeiro ou estético algo está em desajuste no nosso interior. Para que desejamos o poder? Qual é a atração que essa palavra causa em nós? Paulo afirma que nosso corpo deve ser empregado para glorificar a Deus: ““Portanto, glorifiquem a Deus com o seu corpo”. A palavra “glorificar” vem de ‘doksa’ que significa ‘honra’.  A exortação de Paulo é que honremos a Deus com o nosso corpo. 

                                               O corpo deve ser, portanto, um veiculo de Deus no mundo. Não uma forma de chamar a atenção para nós e sim refletir a beleza de Deus. Não um meio de sedução, mas um instrumento de promoção dos valores do Espirito Santo, coisas como amor, alegria, bondade, paciência

                                               Mulheres podem conquistar um homem pelo fascínio do seu corpo mas podem perde-lo pela rudeza de suas almas. Podem atrai-lo pelo perfume mas não podem segura-lo se não exalarem a verdadeira feminilidade marcada pela doçura, ternura, amabilidade.

                                              Isso mostra que o corpo pode ser uma armadilha: linda e sem revelar qualquer perigo. Mas se o coração não tiver conteúdos,  aquele que foi atraído somente pela beleza será como pássaro numa gaiola. Ansiando pela liberdade ainda que tardia.



                                                    A pergunta é:  nosso corpo tem sido usado para honrar a Deus? Nossas palavras curam ou ferem? Perdoamos ofensas ou nos vingamos das pessoas? Somos fiéis no casamento ? Falamos da nossa fé em Jesus ou só falamos dos últimos lançamentos da moda? Estamos caminhando para iniciar um novo tipo de vida com Deus ou continuamos agarrados àquilo que é passageiro?  Nosso verdadeiro interesse é o corpo, ou a alma? Glorificamos a Deus ou o nosso próprio espelho?

                                                  A Bíblia conta a historia da mulher de Ló. Pertencente à aristocracia de Sodoma e Gomorra, resistiu ao apelo de Deus para mudar de cidade, já que estas duas iriam ser destruídas. Enquanto as filhas e o pai fugiam, ela decidiu ficar olhando para trás, saudosa daquela vida. Foi transformada numa estátua de sal. Era assim um monumento, mas sem vida, sem brilho. Um marco a registrar um passado extinto, nada mais.

                                                           Deus chama a você e a mim a mudarmos de atitude, buscando aquilo que nos torna bonitos e repletos de conteúdo interior : os valores contidos na sua Palavra. Ele espera que usemos nosso corpo para refleti-lo entre as pessoas, expandindo seu Reino  em ambientes tão cheio de crises e desgraças humanas.

POR FORA, BELA VIOLA....


“Portanto, glorifiquem a Deus com o seu corpo”.                                  1 Coríntios 6:20.

                                         Ter um corpo ideal, construído pelos recursos disponíveis da ciência, representa para muitos um símbolo de poder. Além da politica e da economia existe uma forma mais contemporânea de poder que é a do corpo. O corpo como poder é explorado à exaustão pela mídia;  ele fornece todo o capital necessário para venda de novas tecnologias.

                                            O corpo vende de tudo: de cervejas à produtos de beleza; de lingerie à carros; de perfumes à medicamentos. È impossível negar o poder que foi atribuído ao corpo humano nas últimas décadas. Para se conseguir um bom emprego não basta o currículo, é preciso ser jovem e bonito. Se duas mulheres disputarem uma vaga com o mesmo portfólio, mas uma for gordinha e a outra uma modelo, qual das duas você acha que vai ser escolhida?



                                        No entanto, usar o corpo como símbolo de poder revela uma grande deficiência na construção do caráter. Quem usa o corpo para seduzir, para negociar, conseguir o que deseja, está se baseando em algo extremamente frágil, já que os padrões de beleza se alteram a cada década e manter o mesmo padrão na medida em que se envelhece é impossível. Uma mulher de 30 anos ou mais nunca terá o corpo de uma adolescente, por mais que o mercado da beleza diga que sim. È questão de genética e não de estética.




                                                   E sempre que desejamos o poder, seja ele politico, financeiro ou estético algo está em desajuste no nosso interior. Para que desejamos o poder? Qual é a atração que essa palavra causa em nós? Paulo afirma que nosso corpo deve ser empregado para glorificar a Deus: ““Portanto, glorifiquem a Deus com o seu corpo”. A palavra “glorificar” vem de ‘doksa’ que significa ‘honra’.  A exortação de Paulo é que honremos a Deus com o nosso corpo. 

                                               O corpo deve ser, portanto, um veiculo de Deus no mundo. Não uma forma de chamar a atenção para nós e sim refletir a beleza de Deus. Não um meio de sedução, mas um instrumento de promoção dos valores do Espirito Santo, coisas como amor, alegria, bondade, paciência

                                               Mulheres podem conquistar um homem pelo fascínio do seu corpo mas podem perde-lo pela rudeza de suas almas. Podem atrai-lo pelo perfume mas não podem segura-lo se não exalarem a verdadeira feminilidade marcada pela doçura, ternura, docilidade.

                                              Isso mostra que o corpo pode ser uma armadilha: linda e sem revelar qualquer perigo. Mas se o coração não tiver conteúdos,  aquele que foi atraído somente pela beleza será como pássaro numa gaiola. Ansiando pela liberdade ainda que tardia.



                                                    A pergunta é:  nosso corpo tem sido usado para honrar a Deus? Nossas palavras curam ou ferem? Perdoamos ofensas ou nos vingamos das pessoas? Somos fiéis no casamento ? Falamos da nossa fé em Jesus ou só falamos dos últimos lançamentos da moda? Estamos caminhando para iniciar um novo tipo de vida com Deus ou continuamos agarrados àquilo que é passageiro?  Nosso verdadeiro interesse é o corpo, ou a alma? Glorificamos a Deus ou o nosso próprio espelho?

                                                  A Bíblia conta a historia da mulher de Ló. Pertencente à aristocracia de Sodoma e Gomorra, resistiu ao apelo de Deus para mudar de cidade, já que estas duas iriam ser destruídas. Enquanto as filhas e o pai fugiam, ela decidiu ficar olhando para trás, saudosa daquela vida. Foi transformada numa estátua de sal. Era assim um monumento, mas sem vida, sem brilho. Um marco a registrar um passado extinto, nada mais.

                                                           Deus chama a você e a mim a mudarmos de atitude, buscando aquilo que nos torna bonitos e repletos de conteúdo interior : os valores contidos na sua Palavra. Ele espera que usemos nosso corpo para refleti-lo entre as pessoas, expandindo seu Reino  em ambientes tão cheio de crises e desgraças humanas.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Que índice mede a sua vida?

                    
                           Existe, em nossa cultura, uma preocupação obsessiva para reduzir o IMC, Índice de Massa Corporal, por razões estéticas.


Somos herdeiros do pensamento grego do culto ao corpo, e quanto mais tecnologia produzimos mais pressionados somos a nos enquadrar em medidas que nos são impostas pela cultura vigente, pelo Mercado, pela mídia ou até por neuroses próprias em nos enxergarmos como o 'patinho feio' do universo. 


Os gregos cultuavam Afrodite ou Vênus, a deusa da perfeita beleza, que nasceu no mar, fruto dos testículos do deus Céu, arrancados por seu filho numa luta. 


A fecundação do mar fez surgir a linda deusa Vênus, ou Afrodite, conforme o nome que lhe deram os gregos, que dos pés à cabeça, era o paradigma da perfeição e do ideal.


 Em Corinto, o seu culto exigia a promiscuidade com a intenção de, no ato sexual, o adorador, adquirir parte da beleza da deusa em seu próprio corpo. 


As sacerdotisas de Vênus se promiscuíam com homens e mulheres prometendo lhes transmitir a semente da juventude perpétua e de beleza duradoura. 


O apostolo Paulo passa por aquela cidade e anuncia o único e verdadeiro Deus personificado em seu Filho, Jesus Cristo. 
Muitos daquela cidade se convertem à nova fé, e deixam de lado essa veneração por Vênus. 


Passam a adorar somente Deus e seu Filho. 


Para eles, Paulo escreve: "O  corpo de vocês é santuário do Espírito Santo, que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus".                                     
 ( 1 Coríntios 6:19 ).


Eles passam por uma mudança profunda e radical.
 Deixam de se medir pelo ideal da beleza que é efêmera e começam a cultivar uma beleza interior, que é própria da ação do Espirito Santo em seus corações: amor-alegria-paz-paciência-bondade-fidelidade-mansidão-autocontrole. 


Os corintios convertidos a Jesus Cristo usam outra fita métrica :  a do coração, aquela que complementa a beleza física. 
Sem ela, qualquer modelo de passarela é apenas um corpo bonito, desfilando por alguns minutos diante de uma platéia.
 Nada mais.  


Nós somos forçados diariamente a nos enquadrarmos em padrões ditados pela cultura quanto ao que é beleza. 
Chegamos até a acreditar na fantasia da fonte da juventude. Queremos sempre aparentar menos idade do que temos.
 Travamos uma luta de titãs com a balança. 
Mas, será que este é o único índice de verdadeira beleza? 


Deus quer nos conduzir a uma outra via : a do coração, da alma, da interioridade. 
O chamado a cultivar o fruto do Espirito em nossas relações e contatos. 
Para que o segredo da nossa beleza seja mais do que um creme, um novo medicamento ou uma tarde gasta no salão de estética.


 Essas coisas não podem nos dar paciência; não nos tornam mais tolerantes; não geram amor; nao trazem a paz.
 O unico poder que a fita métrica tem é indicar números.
 Ela pode somente revelar medidas. 


Mas a medida do coração de uma pessoa aparece quando ela fala; quando se expressa; quando se relaciona. 
Talvez seja hora de começar a frequentar o 'spa' da alma : o contato com Deus, que na quietude e na solidão de um encontro diário, vai reduzindo nossas 'gorduras' nocivas da ira, da intolerância, da impaciência, da mediocridade.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O que eu aprendi com a história de Shrek.

Todos nós temos a tendência de nos relacionarmos com as pessoas não por aquilo que elas são mas por causa da construção de uma imagem mental – idealização- que nós formulamos no inconsciente. As criticas, os atritos, agressões, intolerância, desconfiança, foram construindo essa imagem em nosso interior.

                Às vezes por causa de um mau relacionamento que se arrasta há algum tempo, a imagem que formamos sobre as pessoas ao nosso lado é a pior possível.

                 Suas qualidades e virtudes são todas rejeitadas e o que resta é somente o lado negativo. E assim, quando pensamos nesta pessoa ou falamos dela, a imagem que sobressai é a de um monstro desumano, cruel e grosseiro. Um tipo de "Shrek", um ogro que vive no pântano. 

                     A imagem construída nos impede  de olhar para além das aparências. De perceber que pode haver um conteúdo, algo que se sobreponha às camadas que nós próprios estabelecemos devido a um relacionamento sofrível e não adequado.

                        Quando se fala de imagem, por vezes esquecemos que a Bíblia diz que Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Não a imagem física, já que Deus é Espírito, mas as características próprias do belo: o amor, a alegria, a bondade, a paciência, a mansidão.

                        Nossa tendência é fazer do outro uma imagem não divina, mas a caricatura do pior possível que existe na humanidade. Julgamos com facilidade pelo exterior, estabelecendo preconceitos sem nos determos em uma convivência mais longa para conhecer de perto e reavaliar o que já concluímos sobre alguém precipitadamente.
               
                              No entanto, na história de Shrek, uma princesa se apaixona por ele. Um amor improvável surge porque ela decidiu conhecer-lhe os conteúdos. E quando descobre a beleza interior do ogro, o amor supera as travas sociais e muros de segregação.

                              Talvez as pessoas não sejam exatamente como você deseja - o nível de idealização do outro é muito elevado nos relacionamentos. Quem sabe você já tenha condenado algumas pessoas a viver nos pântanos do isolamento e da distância. Temos alguns 'Shreks' em nossa lista de convívios.

                                  O que não podemos deixar de considerar é que existem sombras em nosso próprio ser que nós não gostamos que apareçam. São coisas muitas vezes semelhantes àquelas que condenamos nos outros. O apostolo Paulo dizia que nem ele entendia seu modo de agir porque muitas vezes fazia o que não queria e não o que desejava.

                                   Todos  temos dentro de nós um ogro que vive no pântano. Por mais que neguemos isso, vez por outra ele aparece e nos constrange, cobrindo-nos de vergonha e apontando nossas incoerências.

