sexta-feira, 14 de junho de 2019
AMAR É UM VAZIO E UM CHEIO.
Eu tenho percebido que amar é o maior desejo que existe. E que para aquilo que é mais valioso se paga o preço mais alto.
Porque nem sempre amar acontece em águas tranquilas e sim, geralmente, em águas densas. Não me refiro ao tipo de amor de evidencia, que precisa ser mostrado como endosso de bom comportamento, aquele amor que aparece bonito e sorridente e não custa nada. Amor de estagio infantil, onde a gente não conhece nada da vida, nem nada diferente do Bem.
O amor que cresceu, todavia, atravessa avenidas perigosas sempre com riscos e custos. Amar é acreditar que vale a pena investir em alguém, ainda que a retribuição seja quase nula ou inexistente até.
O amor do tipo que não desistiu da Humanidade apesar de enxerga-la em toda sua nudez rude, grosseira e destituída do belo.
Já amei muita gente e foi tão bom que isso me motivava a viver e dedicar-me ao ser humano com leveza e integralidade.
Amei com amor de criança quando não via maldade alguma, apesar de ela existir. Amei com amor adulto, calando-me para não retribuir, silenciando para não agredir, sofrendo para não impor alguma dor.
E perdi muito pelo amor. Mais do que algo a ser mensurado, perdi até por um tempo a crença neste que é o motivo do existir e sem o qual tudo se perde. Todo que ama doa, e por doar muito se esvazia. E por se esvaziar, sem reposição devida, soa como eco de memórias, às vezes, somente delas.
Meu desafio de hoje é olhar o amor com o carinho que ele merece. Ele não se finda, não se esgota, não se extingue objetivamente. O amor jamais acaba.
E por ser de tal qualidade eterna o amor, eu creio que ele volta, meio assim como o vento que sopra onde quer e que se faz brisa na pele quando menos se espera.
Caleb Mattos.
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