sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

NÃO É UM MITO

 

Clive Lewis certa vez foi interpelado por um ateu. Esse ateu argumentou que o pensamento moderno precisa não somente desacreditar o mito cristão, mas até mesmo aboli-lo. Cirurgia radical de um suposto tumor que enferma mentes esclarecidas. O escritor lembra que povos antigos sempre falaram de um deus que morre e que ressuscita depois. Crenças de épocas distintas e povos dos mais longínquos rincões repetiam tal mito.

 

 Mas um dia aquele que os povos chamavam de Mito apareceu no mundo como Fato nascendo de uma virgem. E nele todo e qualquer enigma é esclarecido. Aqueles que se impuseram a missão de remover a realidade deste Fato viveram em todos os séculos. Eles partiram, o Fato ficou.  Como ficará a despeito de esforços de sempre dos que pensam entender, mas não tem olhos para ver. Combateram o que chamavam de Mito e o Fato os venceu.

 

O estilo de Lewis é mitopeico na maioria das suas obras. Isso não faz dele um ser que não existe e nem de seus livros algo sem base na realidade. É só questão de estilo da redação. Podemos ler Apocalipse e encontrar ali dragões e bestas de várias cabeças. Isso não faz de Joao, seu autor, alguém que escrevia fábulas, mas o homem que viu pelos olhos do Fato o encerramento da história humana e o triunfo dos que creem naquele que transcende toda letra.

 

O que lemos na Revelação se dirige tanto ao inculto, à criança e ao poeta em cada um de nós, como também ao moralista, ao intelectual e ao filosofo. O Fato se fez homem para que o homem desnamore a pura razão, seca e morta, e se enlace com a alma enamorada daquele que a fez.

Caleb Mattos

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