O que um simples nome desperta em
sua memória? Pode ser que boas lembranças ou recordações que você nem faz
questão de mencionar. Nomes são pessoas com as quais estabelecemos vínculos próximos.
Se os vínculos produziram um suporte ao momento que passamos, toda vez que este
nome for mencionado sentiremos um prazer imediato, dada a importância que
aquela vida, que tocou nossa alma, teve. Mas outros nomes que causaram prejuízo
despertam sentimentos contraditórios e mesmo que o nome seja o mesmo, mas a
pessoa não, temos que fazer um exercício para descolar um do outro.
Há um texto na Bíblia onde muitos
nomes são citados com imenso prazer. Esta lista se encontra no ultimo capitulo
do livro de Romanos. O autor das saudações é o apostolo Paulo. Eu começo a mencionar
cada nome, associado a um ato positivo correspondente. Febe, ‘a mulher digna de
honra’. Priscila e Aquila, ‘colaboradores que arriscaram suas vidas por mim’. Epêneto,
‘meu querido amigo’. Andronico e Junias ‘que estiveram comigo na prisão’. Amplíato,
‘meu querido amigo’. Urbano, ‘nosso colaborador’. Apeles, ‘um bom homem’. Rufo
e sua mãe, ‘que tem sido mãe para mim’.
Mas, na continuação dessa lista,
o autor menciona outros. E estes outros não tem nome. Enquanto a primeira lista
é classificada como a lista dos cooperadores, a outra lista de pessoas sem nome
é classificada como lista dos bajuladores. O autor chega a dizer para manter
distancia dessas pessoas porque elas, buscando apenas seus próprios interesses,
enganam inocentes com palavras de bajulação.
Olha que contraste: cooperadores
e bajuladores.
Um cooperador é alguém que coopera com a dor do outro. Mas um
bajulador é alguém que usa a dor do outro para tirar proveito. E entre as duas
listas, a primeira é referendada por atos de amor. A segunda, por atos de mau
caratismo. Isso porque fazemos questão
de lembrar quem marcou nossa vida. Mas fazemos questão de esquecer quem nos
prejudicou.
O primeiro ato se chama ‘honra’.
O segundo ato se chama ‘perdão’. Com a dor de alguém não se joga, não se
brinca, não se tira proveito. Precisamos ser cooperadores para auxiliar a reduzir
o impacto da ferida alheia. Que jamais sejamos, porém, bajuladores. Honre
sempre com atos de dignidade a todos aqueles que passaram por sua vida e
derramaram afeto naquilo que mais doía.
Quanto aos que usaram você apenas
para se darem bem, perdoe. Afaste-se dele. Não os traga mais no coração em
forma de magoa. Supere este mal com um bem maior: a memoria dos bons. Foque em
lembrar-se deles, em agradecer a eles. Seja você também uma pessoa que coopera
com a dor do sofrido. Tenha certeza de que seu nome ficará registrado para sempre
naquele coração.
Caleb Mattos.