terça-feira, 25 de setembro de 2012

DISCURSAR OU DEMONSTRAR.




"Mostrando-se acessíveis aos outros, vocês motivarão as pessoas a se aproximar de Deus, o generoso Pai do céu".    Mateus 5.16.

              O grande objetivo pelo qual nós somos chamados por Deus é torná-lo conhecido das pessoas. Fazer com que Ele apareça mais neste cenário complexo e cheio de escuridade. 

             A grande pergunta que todos fazem é: como podemos mostrar Deus para este mundo? Já estamos saturados de pregadores que povoam a televisão prometendo milagres instantâneos  a todo aquele que preencher um cheque e pela fé doar para sua missão.         


              Nos decepcionamos com os crescentes níveis de intolerância religiosa no mundo, uns provocando os islâmicos e outros querendo matar quem ofende Maomé. A religião definitivamente não é o veiculo mais adequado para mostrar Deus. Então como fazer para que Deus efetivamente compareça no dia a dia das pessoas e seja por elas percebido?



                    O apostolo Paulo usa uma metáfora para isso. Ele diz que nós somos a carta de Deus que precisa ser lida pelo mundo, e o perfume de Deus que deve ser sentido por todos. Deus escreve em nós os seus atributos e quando estamos diante dos outros estes atributos como misericórdia, solidariedade, bondade, gentileza e mansidão são lidos. Pessoas percebem que Deus vive em nós sem que precisemos dizer isso. Elas notam que há algo em nós que elas desconhecem mas que também desejam. È como o perfume que é notado assim que alguém entra num recinto. Então tornar Deus conhecido não é tanto falar dele mas mostra-lo.

                   Temos aprendido que nossa missão é basicamente proclamar, anunciar. Mas parte desta tarefa é melhor cumprida se nos preocuparmos mais em demonstrar, em imitar um modelo. O único modelo correto quanto á personalidade de Deus é o seu Filho Jesus Cristo. Nele nós encontramos a semelhança exata da imagem de Deus. E o desejo de Deus é fazer com que todos nós pareçamos com seu Filho. Tornar Deus mais atuante neste mundo é imitar seu jeito de ser e de tratar pessoas.

              Viver intencionalmente imitando Jesus porque ele disse: 'quem vê a mim vê o Pai'. Mas quem não o imita caricaturiza Deus e o transforma em um monstro que mete medo, que causa neuroses, que intimida, que dá ordens e que apenas obediencia cega. Deus como dogma é a mais perversa forma de engano. Deus como doutrina é frio como gelo porque não se insere nos bastidores da problematica humana - apenas aponta o erro mas jamais ajuda a melhorar. 

           Jesus em seus dias tornou a vida na Galiléia muito melhor por meio de seu estilo de vida e manifestações de Deus. A Galiléia não se tornou mais religiosa, apenas mais viva, mais cheia de alegria, mais plena de satisfação e humanidade. Que nossos braços falem mais que as nossas bocas; que as nossas mãos convençam mais do que o discurso; que Ele seja visto não quando entramos numa igreja mas quando atuamos no mundo.



        Francisco de Assis dizia a seus discipulos: "Preguem o Evangelho em todo o tempo, se for preciso, usem palavras’. 



         “Que te aproveita discutires sabiamente sobre a  Trindade, se
não és humilde, desagradando, assim, a essa mesma Trindade?
Na verdade, não são palavras elevadas que fazem o homem justo;
mas é a vida virtuosa que o torna agradável a Deus. Prefiro sentir a
contrição dentro de minha alma, a saber defini-la. Se soubesses de
cor toda a Bíblia e as sentenças de todos os filósofos, de que te
serviria tudo isso sem o amor e a graça de Deus?”
“A imitação de Cristo” – Tomás de Kempis, escrito em 1441.

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