                                      Deus, no entanto, nos criou à sua imagem. Ele nos aceita e quer nos transformar mesmo sabendo quem somos efetivamente. Precisamos tratar as pessoas com amor e respeito, não piorando a imagem delas, nem agravando o que são. Jesus nos ensina o caminho da humildade, a atitude de pedirmos sua misericórdia ao nos vermos espelhados em tantos que cruzam nosso caminho.

                                            Seja mais humano ao lidar com os outros. No fim das contas, pode ser que se formos honestos e coerentes, entenderemos porque Jesus veio a este mundo na forma humana, precária, limitada e finita. Ele se identificou com os 'Shreks' da humanidade, para ama-los e salva-los para além das aparências.
                                                                      
                                                      Se você, no entanto, quer sempre se deparar com 'anjos' pela jornada da vida, tome cuidado para não viver no mundo da fantasia, esperando que tudo aconteça, não como é, mas como você imagina em seus delírios.

O que eu aprendi com a história de Shrek.

Todos nós temos a tendência de nos relacionarmos com as pessoas não por aquilo que elas são mas por causa da construção de uma imagem mental – idealização- que nós formulamos no inconsciente. As criticas, os atritos, agressões, intolerância, desconfiança, foram construindo essa imagem em nosso interior.

                Às vezes por causa de um mau relacionamento que se arrasta há algum tempo, a imagem que formamos sobre as pessoas ao nosso lado é a pior possível.

                 Suas qualidades e virtudes são todas rejeitadas e o que resta é somente o lado negativo. E assim, quando pensamos nesta pessoa ou falamos dela, a imagem que sobressai é a de um monstro desumano, cruel e grosseiro. Um tipo de "Shrek", um ogro que vive no pântano. 

                     A imagem construída nos impede  de olhar para além das aparências. De perceber que pode haver um conteúdo, algo que se sobreponha às camadas que nós próprios estabelecemos devido a um relacionamento sofrível e não adequado.

                        Quando se fala de imagem, por vezes esquecemos que a Bíblia diz que Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Não a imagem física, já que Deus é Espírito, mas as características próprias do belo: o amor, a alegria, a bondade, a paciência, a mansidão.

                        Nossa tendência é fazer do outro uma imagem não divina, mas a caricatura do pior possível que existe na humanidade. Julgamos com facilidade pelo exterior, estabelecendo preconceitos sem nos determos em uma convivência mais longa para conhecer de perto e reavaliar o que já concluímos sobre alguém precipitadamente.
               
                              No entanto, na história de Shrek, uma princesa se apaixona por ele. Um amor improvável surge porque ela decidiu conhecer-lhe os conteúdos. E quando descobre a beleza interior do ogro, o amor supera as travas sociais e muros de segregação.

                              Talvez as pessoas não sejam exatamente como você deseja - o nível de idealização do outro é muito elevado nos relacionamentos. Quem sabe você já tenha condenado algumas pessoas a viver nos pântanos do isolamento e da distância. Temos alguns 'Shreks' em nossa lista de convívios.

                                  O que não podemos deixar de considerar é que existem sombras em nosso próprio ser que nós não gostamos que apareçam. São coisas muitas vezes semelhantes àquelas que condenamos nos outros. O apostolo Paulo dizia que nem ele entendia seu modo de agir porque muitas vezes fazia o que não queria e não o que desejava.

                                   Todos  temos dentro de nós um ogro que vive no pântano. Por mais que neguemos isso, vez por outra ele aparece e nos constrange, cobrindo-nos de vergonha e apontando nossas incoerências.

                                      Deus, no entanto, nos criou à sua imagem. Ele nos aceita e quer nos transformar mesmo sabendo quem somos efetivamente. Precisamos tratar as pessoas com amor e respeito, não piorando a imagem delas, nem agravando o que são. Jesus nos ensina o caminho da humildade, a atitude de pedirmos sua misericórdia ao nos vermos espelhados em tantos que cruzam nosso caminho.

                                            Seja mais humano ao lidar com os outros. No fim das contas, pode ser que se formos honestos e coerentes, entenderemos porque Jesus veio a este mundo na forma humana, precária, limitada e finita. Ele se identificou com os 'Shreks' da humanidade, para ama-los e salva-los para além das aparências.