quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Você é diretamente responsável pelo que fala.

‘Palavras bondosas são como mel: doces para a alma e saudáveis para o corpo’. Provérbios 16:24.

Muito tempo antes da ciência atestar que somatizamos sentimentos e aquilo que escutamos, Salomão já apontava a relação intrínseca entre a alma e o corpo. No que se refere ao que dizemos e ao que escutamos isso é muito nítido. 

Pessoas saudáveis são aquelas que ouvem palavras de bondade e que, por sua vez, transmitem palavras bondosas promovendo bem-estar aos que as ouvem. Nem sempre, porém, isso é a regra. Grande parte daqueles que apresentam transtornos posteriores á primeira infância são procedentes de lares disfuncionais quanto ao modo de  tratar seus membros. Lares onde a palavra está muito longe de ser mel pois vem carregada de histórias malsucedidas anteriores á formação do lar, heranças de outros lares formadores onde também se ofendia, se maltratava, onde a presença da tortura psíquica era o DNA familiar.
Lares se unem e se mantém porque os seus membros sabem conversar respeitosamente com carinho e isso produz um legado de afeto às novas gerações que ali estão se formando. Lares são destruídos onde abunda a critica contumaz, a mágoa persistente, a queixa incessante e a ofensa. Existe um poder imenso na palavra e deveríamos usar este recurso de forma a produzir bem estar.
É preciso aprender a tratar as próprias questões pessoais de insatisfação com a vida antes de projeta-las injustamente sobre aqueles que convivem ao nosso lado o tempo todo. Ninguém tem culpa se você sofreu.

 Por isso mesmo a melhor medida é superar dentro de você este vírus da amargura e mata-lo no seu coração em vez de permitir que ele se propague por mais tempo através dos filhos e netos. Aprenda a falar com você mesmo palavras bondosas. Se você vem de uma família onde tudo era ofensa provavelmente repetirá a você mesmo esses conteúdos já impregnados. Desconstrua o discurso e repita a você mesmo palavras doces, palavras de encorajamento, palavras de autoestima e palavras que lembram como a vida em Deus é boa e feliz. 

Assim, pouco a pouco, você conseguirá não só mudar seu coração como também abençoará os outros com a palavra apropriada e construtiva. Lembre-se: você não pode mudar o seu passado, mas pode transformar o mal que lhe aconteceu em bênçãos para sua vida e para todos.
Caleb Mattos.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Tristes sim. Melancólicos, nunca!



A Bíblia começa com a Criação e termina com a Redenção. A Criação perfeita e integra certo dia foi invadida pelo imperfeito. A primeira invasão contaminou aqueles que eram puros e se estendeu como vírus a toda descendência. O mal deu o tom do cotidiano e então a vida passou a ser difícil, custosa e sofrida. Suar para ganhar o pão, gerar filhos com dores e ver os dias escorrerem como areia numa existência desprovida de horizontes. 

Mas, então, no devido prazo, chegou a Redenção. A partir da segunda invasão, o ser humano foi restaurado á primeira imagem e condição. E, embora lide ainda com os efeitos da obra do primeiro hospedeiro, sabe que está imunizado contra ele e vai a cada dia melhorando em todos os sentidos até a cura definitiva. E, ainda que o primeiro livro, Gênesis, lamente dizendo que ‘maldita é a terra’, o ultimo livro, Apocalipse declara: ‘Vi um novo céu e uma nova terra nos quais habita a justiça’. O primeiro livro narra dor e cansaço, mas o ultimo livro decreta o fim da morte, da dor, do luto e do pranto. 

Neste intervalo entre um livro e outro acontece a nossa vida. E nela ainda residem sinais da nossa contaminação. Por isso ainda temos angustias e tristezas, envelhecemos de ansiedade e choramos nossas perdas. Mas o espírito com que precisamos lidar com tudo isso é o da Redenção. Como sabemos que choramos aqui, mas em breve não mais, que a esperança alimente nosso amanhecer e nosso sono. Por vivermos a certeza de que o mal será banido tratemos os males da vida como aquilo que está perdendo potencia e que está prestes a se extinguir. Como caminhamos para o melhor, que o pior de hoje seja encarado apenas como poucos metros que faltam para cruzar a linha de chegada.

