‘A fé, sempre que se desenvolve em esperança, não traz quietude,
mas inquietude; não traz paciência, mas impaciência. Ela não acalma o coração inquieto,
ela é esse coração inquieto’.
(Jürgen Moltmann)
O contraditório é parte da experiencia cristã legitima.
Vivemos entre dois mundos e somos cidadãos de duas pátrias. Somos pecadores e
salvos ao mesmo tempo. Esperamos muitas vezes contra a esperança. Somos loucos
e sábios. Doentes e curados. Perdidos e achados. Nada temos e possuímos um
reino. Estamos cheios e ao mesmo tempo vazios.
O que não pode faltar à nossa fé se chama esperança. Ambas
andam de mãos dadas no trajeto, do começo ao fim da jornada. Sem fé é impossível
agradar a Deus e sem esperança é impossível viver neste mundo corrompido. Mas a
esperança que recebemos e que precisamos cultivar não é um sentimento que nos
deixa passivos, deitados ‘eternamente em berço esplendido’.
Esta esperança é responsável por incontáveis alterações benéficas
no histórico das sociedades em todo o mundo. Vemos um faminto e não aguardamos
que uma ação governamental crie uma lei para fornecer dignidade ao mesmo.
Socorremos de pronto o que tem fome.
Assistimos uma
discussão familiar e não tiramos uma selfie disso, nem procuramos o tribunal das
pequenas causas. Intervimos em amor e nos oferecemos para orar e conversar. Não
temos resposta para tudo mas cremos numa intervenção de Deus sobre todas as
coisas que hoje tornam a vida sofrida e distante do que deveria ser.
Por essa causa somos otimistas em meio ao caos e desordem,
mas não com um otimismo baseado na crença no ser humano. Nosso otimismo se
baseia na palavra do Deus que anunciamos, que fez Cristo sair do tumulo vivo,
que venceu a cruz pela ressurreição.
Acreditamos na sua promessa de que, onde quer que estejamos
reunidos em seu nome, ele estará ali conosco. Acreditamos que tudo que fizermos
em seu nome, ele fará juntamente conosco.
Mesmo em contradições cremos e temos esperança.
Nosso coração é inquieto, mas não por perturbação nossa e sim pela vontade de
criar um mundo melhor a partir de agora.
Caleb Mattos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário