terça-feira, 17 de julho de 2012

ESTRELAS.


                 

           Um ano luz corresponde a 9.5 trilhôes de km. A estrela Eta Carinae, a 7.500 anos-luz é 400 vezes maior que o sol e quatro milhões de vezes mais brilhante que ele. Em nossa galáxia exitem cerca de 200 a 400 bilhões de estrelas e no Universo a estimativa é que existam cerca de  três septilhões delas.

                 Davi diz no Salmo 8 que o nome de Deus é admirável em toda a Terra. Ele diz isso ao observar as estrelas. Sem nenhum aparelho próprio, sem a tecnologia que temos, sem ajuda do Hubble, Davi fica admirado ao perceber a imensidão do Universo. Ele se vê pequeno, ínfimo e atordoado diante do impacto de algo tão gigantesco e misterioso. O que mais o impressiona no entanto é o fato de Deus se importar conosco. Porque se em comparação com o Universo somos uma partícula de poeira e se existem coisas muito mais brilhantes e de tamanho considerável, qual o interesse do Criador por seres tão minúsculos e frágeis?

               Esta humildade da grandeza de Deus é o que nos faz ficar admirados e surpresos quando lemos na Escritura que Ele se importa com nossa vida e as questões que nos preocupam. Que é capaz de dar atenção às nossas orações e intervir quando estamos em perigo. Que deixou sua gloria e imensidão para se encarnar e anunciar sua salvação por meio do Filho. Jesus escolhe a posição humilde porque mesmo a mais opulenta forma de vida não seria adequada para representar ou lembrar um pouco que fosse da sua glória.

                Quando Davi olha para as estrelas ele adquire uma perspectiva muito maior sobre a existência. È talvez por isso que em outro Salmo ele afirme que 'seu coração não se elevou, nem está a procura de grandezas'. Ele entende seu verdadeiro tamanho e que não há nada que precise fazer para impressionar ninguem. Sabe que é um homem amado e cercado de cuidados de um Deus misterioso mas que se revela e se mostra para se tornar amigo.


                Isso mostra que nós não somos o centro do Universo, nem o centro da vida, nem o centro das atenções. Precisamos parar com as nossas megalomanias porque muito da nossa ansiedade provem desta tendência em querer ser o que não somos e não aceitarmos a igualdade da condição humana.  

                  Tudo que parece importar na Modernidade é a construção de uma imagem baseada na lei do consumo. Nosso valor, posição em sociedade e contatos são mediados pela tentativa insalubre e contínua de ascender. Superar-se, crescer, estar um nivel acima, dar uma boa impressão. A pergunta é: qual o limite da grandeza que aspiramos? E por que achamos que nós somos o alvo e o objetivo da vida?

                   Davi nos recorda a necessidade de buscarmos a transcendência. Procurarmos deixar de lado um pouco nossa megalomania e refletirmos mais sobre o que há na vida além do consumo. Jesus diz que ela é mais do que alimento e roupa. Ela é um objetivo maior, ela aponta para Deus e seus propósitos. Ele chama cada estrela pelo seu nome, mesmo que saibamos que existam cerca de três septilhões delas no Universo. Para que elas estão lá? Por que estamos aqui? Se as respostas não remeterem a Deus e seus objetivos, estaremos vagando, pela vida e pelo Universo, como um satélite desativado e fora de órbita.

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