terça-feira, 16 de junho de 2015

A BENÇÃO DO EVANGELHO.







Um homem cujo nome não mencionarei descia uma rua onde estávamos cantando e anunciando o Evangelho de Cristo. 

Numa noite de verão, por sobre uma picape, com lâmpada presa a uma haste, com instrumentos musicais, um mini palco.


A luz da lâmpada atraiu siriris e alguns deles entraram sem a devida licença pela minha boca enquanto falava. Um pequeno grupo assistia a tudo e nos ouvia. Orações, cânticos, a Bíblia lida e proclamada.


Então eu o vejo descendo a rua e vindo em nossa direção. Visivelmente embriagado cruzava os  dois lados da rua até conseguir ficar em frente ao carro. Ele era o mais próximo de todos. 

Parecia com uma atenção redobrada e muito interessado. Ficou ali até a ultima oração. Convidamos quem quisesse ter um encontro com Cristo naquela noite. Ele foi o único a levantar a mão.


Eu desci da picape e orei com ele. Cheirava a muita bebida. Então perguntei se ele tinha compreendido tudo que acontecera ali. Se sua oração foi consciente, de coração. 

Ele disse que sim. Então eu lhe passei o endereço da igreja. Era um sábado a noite. Não anotei no papel, não lhe dei um cartão. A igreja ficava uns 4 quilômetros de onde ele morava, próximo de um córrego, numa casa de tábuas e com cheiro de esgoto ao fundo.


Alguém comentou comigo que, se ele achasse a casa dele naquela noite já seria um milagre. Eu confesso a você que concordei. E eu havia acabado de anunciar a salvação em Jesus Cristo a todo o que nele crer, não importa quem seja, e como esteja.


No domingo à noite eu tomei um susto. Na entrada da igreja lá estava ele. Não mais alcoolizado, mas sóbrio; não mais com roupas sujas mas com paletó e calça social. Não mais com aquele conversa que mal se entende mas com sorriso no rosto, como que zombando da minha falta de fé, me disse exatamente isso: ‘Eu não disse que eu viria?’


E ele veio e ficou.

Trouxe a esposa e todos os numerosos filhos para a igreja e para o Evangelho.

Construiu uma nova casa num outro bairro aos 64 anos. Com seu trabalho, com seu suor e ajuda dos filhos. Na frente da casa montou um salão de cultos. Como era gostoso cultuar a Deus ali. Tudo simples, mas limpinho e cheio de alegria.

 Ele cantava e tocava seu violão. Compôs muitos hinos de adoração a Jesus. Tudo carregado de emoção, fé, certezas e novidades.

Filhos cresceram, filhas se tornaram missionarias, outros líderes de igrejas. Não dá para dimensionar o que Deus fez na vida dele e através dele. 

São muitos os frutos. Uma surpresa feliz. Um de seus netos hoje mora no mesmo condomínio que eu. Feliz nós conversamos e relembramos de tudo quando ele era apenas uma criança.


O Evangelho é assim. Chega em lugares inóspitos e sem esperança. Penetra nas histórias mais destruídas que você possa ter visto ou supor. Transforma de dentro para fora hábitos e promove novas atitudes. 

È mesmo como o fermento que leveda toda a massa. Tudo cresce, se multiplica e se expande através dele.

È por isso que amo pregar o Evangelho. Desde o dia em que ele entrou no meu coração. Porque por meio dele muitas tristezas são curadas. 

Feridas são cicatrizadas. Futuros brilhantes são construídos. E o cântico sai da alma dos que o acolhem. Como do violão daquele querido irmão.  E faz todos que o recebem cantar com sinceridade: 


‘Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro.

‘Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos.

‘ E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR’ – Salmos 40:1-3.

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