terça-feira, 30 de outubro de 2012

PERDÃO




“Preserva-nos perdoados por ti e perdoando os outros.
Guarda-nos de nós mesmos e do Diabo.”   Mateus 6.12-13



             Jesus nos motiva a crer no poder do perdão de Deus. Ele pode nos conservar saudáveis e equilibrados no meio do difícil processo que é viver num mundo onde tudo conspira para fazermos as piores escolhas, a sofrermos por causa da culpa e a não termos bons relacionamentos no convívio com os demais. 

               Quando erramos somos atacados por 3 acusadores implacáveis: nossa consciência; a sociedade; e o Diabo. Todos eles em conjunto tentam nos convencer que provavelmente Deus removeu o seu olhar e se recusa a nos ajudar nos nossos fracassos. Estes três acusadores desacreditam da realidade do perdão não apenas declaratório, contido na maior parte das afirmações da Biblia, mas no perdão efetivo conseguido pela morte de Jesus na cruz justamente com a finalidade de redimir a cada um de nós de nossos pecados e das consequências deles.   


           Por esta razão Jesus nos lembra da necessidade constante de pedirmos perdão a Deus e de darmos o perdão a quem nos magoou. A ausência de perdão  escraviza a consciência e aniquila qualquer possibilidade de prosseguir. Na parábola que Jesus ensina sobre o assunto, o credor que não perdoa o seu devedor o lança na prisão até que pague a divida. Mas como alguém pode pagar algo sendo obrigado a estar preso, sem poder produzir nada? 

          Assim também a ausência do perdão nos coloca em nossas cadeias emocionais nos fazendo acreditar que não teremos novas chances. E assim fazemos com todos que não queremos perdoar. A oração de Jesus é muito esclarecedora:


            ‘Guarda-nos de nós mesmos e do Diabo.’  Significa que diante dos nossos erros não temos que olhar para nós mas para o Redentor que na cruz resolveu o problema da iniquidade humana. E que quando alguém errar  conosco não podemos fazer o que o Diabo faz: condenar, punir, destruir a reputação.

         Precisamos perdoar como Deus faz conosco. 

              No filme “Cronicas de Narnia”, o garoto Edmundo desrespeita as regras de Narnia. A feiticeira conversa com o leão e lhe diz: “há um traidor aqui” e o leão responde: ‘Não foi a você que ele ofendeu’. E decide morrer em lugar do garoto.

            A quem de fato ofendemos ao pecar?

              Não a nós, nem pessoas, mas principalmente a Deus. Davi adulterou com Bate Seba, mandou matar o seu marido, mas na sua oração do Salmo 51 ele diz: "Contra Ti pequei, contra Ti somente". Quando Deus lhe garante o perdão, Davi fala novamente de alegria, de paz, de serenidade. Ele não tenta se punir para se redimir; não culpa a ninguem mais nem fica ressentido com o que aconteceu. Se apropria de fato do perdão de Deus e supera aquela fase ruim da sua vida.

          Precisamos viver mais o perdão e menos a culpa. Tanto em relação a nossos atos como em relação aos erros que outros cometem contra nós.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

PIMENTA NOS OLHOS DOS OUTROS...


                 
 
 
            Como gostaríamos que as pessoas nos tratassem se descobrissem algum ato que não temos coragem de contar para ninguém? Se isso fosse divulgado nas redes sociais ou entre os amigos?
 
                 O Brasil tem uma forte tendência a valorizar a difamação da vida alheia. Desde atores, políticos, personalidades do esporte e das artes, todo mundo fica sabendo das virtudes e dos vícios destas pessoas. E todos emitem sua opinião geralmente condenatória.
 
            As novelas são a expressão deste desejo de servir como juiz do procedimento alheio. Na novela: "Avenida Brasil"  todos condenaram ‘Carminha’ por sua maldade, mas ela é o ‘alter-ego’ de muitos de nós. Tambem sabemos ser maus com a nossa família, também desejamos eliminar aquelas ‘Ninas’ que nos incomodam.

                  Todos erramos em muitos itens e com varias pessoas e não apreciamos qualquer critica a nosso respeito. Por esse motivo, se não queremos que ninguém se atreva a funcionar como juiz de nossas atitudes, temos a reponsabilidade de não fazer a mesma coisa que condenamos.
 
              Pode ser que algum dia venhamos precisar de misericórdia, paciência, perdão. Jesus diz que devemos dar às pessoas aquilo que queremos receber. Trata-las como queremos ser tratados.  Porque a vida é um eco. Se você não está gostando do que está recebendo, preste atenção no que está emitindo. 
 
            Diante da mulher adultera, Jesus se abaixa e começa a escrever algo na terra. Para alguns ramos da teologia, ele escrevia o pecado da mulher ou os pecados dos acusadores.
 
          Em todo o caso, o que ele escreveu na areia, o vento apagou. Para mostrar que nenhum erro humano pode ficar registrado para sempre, porque o que importa é redimir, perdoar e oferecer a mão para levantar aquele que caiu.
 
