terça-feira, 22 de maio de 2012

COMO LIDAR COM PESSOAS AMARGURADAS.




Certa vez o rei Davi estava caminhando pelo deserto na companhia de seus soldados enquanto fugia de seu filho Absalão, que desejava tomar o poder e se autonomear governante de Israel.

Um homem de nome Simei vai acompanhando o grupo e ofendendo Davi, acusando-os de várias coisas que não eram verdadeiras, além de atirar pedras em seus soldados. Um destes pede autorização para matar o agressor, mas a resposta de Davi é surpreendente:


Mas o rei disse: “Se ele está amaldiçoando é porque o Eterno mandou. Quem vai contraria-lo?” “Até meu filho está querendo a minha morte. Esse benjamita não está fazendo nada comparado a isso. Não se preocupem. Deixe que ele amaldiçoe à vontade. Talvez o Eterno enxergue a minha aflição e transforme as maldições em algo bom”.
2 Samuel 16:5-12.

Duas lições que Davi nos ensina com sua postura:

1. Não deixe que pessoas infelizes o contaminem com suas amarguras:
Davi ordena que o homem seja deixado em paz porque o unico mal que ele pode fazer é reclamar da vida, do governo, da situação. Ele nunca aceitou o governo de Davi por ser parente do antigo rei Saul. E quando um novo governante ocupa o espaço que antes era de seu aliado, ele fica ressentido e escolhe Davi como justificativa das suas neuroses.

Quando encontrar com estas pessoas não entre no jogo delas. Não perca tempo tentando se defender porque a atitude delas é justamente querer que você se envolva para terem motivo de continuarem do jeito que são. Quando fazemos o jogo da ira, da amargura, e do ressentimento, estamos nos permitindo contagiar com estes vírus que adoecem a alma e deixam a vida sombria e sem graça.

Não é possivel evitar pessoas assim, mas é possivel não permitir que seu estado de ânimo nos influencie, nos fazendo comprar uma briga que não é nossa. A única coisa que aquele homem sabia fazer era atirar pedras e xingar. E ele faria isso com todas as pessoas, não apenas com Davi.

Quando voce for ofendido por pessoas assim lembre-se de que é apenas mais um numa longa lista de desafetos. Desconsidere, deixe entrar por um ouvido e sair pelo outro, e continue o seu caminho com paz e alegria.

2. Acredite que o mal sempre é desfeito pelo bem.

Davi diz: “Talvez o Eterno enxergue a minha aflição e transforme as maldições em algo bom”.

Eu chamo a sua atenção para esta palavra "transformar". Deus apanha todo o mal que nos atinge e o usa. Isso mesmo. Deus recicla as maldades que nos acontecem, e as transforma em algo superior, melhor e benéfico. Precisamos deixar de ser maniqueístas, aqueles que dividem a vida entre 'bem' e 'mal', como se o mal sempre vencesse o bem.

Deus utiliza tudo o que acontece, seja bom ou mau, como materia prima do seu trabalho em nós. Assim, Davi está tratando daquela ofensa não como algo que iria destrui-lo mas como algo que seria utilizado por Deus para trazer-lhe algum beneficio posterior.

Nada do que o ofensor disse era verdade. E nada do que ele desejou para Davi aconteceu. Tudo ficou bem no final - Davi se manteve à frente do reino, seu nome entrou para a historia e ele ficou mais tarde conhecido como 'homem segundo o coração de Deus'.

E quanto ao agressor, Simei? Ele desaparece do cenario, nunca mais é mencionado, e morreu com suas amarguras e neuroses. Caiu no esquecimento depois de ser ter o seu interior desvendado nas paginas da Biblia como um ser infeliz e mal resolvido.

Por isso, permita que Deus tome o mal que lhe causam e seja o seu defensor. Sua luta nunca deve ser contra as pessoas, mas sim, contra o desejo interior de se vingar, se amargurar e se vitimizar.

Abandone tudo isso - decida ter uma atitude pró-ativa e otimista com a vida. Seja um agente de saúde entre as pessoas, ajudando a transmitir as boas noticias do amor, da alegria e da paz, presentes em Jesus.

terça-feira, 15 de maio de 2012

DA DESGRAÇA À GRAÇA.




