quinta-feira, 18 de abril de 2019

EM MEMÓRIA DOS BONS.



O que um simples nome desperta em sua memória? Pode ser que boas lembranças ou recordações que você nem faz questão de mencionar. Nomes são pessoas com as quais estabelecemos vínculos próximos. Se os vínculos produziram um suporte ao momento que passamos, toda vez que este nome for mencionado sentiremos um prazer imediato, dada a importância que aquela vida, que tocou nossa alma, teve. Mas outros nomes que causaram prejuízo despertam sentimentos contraditórios e mesmo que o nome seja o mesmo, mas a pessoa não, temos que fazer um exercício para descolar um do outro. 

Há um texto na Bíblia onde muitos nomes são citados com imenso prazer. Esta lista se encontra no ultimo capitulo do livro de Romanos. O autor das saudações é o apostolo Paulo. Eu começo a mencionar cada nome, associado a um ato positivo correspondente. Febe, ‘a mulher digna de honra’. Priscila e Aquila, ‘colaboradores que arriscaram suas vidas por mim’. Epêneto, ‘meu querido amigo’. Andronico e Junias ‘que estiveram comigo na prisão’. Amplíato, ‘meu querido amigo’. Urbano, ‘nosso colaborador’. Apeles, ‘um bom homem’. Rufo e sua mãe, ‘que tem sido mãe para mim’. 

Mas, na continuação dessa lista, o autor menciona outros. E estes outros não tem nome. Enquanto a primeira lista é classificada como a lista dos cooperadores, a outra lista de pessoas sem nome é classificada como lista dos bajuladores. O autor chega a dizer para manter distancia dessas pessoas porque elas, buscando apenas seus próprios interesses, enganam inocentes com palavras de bajulação.
Olha que contraste: cooperadores e bajuladores. 

Um cooperador é alguém que coopera com a dor do outro. Mas um bajulador é alguém que usa a dor do outro para tirar proveito. E entre as duas listas, a primeira é referendada por atos de amor. A segunda, por atos de mau caratismo.  Isso porque fazemos questão de lembrar quem marcou nossa vida. Mas fazemos questão de esquecer quem nos prejudicou. 

O primeiro ato se chama ‘honra’. O segundo ato se chama ‘perdão’. Com a dor de alguém não se joga, não se brinca, não se tira proveito. Precisamos ser cooperadores para auxiliar a reduzir o impacto da ferida alheia. Que jamais sejamos, porém, bajuladores. Honre sempre com atos de dignidade a todos aqueles que passaram por sua vida e derramaram afeto naquilo que mais doía. 

Quanto aos que usaram você apenas para se darem bem, perdoe. Afaste-se dele. Não os traga mais no coração em forma de magoa. Supere este mal com um bem maior: a memoria dos bons. Foque em lembrar-se deles, em agradecer a eles. Seja você também uma pessoa que coopera com a dor do sofrido. Tenha certeza de que seu nome ficará registrado para sempre naquele coração.
Caleb Mattos.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

O QUE JESUS E PLATÃO ME ENSINARAM SOBRE A VIDA.



‘Se os teus olhos forem bons todo o teu corpo terá luz’ (Jesus Cristo).
Imagine a vida sem estes dois elementos: sem luz e sem olhos.  Eles são fundamentais para vivermos as melhores e marcantes experiencias da vida. Triste não ver a luz do sol e não ter luz para ver. Platão escreveu o ‘mito da caverna’. De acordo com a história formulada por ele , existia um grupo de pessoas que viviam numa grande caverna, com seus braços, pernas e pescoços presos por correntes, forçando-os a fixarem-se unicamente para a parede que ficava no fundo da caverna. 

Atrás dessas pessoas existia uma fogueira e outros indivíduos que transportavam ao redor da luz do fogo imagens de objetos e seres, que tinham as suas sombras projetadas na parede da caverna, onde os prisioneiros ficavam observando. Como estavam presos, os prisioneiros podiam enxergar apenas as sombras das imagens, julgando serem aquelas projeções a realidade. Certa vez, uma das pessoas presas nesta caverna conseguiu se libertar das correntes e saiu para o mundo exterior. A princípio, a luz do sol e a diversidade de cores e formas assustou o ex-prisioneiro, fazendo-o querer voltar para a caverna. 

