terça-feira, 18 de setembro de 2012

A SOGRA QUE TODA NORA DESEJA.


         


                        “Por isso, tome um banho e use perfume. Arrume-se e desça para o campo. Mas não deixe Boaz saber que você está ali até depois de ter comido e bebido. Quando você o vir saindo para se deitar, observe para onde ele vai e siga-o. Deite-se aos seus pés, para que ele saiba que você está disponível para se casar com ele”. Rute 3.3-4.


                Rute é uma jovem natural da terra de Moabe que se casa com um judeu. Ele morre depois de alguns anos de casamento e a sua mãe, Noemi, aconselha Rute, viúva como ela, a regressar à casa de seus pais. Rute não deseja se separar da sogra porque a relação entre ambas sempre foi boa, nutrida com amizade e respeito. Por que ?

         Primeiro, na historia você pode notar que Noemi não disputava seu filho com a nora. Ela aconselha a jovem viúva a se casar de novo, com um parente seu, Boaz, que é rico e latifundiário. Que sogra diria isso? Ela sugere que Rute se perfume, se apresente sedutora para o candidato e vá procura-lo. Uma sogra comum diria para a sua nora continuar vestindo luto, cobrir-se com uma burca e nunca mais pensar em romance. Tudo para preservar a memoria do seu filho falecido. Noemi, no entanto, deseja o melhor para sua nora: um marido mais rico e um novo romance.

          Segundo, Noemi, a sogra, chama a nora de 'minha filha'. Ela não só liberou o filho da condição embrionária como adotou a nora como parte da sua família. Ela entendia que nora não é concorrente, mas uma filha do coração que veio acrescentar companhia, amor, solidariedade e celebração à casa. Rute cuida de Noemi o tempo todo e ela, a sogra, já envelhecida, sabe com gratidão, que deu o passo certo ao tomar aquela jovem como parte da sua tarefa materna. Ela não perdeu o filho, ela ganhou uma filha. Não é sem motivo que Rute diz: 'Onde fores eu também irei, onde morreres eu também morrerei'.

          Terceiro, Noemi e Rute eram viúvas. Ambas sabiam que estavam em pé de igualdade pela circunstancialidade da vida. Havia respeito pela dor mútua. Havia cumplicidade em partilhar alegrias e tristezas. Isso produzia união entre nora e sogra. O problema com os modelos decadentes desta relação é que nora e sogra se enxergam como uma ganhando e outra perdendo; a disputa dá o tom da convivência e a meta é vencer e provar quem tem razão.

              Nora e sogra podem se dar melhor. A sogra, se entender  que a nora é uma filha do coração, uma companheira que entende e que está pronta a ajudar e fazer companhia, e não uma pessoa que 'roubou' o coração do seu filho. Toda sogra tem que parar de alimentar o complexo de Édipo com filhos que já passam da adolescência e, ás vezes, ainda não se casaram por causa da pressão emocional da mãe que não quer largar o rebento, nem desmamá-lo.

          A nora pode se dar melhor com a sogra se enxerga-la como mãe. Ela tem sim, mais experiencia, mais vivencia, e conhece defeitos e qualidades do filho. Pode orientar a nora a descobrir o caminho do coração do filho para que o casamento seja mais pavimentado e menos cheio de obras a fazer. Noras precisam estar dispostas a aprender com a sogra, tratando-as com admiração e respeito, para que assim tenham uma aliada ao seu lado. Não disputa seu marido com sua sogra - você vai perder esta briga - em vez disso, tente conquista-la com amor. Você só tem a ganhar.










Um comentário: