terça-feira, 19 de março de 2013

Quero morar na Babilônia !


        

    A presença dos verdadeiros discípulos de Jesus na sociedade sempre colaborou para a mudança de cenário dos piores países e cidades do mundo. 

        Precisamos da ajuda da Historia para não desistirmos do chamado de Deus para representa-lo neste mundo e procurar fazer alguma diferença positiva.

     Na Inglaterra escravagista foi o desempenho de um cristão comprometido, membro do Parlamento, William Wilberforce, que travou longas lutas com os parlamentares para convence-los da desumanidade do trafico humano. Até que, pela oração de Wilberforce e muitos outros e de horas e de anos de debates acalorados, a Inglaterra aboliu a escravidão de suas colônias e influenciou o resto do mundo a fazer o mesmo. 

   Nos séculos 18 e 19 houve um forte movimento missionário no mundo. Mas os homens e mulheres que levavam aos países a Palavra de Deus, carregavam na mala sementes de cacau, de café e medicamentos para sanear a economia e a saúde destes países.

      Na Tailândia, eles conseguiram combater com eficácia a lepra, a varíola e a malária. Quando foram para a China se depararam com um numero incontável de cidadãos dependentes do ópio.

     Eles combateram a dependência e os traficantes. Alem 
disso, naquelas regiões empobrecidas do mundo, onde não havia água, eles cavaram poços artesianos e mudaram tanto o cenário como a economia.

      Na Índia  onde havia uma pratica cultural cruel de queimar viúvas que não eram produtivas à sociedade, os missionários as recolhiam em abrigos e as sustentavam até a morte. 

      O que prova que a ação de levar o Evangelho associado à filantropia já deu resultados concretos de melhoria de cidades pelo mundo afora.


      Houve um período na historia de Israel em que eles foram invadidos e levados para o grande império da Babilônia. Sua economia foi destruída  a cidade queimada e as famílias separadas. 

      Eles permaneceram naquela terra estranha por longos 70 anos até voltarem pelas mãos de um grande líder chamado Neemias.

     Mas , enquanto estavam na Babilônia, Deus ordenou que eles levassem sua vida normalmente. Que construíssem casas, que se casassem e fizessem o mesmo com os filhos e netos. 

       E que, principalmente, orassem e colaborassem para a paz e a prosperidade da Babilônia  porque, a paz e a prosperidade deles dependeria da paz e da prosperidade dela.

       Eles não entenderam o recado e, com exceção de alguns, a grande maioria queria a morte da população, a vingança e o fracasso daquela civilização.

     Se Deus nos coloca em uma sociedade absolutamente marcada pelas trevas é para que, tendo em nós a luz de Cristo, venhamos a refleti-la em nosso cotidiano. 

      Se a mesma sociedade se deteriora venhamos ajuda-la a ser preservada com o sal que ele colocou em nós.

       Portanto, a atitude correta de cada um de nós na cidade e nação não é fuga, condenação e profetismo tolo, do tipo 'que fique pior para que Jesus volte logo para me buscar e me tirar desta bagunça'.

       Mas que imitemos o Filho de Deus, que sendo eterno, se fez homem, sendo rico se fez pobre, sendo santo se fez vulnerável sem ter pecado, sendo perfeito amou os imperfeitos. 

     E viveu na Galileia para colaborar com as pessoas, a fim de resgata-las da miséria  dando-lhes pão, resgata-las da doença, promovendo a cura, resgata-las da exploração, denunciando os abusos da politica e resgatando-as da falta de sentindo, mostrando-lhes Deus, a Graça e a salvação.

     Nem sempre é fácil viver na Babilônia.
     Mas nós não estamos nela por opção, e sim por um chamado inadiável de Deus.

    Sendo assim, que Deus abençoe a nossa Babilônia e nos use para os propósitos que ele tem para ela!

quinta-feira, 14 de março de 2013

O PRESTÍGIO DE HUGO CHÁVEZ NO CÉU.