“ Èzer e Eleade, filhos de Efraim, foram mortos pelos moradores de Gate quando tentavam roubar o gado deles. Efraim chorou por muito tempo a morte deles, e a família se reuniu para consola-lo. Então, ele se deitou outra vez com sua mulher, e ela deu à luz um filho. Ele o chamou Berias, por causa da desgraça que sobreveio á sua família”. 1 Crônicas 7.20-23.


Efraim, uma das 12 tribos de Israel, recebe este nome por causa do seu patriarca. Seu nome significa ‘prosperidade’. Ele foi gerado por José no Egito, sendo o seu segundo filho(o primeiro foi Manassés).  Efraim representava toda a mudança que José desfrutou, saindo da posição de escravo à governador do Egito.

Quando Efraim casa ele tem dois filhos: Ezer (  tesouro ) e Eleade ( Deus é minha testemunha ). Estes dois filhos são assassinados  pelos moradores de Gate quando tentavam roubar o gado destes moradores. Efraim fica tão deprimido que nem parece mais um homem abençoado por Deus. Ele resolve ter outro filho com sua mulher mas lhe dá o nome de Berias (desgraçado).

Efraim recomeça a sua historia mas de uma forma muito negativa. Ele prefere enfatizar só o lado ruim, da dor e sofrimento. E tudo que se reconstrói com dor terá a marca da angustia. Ele lança sobre seu filho o peso dos seus sentimentos. E Berias tem que conviver com um nome que poderia ser uma barreira para suas atividades, estudos e metas na vida. Porque o titulo ‘desgraçado’ indica ainda uma questão de ter sido punido por Deus.

Mas, ao contrario do pai, vemos Berias tomando algumas atitudes concretas para não permitir que um simples nome, e um batismo associado à depressão paterna, marcassem sua historia. Ele decide reagir áquela situação.

1.                  Valorizar os ganhos.
Quando se casa, Berias tem um filho e lhe dá o nome de Refa( cura ). Sua intenção é entender que dali para a frente sua historia seria desconectada da neurose do pai(tristeza) e substituída pela decisão de viver feliz. Enquanto seu pai valoriza a perda(dos dois primeiros filhos), Berias acentua o ganho(nascimento de Refa).

 Temos a tendência de ficarmos presos áquilo que perdemos ou aos nossos fracassos. Essa historia nos ensina a mudar a direção do nosso olhar – comentarmos e celebrarmos mais nossas conquistas e as bênçãos que Deus está acrescentando á nossa realidade. Não podemos mudar o passado(Berias não mudou de nome) mas é possível construirmos um futuro melhor e diferente.



 De alguma forma Berias se vê no filho, Refa(cura) e reconstrói seus sentimentos na mediação daquela criança que tem tudo para ser feliz e amada, desejada e fruto de um disposição em ser otimista. O pai de Berias transfere sua dor para o filho. Berias rompe este circulo patológico e cria seu filho como a cura definitiva para suas tristezas. Se de alguma forma nós projetamos algo em nossos filhos, que seja uma projeção de coisas boas, de alegria, de prazer, de contentamento e de bem estar.

2.                  Viver com metas.
Um dos descendentes de Berias recebeu o nome de Ladâ, que significa “colocar as coisas em ordem”. Diante da tragédia que se instalou na historia da sua família, Berias poderia ter optado por acreditar em uma espécie de destino pre-determinado, de tal maneira que era seria a sua sorte no mundo. Mas ele decide tomar as rédeas da vida nas mãos e se torna responsável por escrever a historia do jeito que ele gostaria.

E Deus o abençoa porque todos os seus descendentes tiveram nomes que apontavam para o conserto que ele próprio fez em sua realidade. Muitas pessoas desejam recomeçar em algum ponto ou questão mas não sabem nem onde estão, nem para onde vão. Decidem viver acreditando que, se merecerem, terão o melhor; se for deles, terão; caso contrario, não. Deus não nos ensina viver assim.

