terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Contente consigo mesmo.





Tenho aprendido algumas verdades com a máxima de Paulo, que diz, 'aprendi a viver contente em toda e qualquer situação'.


Lá em seu texto ele trata das realidades da vida que ele e todos os seres humanos vivenciam ao longo do tempo. Olhando para elas observa ele que elas nos afetam somente na medida em que não estamos satisfeitos com o estado de bem estar pessoal.


Eu explico.
Estado de bem estar pessoal é decorrente da opção em gostar da própria companhia quando em solidão, para que, no acompanhamento de outros, somar a eles contentamento e não necessariamente buscar neles a satisfação.


Preciso a cada dia gostar da minha companhia solitária, amar o estar só porque assim verifico quais são minhas verdadeiras demandas internas e não as fantasias que a minha mente possa criar e me iludir.


Acho que muito das frustrações dos relacionamentos humanos decorre desta tendência de projetar sobre o outro muita expectativa e fantasia e pouco do desejo de somar para partilhar, sem exigências e cobranças.


Quando o estar com o outro exige cobrar, exigir e reclamar é porque há no que se queixa um principio de insatisfação consigo próprio. Caim invejou Abel não porque este fosse melhor em algum sentido mas porque ele, o assassino, se viu como menor diante do irmão e de Deus.


Este tempo da minha solidão tem sido bom para isso: curar-me de danosas cobranças futuras que eu possa exigir da pessoa que comigo estiver.
Enquanto isso, vou removendo estas camadas infantis de idealização da vida até o dia em que possa amar de verdade, livre e pronto mais para dar do que para receber.
Caleb Mattos.

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