No entanto, com o tempo, ele acabou por se admirar com as inúmeras novidades e descobertas que fez. Assim, quis voltar para a caverna e compartilhar com os outros prisioneiros todas as informações e experiências que existiam no mundo exterior. As pessoas que estavam na caverna, porém, não acreditaram naquilo que o ex-prisioneiro contava e chamaram-no de louco. Para evitar que suas ideias atraíssem outras pessoas para os “perigos da insanidade”, os prisioneiros mataram o fugitivo.
Ainda que se tenha olhos, mas não se tendo a luz, a vida pode ser limitada a crenças internalizadas que são nossas desde muito, mas, que nem sempre são libertarias e saudáveis. 

É preciso ter olhos para enxergar, porém, é necessário deixar que a luz nos oriente pelo transito que a vida apresenta. Jesus declara que aquele que tem olhos bons (abertos e com a presença de luz) tem o corpo, a existência, clara e consegue distinguir a melhor direção, evitando se ferir ao enveredar por atalhos arriscados. 

Ele se declarou ‘a luz do mundo’. Não que ele seja o sol, mas que como o astro ele lança claridade em nossas duvidas, incertezas e falta de sentido, mostrando o melhor caminho. Se temos  á nossa disposição tanto olhos como luz não podemos transitar pelas varias instancias do existir culpando este ou aquele pelos infortúnios e por nossa falta de desenvolvimento. Porque ao fazermos isso estamos, como diria Platão, enxergando apenas nossa própria sombra refletida na parede. 

E se é apenas nossa sombra que enxergamos continuaremos acorrentados a algo que parece vida, mas que não passa de cativeiro de infelicidade. E quem está retido no seu cativeiro de infelicidade acaba desejando eliminar aquele que tem olhos e que tem luz. Pense bem se este é o seu caso. Se for, deixe que a luz entre em seus olhos, pare de ficar virado para a parede de suas magoas insatisfeitas, deixe cair os grilhões e saia da sua caverna. Lá fora tem muita vida boa esperando por você.
Caleb Mattos.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

PAZ e AMOR.



Hoje de manhã eu caminhava pela rua e me deparei com uma casa cujo acesso de garagem tinha estas duas pequenas rampas chamadas Paz e Amor. 
Eu não resisti e voltei para tirar a foto. A foto me serviu de inspiração para esse artigo. 

Uma casa onde o acesso seja Paz e Amor deve ser um espaço que traz bem-estar a todo aquele que nela entrar. Com este tapete de boas-vindas quem não gostaria de conhecer os moradores dela? 

Que bom se nossas famílias fossem um espaço dessas duas virtudes. Onde se chegaria do trabalho ou dos compromissos e finalmente se encontrasse um refugio urbano no meio do estresse e do caos da vida. 

Onde ao se entrar se deixasse para fora conflitos e mágoas e dentro do lar se respirasse atmosfera saudável e terapêutica. Quem dera que o nosso coração fosse um lugar de Amor e Paz. Para que qualquer um que tivesse contato com a nossa vida pudesse sair desse encontro com a alma lavada e a mente tranquila. De tal maneira que irradiássemos isso nos inúmeros contatos de relacionamento. 

Porque Paz e Amor internalizados na existência transformam a leitura do que aconteceu conosco numa ótica de reciclagem de conteúdo. Imagine nossa alma como uma maquina que recicle sentimentos ruins e que devolva na porta de saída sorriso e acolhimento. Que mudança isso traria para quem amamos e para aqueles que estão cansados de colher espinhos no jardim da vida?
Seriamos assim pacificadores, não no sentido de terminar um conflito, mas de prevenir para que ele não aconteça. Estamos tão(mal) acostumados com grosseria que nem ‘bom dia’ damos mais a ninguém porque parece que aqueles que encontramos todas as manhãs são o peso, a chateação, o cansaço, a razão da nossa ira.
Na projeção nossa de cada dia que tal trocar o humor de dragão pelo deslumbramento de estar vivo e encontrar em cada encontro uma oportunidade de crescer e melhorar? Na foto que eu tirei da calçada da casa fiquei imaginando como uma simples frase posta na entrada do lar pode servir de reforço ao convite de se desarmar para amar.
Caleb Mattos.