                   Fiquei feliz com a escolha de Jorge Mario Bergoglio, o agora Papa Francisco, um argentino como líder da instituição católica mundial. 
            A escolha do nome Francisco sinaliza a identificação da trajetória de vida de Jorge à frente da causa dos pobres e da constante oposição ao antigo presidente Nestor Kirchner, marido da atual presidente argentina. 
          O novo Papa tem enormes desafios pela frente mais até do que a questão da pedofilia por parte dos padres. Espera-se que ele dê um novo rumo à Igreja Católica, tradicionalmente voltada para a Europa e tão distante das questões mais emergenciais dos países da America Latina, Ásia e Africa. 
         Por seu histórico na Argentina, de militância em favor de causas sociais, Francisco parece ser a pessoa ideal que a Igreja Católica precisa neste momento tumultuado que enfrenta, uma possibilidade de voltar-se mais para o povo, numa atitude realmente pastoral, do que continuar apenas tentando se manter como religião oficial de países. 
        Mas o que me chamou a atenção em todo este processo do conclave foi o pronunciamento de Nícolás Maduro, que ocupa provisoriamente a vaga deixada por Hugo Chávez depois da sua morte. 
         Ele disse a uma reportagem que a escolha do argentino aconteceu graças à intervenção do ex-presidente venezuelano, que, tendo chegado ao céu, intercedeu diretamente a Jesus Cristo para que Jorge fosse o escolhido. 
        Para além da declaração pastelônica de Maduro, que para mim parece bem verde, existe uma crença no mundo da politica de que lideres caudilhos e populistas como Chávez  de tão aclamados, devem ter não apenas na terra a indiscutível liderança, mas que também  depois da morte, ocupam no Paraíso um lugar de destaque ao lado da própria Trindade. 
         Eu temo pelo futuro da Venezuela se homens como Maduro se tornarem tão devotos do Chavismo a ponto de colocarem para ele um quarto trono no Céu.
          Porque se a legitimação da continuidade deste tipo de regime já é defendida com muito discurso inflamado na terra, pior é quando esta legitimação tem como base a religião, o sentimento de que, afinal, Chávez foi tão santo que, quem sabe, mereça até uma futura canonização pelas mãos do novo papa. 
        Já embalsamaram o corpo, estão tentando embalsamar a alma. A alma de Chávez está viva, digo alma no sentido da sua presença politica no país. 
        Difícil tarefa para a oposição, porque o sentimento religioso ao qual a figura do antigo presidente está ligada é muito forte e por vezes sempre foi empregada como reforço da continuidade do mesmo.
         Não bastaram os anos em que Chávez reinou absoluto na Venezuela, agora quer um principado no Céu?
          Eu diria que a declaração de Maduro revela apenas uma coisa: como presidente interino, ele é um excelente motorista de caminhão.

terça-feira, 5 de março de 2013

FORMATAR O CORAÇÃO.

           

                           Existe um profeta bíblico  de nome Jonas, que certo dia foi convocado por Deus para viajar até a cidade de Nínive a fim de comunicar a mensagem do Senhor para aquele povo.

                Ele se recusa a cumprir esta convocação, parte em um navio para outro lado do mundo até ser interceptado por uma tempestade divina que termina por lança-lo no ventre de um grande peixe, teleguiado, que o conduz até ao lugar onde deveria ter ido.

              Meio a contragosto cumpre sua tarefa e, para sua surpresa, toda a população da cidade se arrepende de seus erros e rende-se a Deus.

              Jonas se retira para um canto revoltado e pede para morrer porque, em sua logica, era melhor provar a morte a ter que assistir pessoas felizes porque perdoadas e amadas por Deus.

             De onde procede sua elevada irritação?

              Da incapacidade de se vingar - afinal os ninivitas por inúmeras ocasiões invadiram Jerusalém  saquearam a cidade, mataram pessoas e saíram impunes.

            Da sua noção de justiça - porque os cidadãos da cidade santa eram mais justos e corretos do que os malvados invasores de Nínive.

            Da sua percepção acerca de Deus - ele os tinha escolhido como nação, desde os dias de Abraão, o pai da fé, e por isso, naturalmente excluído qualquer outro povo de sua bondade e salvação.

          Nós ficamos irritados quando aqueles que merecem punição não a recebem, e pior ainda, alcançam uma certa proteção e oportunidade de Deus.

             Como ele pode agir dessa forma, não nos permitindo ver a piora dos que nos trataram mal, nos prejudicaram na vida, nos ofenderam duramente, nos passaram para trás?

            Perdidos em nossas reflexões deixamos de notar que Deus visita os ninivitas com a oferta da salvação justamente porque eles eram maus, violentos, injustos e agressores. Que ele os convida a mudar de vida, de caminho, de hábito.

             Jesus mesmo fez questão de afirmar que os sãos não precisam de médico, mas sim os doentes.
Que Deus não quer salvar santos, mas sim pecadores.

           Por isso, aquelas pessoas que de alguma forma estão hoje em nosso disco rígido  na memoria fixa da nossa indisposição e revolta precisam ser dignas da oração que fazemos a Deus. Porque se nos fazem mal é justamente pelo fato de estarem perdidas e não saberem amar. Sua injustiça é apenas o retrato mais evidente do estado de suas almas.

        Paulo recomenda vencer o mal com o bem. Porque o bem é a redenção do mal, é a sua cura, a sua efetiva correção.

       Jesus aconselha orarmos por aqueles que nos maltratam e que nos perseguem.

       Caminho pouco percorrido, é verdade.

        Mas único caminho para formatar nosso coração de todo ódio que está nele impregnado.