‘Ninguém pode receber coisa alguma, a menos que lhe seja
concedida do céu’(João Batista).
Toda pessoa que empreende alguma
coisa por um bom tempo e faz isso de maneira dedicada e com excelência vai
despertar a atenção e, mesmo que não queira, receber comentário elogiosos e uma
certa popularidade. Quem é figura publica é visto e observado em todo o tempo.
Pode trazer para si admiradores e também críticos.
João Batista era primo de Jesus.
Começou sua vocação que consistia em pregar e batizar muito antes de Cristo
inaugurar sua incomparável missão. Um grande numero de pessoas ia até João
ouvir o que ele tinha a dizer e participar daquilo que Deus fazia por seu
intermédio. Mas aí chega Jesus. E imediatamente ofusca tudo quanto seu primo João
realizava há anos. Nem podia ser diferente. João entendeu isso sem
ressentimentos ao dizer que a única coisa que ele fez foi preparar pessoas para
se encontrarem com o Maior. Ele se contentava em ser o Menor.
Disse isso com aquela
tranquilidade de quem recebeu uma tarefa do céu e conseguiu cumpri-la. Nada do
que ele havia feito era de sua própria inventividade, mas vinha do alto e para
o alto se destinava.
Pois bem.
Se tudo o que recebemos vem do
céu nós apenas trabalhamos com uma matéria prima que já vem pronta. O que
realizamos nada mais é do que transformar o que do alto vem em beneficio a
muitos que na terra estão.
Tudo é dádiva. O que hoje
possuímos e até aquilo que pedimos e recebemos. Sendo desta forma não há motivos nem para
fazermos do brilho nosso objetivo, nem pela ausência dele nos entregarmos ao
desanimo. Em nada do que haja sido concedido aos homens existe razão para fazer
disso um promontório pessoal. Nem transformar uma dádiva em razão de ser e
existir.
O que nos é do céu concedido visa
bom gerenciamento. È, por assim dizer, um empréstimo. O que no Alto está
avaliará um dia o que fizemos daquilo que nos foi emprestado. Se tudo é
empréstimo, não custa doar, colaborar, já que propriedade não é um titulo que
tenhamos recebido. Nada é nosso ainda que com o suor do rosto tenhamos
produzido.
E se não é nosso não há motivo
para considerar que disto precisamos como uma garantia para o hoje e o amanhã.
Quem pratica o desapego mostra fé na provisão.
Quem é possuído pelo que tem
nada vê além do seu minúsculo mundo e é cativo daquilo que recusa partilhar.
João Batista fala sobre receber e conceder. Quem só recebe, mas não concede,
por isso, é incapaz de dizer: ‘convém que ele cresça e que eu diminua’.
Caleb Mattos.
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