Ele fala sobre a preguiça em Proverbios dizendo que, quem fica apenas olhando o tempo nada colherá. Quem fica apenas comentando as dificuldades mas não se arrisca nunca chegará a lugar algum. Quais são nossos objetivos nesta questão que queremos recomeçar? Não quer dizer que tudo vai sair do nosso jeito porque Deus tem seus próprios planos. Mas o erro é achar que Deus fará tudo que devemos fazer, que não precisamos ‘suar a camisa’, nem nos esforçarmos para atingir determinada finalidade. O nome “Ladã”(colocar ordem nas coisas) mostra que a vida é muito mais uma atitude de empreender e tentar, do que sentar e esperar que tudo caia do céu.

3.                  Incluir a Deus em nossos planos.
O ultimo descendente de Berias recebeu o nome de ‘Josué’, cujo significado é: “O Senhor salva”. Dá para perceber a grande mudança ocorrida em Berias. Tudo começa com ‘desgraçado’ mas conclui com ‘o Senhor salva’. Desde o começo Berias decide convidar a Deus para atuar em sua tragédia, e enquanto ele trabalha para superar seu estigma de ‘maldito’, Deus vai ao seu lado, garantindo o bom futuro da sua historia. Sempre é assim. Quando tentamos nos levantar com  nossa própria capacidade vamos dispender mais energia e nem sempre teremos tantos resultados equivalentes ao nosso investimento. Mas se Deus é nosso parceiro de caminhada e de projetos podemos ter a garantia dele mesmo de que nosso esforço, ainda que grande, será potencializado por Ele.
 “Confie no Eterno do fundo do seu coração; não tente resolver tudo sozinho. Ouça a voz do Eterno em tudo o que fizer. Ele manterá você no melhor caminho”. Proverbios 3.5-6.

terça-feira, 8 de maio de 2012

PENSE COISAS BOAS SOBRE SI MESMO.













                   Talvez não haja um campo tão cheio de potencial para construção de coisas boas quanto o pensamento. Mas, ao mesmo tempo, nada é tão duramente atacado quanto ele. 

                    Dependendo da nossa maneira de pensar podemos construir grandes mudanças para nós e para a humanidade; ou seremos responsaveis por deixar de obter o melhor que Deus tem reservado á nossas vidas. È preciso sempre avaliar o conceito que formamos a nosso proprio respeito sob a ótica do que Deus diz. Nem sempre existe uma correspondencia acerca do que achamos de nós e o que  Ele pensa sobre nós.

                    Por uma série de fatores, principalmente em razão da complexidade da vida de cada um e da sua formação familiar, é possivel que tenhamos um forte sentimento de negatividade quando refletimos sobre o nosso valor, nossa personalidade e nossas oportunidades. 

                     Existem algumas formas de pensar que tem uma capacidade destrutiva para nosso desenvolvimento, que impedem de descobrirmos nosso potencial e que, ainda, dificultam nosso contato com as pessoas e a percepção sobre o amor de Deus para conosco:
1.     Acreditar que tudo na vida só é obtido por meio de merito e sofrimento: “se eu merecer pode ser que eu consiga”.
2.     Pensar que todos conseguem, menos você por ser menos capaz – a sindrome do ‘patinho feio’.
3.     Criticar-se demais e punir-se diante de coisas boas e lícitas: “eu não mereço estar aqui, deveria estar trabalhando a essa hora”.
4.     Sentir-se merecedor de castigo e punição: ‘que idiotice eu fiz, eu sabia que não daria certo’.

               Estes pensamentos servem de alerta para mostrar que algo não está funcionando bem em nossas emoções e na leitura que fazemos da vida. Por causa da formação familiar insalubre, por pressão cultural ou exigências exageradas de outras pessoas, podemos formar um padrão de pensamentos e sentimentos absurdos e nocivos.

          A dor, os maus tratos consigo mesmo e a autorrejeição não devem ser encarados como algo normal e aceitável. A dor emocional não é inevitavel, e sim opcional, podemos transforma-la por meio de novas atitudes.     

           Em geral é por causa de um padrão de pensamentos viciados e automaticos, que simplesmente brotam sem qualquer controle, que nos tornamos pessimistas e vivemos como se o pior estivesse reservado para nós. Podemos fazer algo a respeito.

