terça-feira, 20 de novembro de 2012

DUAS PALAVRAS.

               

           "Eu também não a condeno. Agora, vá, e abandone sua vida de pecado".  João 8.11.

                        No conhecido encontro com a mulher adultera, que quase morreu apedrejada pelos religiosos, salva pela palavra de Jesus: "Aquele que estiver sem pecado seja o primeiro a atirar a pedra" existem duas palavras importantes ditas à ré.

                   A primeira é uma palavra de perdão. Jesus não a condena pelo seu ato porque ela mesma já se condenara, desde o momento em que, não se sabe por qual motivo, decidiu romper com algum principio de dignidade e respeito consigo mesma, e se entregou a outro homem que não era seu marido. Muitas justificativas poderiam ser escolhidas para desculpa-la pelo que fez, mas, todas elas não invalidariam o ato que causou vergonha, culpa e ameaça à sua integridade e futuro. Mesmo assim, Jesus não a condena, mais do que ela própria já se sentia, porque isso seria acrescentar mais um peso a quem já está curvado pelas consequências da sua própria escolha.

                A segunda palavra é também fundamental. Jesus a adverte para parar com aquele habito de se deitar com outros homens e readquirir o autorrespeito  a decência, e a fidelidade conjugal. Não se teria qualquer certeza se seu marido a receberia de volta, mas, em todo caso, o necessário é que ela pusesse um freio naquele hábito nada saudável de ter relações sexuais sem compromissos a longo prazo sem nenhum vinculo conjugal.

              O peso da questão não é tanto a sexualidade. Poderia ser qualquer outro assunto, pecado, transgressão. Jesus diria a mesma coisa. Que é preciso parar com o hábito que provoca a culpa, a condenação, e o aprisionamento da consciência  Abandonar o pecado não é uma questão meramente religiosa.

              Porque se desejarmos podemos trocar a palavra 'pecado' e defini-lo como 'vicio', 'habito', 'tendencia'. O que pesa não é uma definição conceitual, mas sim uma pratica escravizante e contínua, que acarreta este efeito de ser jogado ao chão, ao pó, e não conseguir se levantar porque há muitos acusadores.
O que estava errado na historia não era a condenação. 

                A Lei realmente condenava o adultério  como até hoje as Escrituras condenam. O errado estava nas pessoas que se esqueceram de seus próprios pecados. Jesus não absolveu a mulher porque ela era uma vitima. Ela era, de fato, culpada, mas precisava de perdão para recomeçar. 

                 Ele não a manda embora em paz, apenas. Ele condiciona a paz ao abandono do seu pecado. Porque em pecado ninguém terá paz, mesmo que acredite no perdão de Deus. Na continuada pratica do condenável ninguém dorme tranquilo. 

              A doutrina da Graça não elimina a necessidade do arrependimento. Jesus não morreu na cruz só para perdoar, mas para vencer o pecado. Por isso, é necessário tanto uma palavra quanto outra:  o perdão e o convite ao arrependimento. Somente assim é que poderemos voltar em paz para nossas atividades, nossa vida, nossos relacionamentos.

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