 Porque se eu sei em quem tenho crido eu vivo mais feliz. E isso não é um conselho de autoajuda. Isso é uma decisão de não me deixar mais abater quando alguma noticia ruim me pega de surpresa e me joga no chão do desespero. Que eu decida me ajoelhar e lançar os fardos diante daquele que está me conduzindo da doença para a cura, do mal para o bem, da tristeza para a alegria. Eu aprendi que tristeza é um momento e melancolia é um estado. Temos motivos para a tristeza, mas para a melancolia não mais. 

Porque aquele que nos ama nos tornou vencedores. Vencedor é todo que vence a dor. Ele venceu a dele na cruz e declarou: ‘Eu venci’. E nós que nele cremos também vencemos. E nada aqui terá mais poder de nos deixar caídos no chão do desalento, ‘nem morte, nem vida, nem anjos, nem demônios, nem o que existe hoje, nem o que virá no futuro, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nada, em toda a criação, jamais poderá nos separar do amor de Deus revelado em Cristo Jesus, nosso Senhor’.  

Quando alguma notícia ruim chegar lembre que você já foi imunizado e sua cura está a caminho. Você não é mais um ser da Criação, você é um ser da Redenção.
Caleb Mattos.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

DÁDIVA.



‘Ninguém pode receber coisa alguma, a menos que lhe seja concedida do céu’(João Batista).

Toda pessoa que empreende alguma coisa por um bom tempo e faz isso de maneira dedicada e com excelência vai despertar a atenção e, mesmo que não queira, receber comentário elogiosos e uma certa popularidade. Quem é figura publica é visto e observado em todo o tempo. Pode trazer para si admiradores e também críticos. 

João Batista era primo de Jesus. Começou sua vocação que consistia em pregar e batizar muito antes de Cristo inaugurar sua incomparável missão. Um grande numero de pessoas ia até João ouvir o que ele tinha a dizer e participar daquilo que Deus fazia por seu intermédio. Mas aí chega Jesus. E imediatamente ofusca tudo quanto seu primo João realizava há anos. Nem podia ser diferente. João entendeu isso sem ressentimentos ao dizer que a única coisa que ele fez foi preparar pessoas para se encontrarem com o Maior. Ele se contentava em ser o Menor. 

Disse isso com aquela tranquilidade de quem recebeu uma tarefa do céu e conseguiu cumpri-la. Nada do que ele havia feito era de sua própria inventividade, mas vinha do alto e para o alto se destinava. 

Pois bem. 

Se tudo o que recebemos vem do céu nós apenas trabalhamos com uma matéria prima que já vem pronta. O que realizamos nada mais é do que transformar o que do alto vem em beneficio a muitos que na terra estão. 

Tudo é dádiva. O que hoje possuímos e até aquilo que pedimos e recebemos.  Sendo desta forma não há motivos nem para fazermos do brilho nosso objetivo, nem pela ausência dele nos entregarmos ao desanimo. Em nada do que haja sido concedido aos homens existe razão para fazer disso um promontório pessoal. Nem  transformar uma dádiva em razão de ser e existir. 

O que nos é do céu concedido visa bom gerenciamento. È, por assim dizer, um empréstimo. O que no Alto está avaliará um dia o que fizemos daquilo que nos foi emprestado. Se tudo é empréstimo, não custa doar, colaborar, já que propriedade não é um titulo que tenhamos recebido. Nada é nosso ainda que com o suor do rosto tenhamos produzido. 

E se não é nosso não há motivo para considerar que disto precisamos como uma garantia para o hoje e o amanhã. Quem pratica o desapego mostra fé na provisão. 

Quem é possuído pelo que tem nada vê além do seu minúsculo mundo e é cativo daquilo que recusa partilhar. João Batista fala sobre receber e conceder. Quem só recebe, mas não concede, por isso, é incapaz de dizer: ‘convém que ele cresça e que eu diminua’.
Caleb Mattos.