               È possivel mudar a nossa maneira de pensar. Isso é revelado pelas palavras de Paulo em Romanos 12:1-2: “Não se ajustem demais à sua cultura, a ponto de não poderem pensar mais. Em vez disso, concentrem a atenção em Deus. Voces serão mudados de dentro para fora. Descubram o que ele quer de voces e tratem de atende-lo”. 

           Nós podemos alterar nossa forma de pensar para que ela nos leve até Deus, que pode nos curar do pessimismo, da depressão, do sentimento de inferioridade.

                 1.Pensamentos que prejudicam tem origem em boatos.

                  Sempre existe, em toda questão, mais de uma opção e mais de uma perspectiva. Porque todo ponto de vista é a vista de um ponto. Nossos pensamentos podem estar sendo alimentados por boatos negativos em vez de serem nutridos com as orientações de fé que procedem de Deus e da Escritura.

              È preciso, então, trocarmos as fontes que alimentam nosso pensar. Submetermos nossos pensamentos a um criterio de realidade, eliminando as fantasias, os misticismos, e tudo aquilo que não procede da razão e da realidade. 

           Sempre que voce estiver sentindo que não há saida desconfie do que voce pensa; Deus cria novos caminhos e oportunidades todos os dias – ele é poderoso para abrir até o mar se for preciso.
  
                       2.     Pensamentos que prejudicam se utilizam do medo.

                   O medo pode nos assaltar quando estamos diante de desafios maiores do que nós. O que não podemos permitir é que ele desconstrua  os fatos. 

                Porque, por maiores que sejam as dificuldades todas elas podem ser resolvidas com tempo, estrategias e oração. O medo é apenas uma reação infantil, reflexo da criança que temos dentro de nós. Nessas horas o que temos de fazer é conversar com esta criança, acalma-la e mostrar-lhe que sabemos o caminho que leva à saída

                   O medo é o mecanismo que o pensamento utiliza para nos acovardar diante da vida. O que Deus nos ensina é que nada é mais verdadeiro do que o seu amor e sua proteção. Não há nada que precisamos temer, porque ‘se Deus é por nós, quem será contra nós?’

                      3.     Pensamentos que prejudicam nos levam a viver com pessimismo.
    
                             Às vezes encaramos a nossa vida com uma atitude ruim. Passamos a reclamar de tudo e de todos. Lamentamos nosso emprego, nossa casa, o carro, o bairro, a escola, o hospital, os vizinhos, os filhos, o cônjuge, a igreja, os amigos. 

                      Ficamos sempre esperando que tudo seja diferente do que é e sofremos da “sindrome da grama mais verde”. Tudo que é do outro parece mais feliz e mais organizado.

               Não paramos para refletir que Deus deu a vida para todos e igualdade de condições para todos. Os recursos estão disponiveis para quem quiser se esforçar ; as oportunidades surgem o tempo todo; podemos ler sobre certas áreas que temos problemas e procurar ajuda; temos o recurso da oração e da Escritura que nos ensinam a viver sob a direção do Pai; temos todos a mesma quantidade de horas por dia e as mesmas possibilidades de aprender coisas novas e especializações. 

                 Temos que dizer diariamente para nós que a vida é boa. Porque Deus é quem nos deu. Mesmo que ela tenha problemas e lutas, não deixa de ser uma doação de um Deus cuidadoso e atencioso. Viver não é descansar e desfrutar – viver é vencer desafios e lutas diárias com a garantia de que o Todo Poderoso está ao nosso lado e nos fará vitoriosos.


            Então, comece a dizer para si mesmo que a vida é boa, que Deus lhe dará a vitoria e que nada será impossivel. A ciencia já provou que, quando forçamos o pensamento a mudar, a nos convencer de que é melhor pensar positivo, construimos novas estruturas psiquicas que nos ajudam a lidar melhor com os problemas. Acabe com o pessimismo em seus pensamentos – comece a conversar consigo mesmo e a afirmar que tudo vai dar certo, principalmente por sua posição como filho de Deus.


          Demóstenes ouviu varias vezes que, por ser gago, jamais chegaria a lugar algum. Ele se tornou o maior orador grego de todos os tempos.

         O instrutor de um cadete francês, em 1782, disse que ele deveria desistir da carreira militar. O jovem não o ouviu e se tornou o grande Napoleão Bonaparte.

            Um professor de canto aconselhou uma certa jovem a desistir de cantar. Ela não deu ouvidos e o mundo se maravilhou com a voz de Montserrat Caballé, a maior soprano de todos os tempos.

           O pai de Sigmund o desprezava, dizendo que ele nunca teria sucesso na vida. Tempos depois a profecia não se cumpriu e Freud se tornou o pai da Psicanálise.


                   O que há em comum em todos eles?  A decisão em pensar diferente do que lhes ensinaram. Novos pensamentos de vida, de êxito, de coragem, curam uma vida dominada pelo pessimismo:

“Porque eu é que sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que desejais”. Jeremias 29.11.

terça-feira, 1 de maio de 2012

ALICATE.




                       Como todo alicate comum, o de pressão possui duas hastes que se cruzam e permitem aplicar a força desejada à tarefa com as mãos. O objetivo do alicate de pressão é segurar a peça com força, travando-a, para que uma outra ferramenta possa ser usada(chave de fenda por exemplo). A cabeça do alicate é chamada de ‘mordente’ porque seu objetivo é semelhante à nossa mão , que agarra um objeto e o mantém seguro. Dependendo do tamanho e modelo, o alicate de pressão, quando travado, tem uma potencia de fixação que chega perto de uma tonelada. Assim, o alicate permite segurar, apertar, prender, fixar.

                         Assim como acontece com outras ferramentas existem pessoas-alicate que são facilmente identificadas pelo seu ato de grudarem em nós e sugarem nossas forças e energias . São pessoas marcadas pela insegurança emocional e pela carência e tem o habito se prenderem aos outros com a necessidade de suga-los a maior parte do tempo. Pessoas-alicate tem uma força semelhante à ferramenta para se prenderem aos outros – elas utilizam o apelo dos sentimentos, dizendo-se necessitadas de socorro, desesperadas, lamentam suas dores e usam o choro como arma eficaz na mobilização dos demais.

                             Elas não se importam com as questões alheias, nem com os problemas de terceiros porque a única dor que incomoda é a delas; a única dificuldade que existe é a sua;  a angustia mais urgente é a que aflige suas mentes. Não tem capacidade de enxergar o mundo como um lugar mais amplo e diverso – parece que tudo se resume a elas mesmas, são como sanguessugas, grudadas nos outros . 

                         Se alguém que faz parte do seu convívio dá atenção a outra pessoa, elas logo ficam ressentidas e procuram fazer de tudo para recuperar o foco para si proprias. Seus parentes mais próximos são prisioneiros delas – não podem sair com mais ninguém; não devem conversar muito tempo com outros; são impedidos de ajudar em alguma causa; e quando estão na rua, tem que voltar logo para casa porque, se atrasarem, serão cobrados, exigidos e punidos.


                  “Quando Raquel se deu conta de que não conseguia dar filhos a Jacó, teve ciúmes de sua irmã e foi reclamar com Jacó: ‘Dê-me filhos, senão morrerei’. Jacó ficou irritado com Raquel e retrucou: ‘Por acaso sou Deus? Sou eu que não te dou filhos?’ Raquel respondeu: ‘Aqui está Bila, minha escrava. Deite-se com ela. Que ela me substitua e que eu tenha um filho por meio dela. Pelo menos assim, vou constituir familia’. E deu Bila por esposa a Jacó. Ele se deitou com ela, e Bila engravidou, dando um filho a Jacó. Raquel disse: ‘Deus está do meu lado e me fez justiça. Ele me ouviu e deu-me um filho’. E deu a ele o nome de Dâ(Justiça). Bila, serva de Raquel, engravidou de novo e deu o segundo filho a Jacó. Raquel disse: ‘Fui para uma luta de tudo ou nada com minha irmã e venci’. E deu ao filho o nome de Naftali( Luta )”.  Gênesis 30.1-12.


1.   1)     Pessoas-alicate sofrem com a inferioridade.
“Quando Raquel se deu conta de que não conseguia dar filhos a Jacó, teve ciúmes de sua irmã e foi reclamar com Jacó”.

                 Raquel tem um sentimento de inferioridade ao se comparar com a irmã. Porque a outra era capaz de gerar filhos e ela não, Raquel limita a sua vida a este simples detalhe que era reforçado pela cultura da época, que via na esterilidade, uma maldição divina.

                    A presença das concubinas na casa indica que isso era comum, quando a esposa não podia engravidar, as escravas da casa tinham a incumbência de gerar filhos que eram considerados legítimos – a concubina era uma espécie de ‘barriga de aluguel’ nos termos contemporâneos. Porque se sente inferior, Raquel é tomada de ciúmes e sua relação com o marido é desgastante e ruim porque ela joga sobre ele a culpa do seu problema.


                        Pessoas-alicate acreditam que as coisas para elas sempre são mais difíceis; elas se acham as vitimas de uma conspiração; tem forte sentimento de rejeição quanto a si mesmas, sua beleza e seu valor pessoal. Por isso elas se agarram aos outros tentando obter deles a sua valorização. 

                        Ao fazer isso elas cobram da familia e de seus amigos uma série de ações que sempre a coloquem como o topo da lista das prioridades. Tudo deve ser primeiro direcionado para elas; qualquer atividade que se pretenda em conjunto primeiro precisa passar pela sua aprovação; nas viagens em familia é a pessoa-alicate quem sempre decide o roteiro das férias e os lugares onde se deve hospedar.


       2) Pessoas-alicate acham que a vida é injusta com elas.
“E deu Bila por esposa a Jacó. Ele se deitou com ela, e Bila engravidou, dando um filho a Jacó. Raquel disse: ‘Deus está do meu lado e me fez justiça. Ele me ouviu e deu-me um filho’. E deu a ele o nome de Dâ”.

                        Quando nasce Dâ, o primeiro filho que Raquel tem através da sua escrava, ela enxerga este episodio como uma questão de ter sido defendida de uma injustiça. O nome “Dâ” significa ‘justiça’. Para Raquel a historia da sua vida era marcada pela desigualdade. Os outros eram mais bem sucedidos e mais felizes do que ela. Quando dá nome ao filho, ela diz: “Deus me fez justiça”. Isso quer dizer que até aquele momento ela entendia que Deus tinha sido injusto – que sua esterilidade era, de fato, castigo divino como a cultura judaica ensinava. 

                                Pessoas-alicate se sentem vitimas da injustiça tanto humana como divina. Por se acharem inferiores e desiguais elas se esquecem de que a questão não é justiça ou injustiça, mas sim, oportunidades e tomada de decisões. Não importa o que acontece em nossa historia, temos sempre que decidir o que vamos fazer com ela.


                         Caso contrario vamos adotar a postura de vitimização – e quem age assim tende a culpar Deus e os familiares por sua tristeza e insatisfação. Pessoas-alicate acreditam que tudo na vida é meritório – se alguém merecer vai receber tudo o que há de bom; se não, receberá a pior  parte reservada para os incapazes. 

                   Elas não entenderam o conceito da Graça de Deus – de que tudo acontece por um ato de amor e bondade de Deus, e que mesmo quando algumas coisas não são da maneira como desejamos, há um proposito Dele por trás do cenário. Jesus diz que Deus envia, igualmente, as coisas boas, aos bons e aos maus, aos justos e aos injustos. 



      3) Pessoas-alicate vivem como se tudo fosse uma disputa.
“Raquel disse: ‘Fui para uma luta de tudo ou nada com minha irmã e venci’. E deu ao filho o nome de Naftali ”. 

                   O segundo filho que Raquel tem através da escrava recebe o nome de Naftali – que significa ‘luta’. Ela não faz festa pelo nascimento do filho; não vê aquele episodio como motivo de celebração – mas o enxerga como um combate. Ela diz: “Fui para uma luta de tudo ou nada com minha irmã”. 