        Que sejamos mais apagadores e menos giz quando o assunto é o pecado alheio. Miquéias, o profeta, diz que Deus perdoa nossos pecados e os lança no mais fundo dos mares. O interesse dele é oferecer uma nova pagina para aqueles que erraram escreverem uma nova historia.  Que tal começarmos a imita-lo?

terça-feira, 16 de outubro de 2012

OS DOIS CAMINHOS.



         

     Essa gravura teria evoluído a partir de uma primeira versão, impressa em Londres, em 1856, intitulada 'The two ways of life', em pleno governo da Rainha Vitória.
 Além de um recurso pedagógico que ensinava o caminho da salvação e o caminho da perdição, o quadro revela mais do que tudo as consequências inevitáveis das nossas escolhas. O caminho da salvação não tem atrativos que seduzem e nada que mexa com os prazeres. Por isso poucos andam no caminho estreito enquanto a maioria vai pelo caminho largo. 

            Mas o final do quadro mostra a bem-aventurança daqueles que optam por Deus, enquanto revela a desgraça dos que o rejeitaram no caminho da existência. Mesmo que tirássemos o principal ensino do quadro: o caminho da salvação, nós ficaríamos com uma lição secundaria que ele revela: que o caminho para Deus é sempre permeado pela Graça enquanto o caminho da perdição envolve tudo aquilo que o capital exige para dar : o cassino, o salão de baile e o teatro ao fundo.

             O cassino é o lugar onde se investe dinheiro com a meta de faze-lo crescer, o salão de baile onde se diverte e gasta-se dinheiro, e o teatro, a ultima cena, a constatação de que a vida toda foi uma representação, uma espécie de fuga da realidade, para fazer com que a vida fosse menos doída. No caminho da salvação há uma mãe guiando seu filho através da Lei de Deus, ajudando os pobres na estrada, a imagem de Jesus, a igreja e uma série de cenas que mostram o desprendimento em favor dos outros, a falta de amor ao dinheiro e aos bens em prol de uma vida mais plena e com propósitos. 

           Mesmo que o quadro mostre a grande diferença entre o mundo rural e o mundo urbano, uma das mensagens mais importantes que ele evidencia é que nossa escolha por um caminho ou por outro vai nos levar a desorientação, falta de sentido(caminho largo) ou ao equilíbrio e paz(caminho estreito). Na Inglaterra vitoriana o receio era que o progresso e a urbanização trouxessem vários pecados sociais(cassino-teatro-salão de baile) que terminariam por desviar os crentes do Caminho e faze-los mudar de direção.

           Hoje, a questão não é tanto o fato de que estes atrativos estejam no caminho largo, mas sim, que eles ‘pularam o muro’ e se instalaram do lado de cá, do caminho para a salvação. Temos nossos próprios ‘cassinos’ a prometer prosperidade sem fim aos fiéis; nossos salões de baile são nossos cultos, cada vez mais cheios de ‘tietes’ e ‘DJs’ da adoração, fazendo a todos embalarem no ‘mover do Espirito’. E por que não, nossos ‘teatros’ são perfeitas representações de que parecemos ser de Jesus mas apenas simulamos segui-lo, pois cada dia mais distantes do seu ensino, chamado e compromisso. 

             Andar no Caminho hoje está cada vez mais difícil, porque não se sabe ao certo se ele está do lado de lá, o ‘mundo’ ou do lado de cá, a ‘igreja institucional’. Será que Jesus está edificando sua igreja em algum canto que ainda não descobrimos?

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

PAVIO CURTO.


                 

        Janice Williams, pesquisadora da Universidade da Carolina do Norte, EUA,  acompanhou por seis anos 13.000 homens e mulheres com idade entre 45 e 64 anos e, tomando o comportamento como base, descobriu que as pessoas que se irritam intensamente, e com freqüência, têm três vezes mais chances de sofrer um infarto do que aquelas que encaram as adversidades com mais serenidade.Isso ocorre porque, a cada episódio de raiva, o organismo libera uma carga extra de adrenalina no sangue . O aumento da concentração de adrenalina aumenta o número de batimentos cardíacos e, simultaneamente, torna mais estreitos os vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão arterial.  


                Adiar a resolução de um conflito pode não apenas nos deixar de mau humor, como também afetará diretamente a saúde do nosso coração. È necessário seguir a recomendação de Paulo em Efesios 4.26-27 que nos orienta a não permitirmos que o sol se ponha sobre a nossa ira. Porque a ira modifica a pessoa que a alimenta, não a pessoa a quem é dirigida. Se você chutar um muro é você quem se machuca, não o muro.

               Jesus diz no seu famoso Sermão da Montanha que, em caso de ira, devemos fazer um esforço para procurar a pessoa envolvida e tentar um acordo com ela. Para que a ira não nos consuma; para que a amargura não mate nossa oração; para que o corpo não cobre a conta no final.


                  Segundo a linha de raciocínio de Jesus esperar que a outra parte nos procure para resolver a demanda pode demorar muito e enquanto isso nós nos prejudicamos na medida em que vamos acumulando o ressentimento no corpo e na alma. Tanto para ter paz de espirito como para evitar que as enfermidades nos acometam, a melhor medida é tentar um acordo, por minimo que seja. È melhor um mau acordo do que uma boa demanda. Porque o acordo, ainda que não satisfaça no momento, vai abrir caminho para novas conversas e novas possibilidades.



                     Mas uma demanda que se arrasta pode levar anos sem solução. A tendência em geral é de ficarmos esperando que aquele que nos prejudicou se arrependa, se humilhe, peça perdão. Mas como não temos a capacidade de controlar a decisão de ninguém, nem força-lo a fazer o que achamos que deve, o melhor é não protelar a questão e tentar resolve-la. Isso é inclusive sinal de maturidade, a capacidade de não deixarmos que as nossas emoções nos dominem e escravizem. Porque a ira é o principal problema instalado em nós depois de um tempo em que a situação ocorreu.


                Pode ser que a outra pessoa esteja até conseguindo superar e retomar a vida, o que vai irritar você ainda mais. Porque a ira não foi tratada nem combatida em seu coração ela só  vai aumentar. Para o seu próprio beneficio procure solucionar o que o entristece para ficar livre da opressão e do poder da ira. Não podemos saber como as pessoas vão nos tratar mas podemos escolher como vamos reagir a elas. O rei Herodes Agripa mandou matar Tiago, discípulo de Jesus, com ódio dos cristãos para conseguir mais popularidade entre os judeus. José perdoou seus irmãos que queriam mata-lo, e os sustentou no Egito nos anos de fome. 

                 Herodes morreu em um discurso publico todo comido por vermes. 
                 José se tornou governador do Egito.
                Vamos querer o fim de José ou o de Herodes?

terça-feira, 2 de outubro de 2012

DIAS MELHORES VIRÃO.







1
“Por saber que o governo do Eterno será vencedor, sinto-me fortalecido e encorajado”. Habacuque 3.19.

             Habacuque é um dos profetas que acompanhou a deportação do povo judeu para a Babilônia onde eles permaneceram durante 70 anos até voltarem para sua terra, anos depois, sob a liderança de Esdras e Neemias, já sob o domínio mundial da Pérsia.

                  Quando ele escreve estas palavras falando que 'mesmo que a figueira e oliveira não produzam e nos currais não haja gado, ele se alegrará no Senhor' , ainda está presenciando o inicio desta partida para a terra estrangeira. Mesmo assim ele se obriga a acreditar que o final da historia será diferente do atual sofrimento e desolação. 

            Ele sabe que Deus tem a ultima palavra e que o sofrimento terá um ponto final.Os setenta anos se passaram e eles agora retornam em varias levas, a mais conhecida liderada por Esdras e Neemias que reconstroem os muros da cidade, as casas, o templo, a economia, a sociedade como um todo.


                    Não era mais a mesma cidade dos antepassados que tinha sido queimada pelos babilônios mas era uma cidade construída por um povo que tinha consciência do valor da liberdade e da obediência a Deus. Eles sofreram na pele a dor de ter deixado de ouvir a palavra inspirada dos profetas que os advertia dia e noite a se voltarem para Deus. 

                   Agora a devoção tinha um profundo impacto sobre eles. Eles ouvem o ensino da Escritura e choram arrependidos. Não era mais o mesmo templo de Salomão, suntuoso e cheio de riquezas mas era um lugar onde o que importava era orar e ouvir e não mais fingir e dissimular espiritualidade.



                    As relações trabalhistas não eram mais regidas pela exploração de mão de obra mas por um respeito ao próximo e à sua família. No fim a perda trouxe um ganho. 

                  O país ganhou uma nova população que aprendeu a respeitar o valor da vida.  E cada um deles ganhou uma nova perspectiva: nada pode ser bom e prazeroso se procede do sacrifício do amor a Deus e ao próximo.

                Há uma cena na série “Edição de amanhã” em que o ator principal chora a perda de uma vida, um homem que ele não teve tempo de salvar. E o personagem que primeiro recebeu o jornal volta do passado em uma visão e lhe diz: “conte os vivos, não os mortos”.  

                As perdas tem o poder de nos arrastar em direção à contagem de tudo que se foi. Mas quando as entendemos sob o ponto de vista do governo de Deus ele nos mostrará que o presente e o futuro serão melhores. 

                       Porque não eram aquelas coisas que perdemos que nos faziam viver. Quando elas se vão, notamos que ainda estamos vivos graças á essa manutenção incessante do nosso Pai com a nossa vida.  Perdas podem trazer dias melhores, se eu e você as entendermos sob o ponto de vista de que Deus está por trás de cada cenário que um novo dia nos traz.