                      A vida para Raquel se transformou numa briga por território. Há uma passagem em que Raquel vê umas frutas o filho de Lia encontra.  (‘mandrágoras’ – afrodisiacas    ). Como Lia não quer repartir as frutas, Raquel propõe que ela faça uma troca - dê–as frutas e como recompensa, deite aquela noite com Jacó, no dia que seria dela para estar com o marido. Seu objetivo – ser a detentora do prazer em lugar da irmã.


                    Pessoas-alicate estão brigando o tempo todo por se manterem no poder e na evidencia . Elas odeiam que o holofote não brilhe sobre suas cabeças e são incapazes de se alegrar com a comemoração dos outros. 
   
                  Basta que alguém comente uma conquista e elas já partem para a agressão achando algum defeito naquela historia. Se o grupo está feliz por algum motivo que não seja o dela, a pessoa-alicate logo arruma uma forma de deixar o ambiente pesado e ruim, para que a atenção de todos se volte para ela. Ao agir assim, as pessoas-alicate deixam a sua vida, e a dos seus familiares, uma rotina triste e sombria, onde não há espaço para risos e alegria.




Como lidar com pessoas-alicate.
1.       Ensine-as a se relacionarem com Deus, a fonte da cura.

    “Quando Raquel se deu conta de que não conseguia dar filhos a Jacó, teve ciúmes de sua irmã e foi reclamar com Jacó: ‘Dê-me filhos, senão morrerei’. Jacó ficou irritado com Raquel e retrucou: ‘Por acaso sou Deus? Sou eu que não te dou filhos?’

            Quando Jacó diz a Raquel que ela deveria tratar deste assunto com Deus, ele está construindo um principio necessário a toda pessoa-alicate:  levar os motivos da   sua infelicidade ao Criador. Porque a atitude de se enxergar como inferior é uma recusa em crer no amor de Deus e na sua justiça. Não há razões para ninguém se achar menor e incapaz diante daquele que fez a todos com múltiplas capacidades e qualidades. Davi no Salmo 139 diz que Deus nos fez com uma peça complexa de tapeçaria com varias cores, texturas, detalhes e belezas.
  
                       È preciso combater na mente essa falsa idéia de que Deus trata as pessoas de maneira diferente – a uns ele dá o melhor e a outros ele castiga. Porque a questão primordial não é exigir que os outros me façam feliz, valorizado e útil – isso é cobrar pessoas que também são imperfeitas e ainda estão tentando se entender e lidar com sua próprias demandas emocionais. Deus sempre será a nossa fonte de prazer e alegria – tudo é uma questão de resolver a vida com ele.




2.       Pessoas-alicate precisam aprender a amar.
 “Raquel disse: ‘Fui para uma luta de tudo ou nada com minha irmã e venci”.

                  A grande pergunta que fica no texto é: “venceu o que?” Porque as duas continuam brigando até o fim e querendo se sobrepor á felicidade da outra. As pessoas-alicate vivem para disputar a atenção e a energia da sua familia mas acabam perdendo o sabor de se alegrarem pela presença delas. 

              Elas enxergam pessoas como objetos e ferramentas, não como gente. E se  não decidem parar de fazer isso elas promovem um colapso emocional em toda a familia, que fica desgastada, confusa e irritada. Pessoas-alicate tem que parar de disputar atenção e viver como se elas fossem o astro em torno do qual tudo gravita. 




                 Para ajudar as pessoas-alicate aumente o seu numero de amigos; inclua mais pessoas em seu circulo de amizades; saia com mais pessoas além dela. Pessoas-alicate precisam ver que outras pessoas também são importantes e que outras formas de vida existem, além da sua. Nunca entre no jogo da pessoa-martelo : isolar a você de outros parentes, amigos e convivios. A cura para o egoísmo presente na atitude de pessoas-alicate é o amor.


Amar é se abrir para outros, interessar-se por outros, ajudar outros.

 Paulo diz em 1 Corintios 13:
"O amor se preocupa mais com os outros do que consigo mesmo.
Não se impõe sobre os outros.
Não age na base do 'eu primeiro'.
Tolera qualquer coisa.
Confia sempre em Deus".