terça-feira, 30 de agosto de 2011

Os 3 passos para um casamento ajustado(final).


1.     
      3. Combater o Mau Humor.

“O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha”.

Além do aspecto da nudez física, quero expandir o sentido da palavra para a noção de 'falta': falta de bens, a ausência de melhores condições. Com exceção de alguns mais afortunados, a maioria dos casais começa a nova vida do zero: sem casa própria, com pouco dinheiro e sem luxo. O desafio é entender essa realidade como fase inicial do casamento, que ao longo dos anos vai possibilitando a melhora das condições. 
Meu próprio casamento iniciou com uma casa alugada, duas poltronas velhas como sofá, um fogão doado de 3 bocas, uma velha geladeira reformada, um ano em que comemos chuchu de mistura, e um velho fusca 1966.

Quando o texto de Genesis diz que homem e mulher viram sua nudez, afirma que eles não se envergonhavam. A palavra hebraica para ‘vergonha’ significa “frustração” e “desapontamento”. Eva não ficou frustrada ao perceber que Adão estava sem roupa, sem dinheiro, sem casa própria, sem nenhuma garantia de futuro. Adão não se decepcionou ao ver que Eva não possuía dote algum de seus pais ou alguns atributos adicionais. O que os uniu foi a paixão, o amor, a sedução, o encanto.

 Quantos casais adiam o casamento por anos porque acreditam que precisam ter todas as coisas para então se casar. E ás vezes por esperar demais o amor esfria, a relação perde o encanto, o desejo morre. Não estou advogando a irresponsabilidade e a falta de planejamento. Mas apenas descrevendo os dois riscos: o primeiro é casar sem nenhum planejamento: “Não construa a sua casa, nem forme o seu lar até que as suas plantações estejam prontas e você esteja certo de que pode ganhar a vida”  - Proverbios 24.27. ; o segundo é demorar demais para casar:   “A esperança adiada faz o coração ficar doente, mas o desejo realizado enche o coração de vida”.   Proverbios 13.12.

Portanto, o terceiro ingrediente para uma união estável é o bom humor diante das dificuldades dos anos iniciais. Não lamente se você tem pouco, nem se torne intolerante com seu cojuge com as limitações financeiras. Aprenda a se alegrar com as conquistas e celebre cada experiência do casamento com alegria. 

O que torna um casamento feliz não é a conta bancaria mas a atitude do casal se tornar cumplice na construção da familia, festejar cada degrau que ficou para trás e apoiar um ao outro nas horas difíceis.

E principalmente, bom humor, mesmo comendo chuchu todos os dias....




























segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Os 3 passos para um casamento ajustado(2ª parte).




Durante as próximas semanas eu pretendo compartilhar com você, que acompanha nosso Blog, três reflexões sobre um casamento ajustado. Espero que Deus utilize esta ferramenta para ajuda-lo(a) em sua relação conjugal, aprimorando sua caminhada e contribuindo para ajustes ao longo do processo. Boa leitura!

O segundo passo:
1.       2. Romper com o egoísmo.
v.24: “E se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne”.

O segundo passo para um casamento ajustado está no ato da unidade. O verbo “unir” no hebraico tem o sentido de ‘colar’, como quando grudamos uma folha na outra. Esta ‘cola’ ou ‘adesivo’ é originariamente uma obra de Deus. Segundo Jesus, é Deus quem une um homem à uma mulher e isso deve ter longa duração. Ao tratar do tema do divorcio, Jesus deixa claro que essa nunca é a opção desejada por Deus: "O que Deus uniu não o separe o homem"(Mateus 19:6).


Deve haver uma necessária fusão no casamento, e isso não significa que cada um perde a sua personalidade, mas que ambos cedem espaço para a opinião do outro. A palavra ‘unir’ recorda o objetivo de construir um projeto comum a ambos: um novo lar.  Para isso, eles precisam usar as coisas boas que trouxeram de casa e superar as dificuldades que viram em seus pais. O casamento é ao mesmo tempo uma cópia e algo novo.

 È uma cópia porque reproduzimos muito de nossos pais em nosso casamento. Manias, reações a problemas, jeito de falar. Certas coisas ajudam mas outras prejudicam. O que é bom pode ter continuidade, mas o que é ruim precisa ser superado. 

È aí que entra o aspecto da novidade no casamento. Somos desafiados a superar nossos pais em seus problemas de casamento. Todos queremos que o nosso casamento seja melhor do que foi o dos nossos pais. Especialmente no caso daqueles que são filhos do divorcio ou de lares onde a agressão era comum. Para haver esta unidade uma decisão é fundamental: que o casal deixe de agir como solteiros.

Em determinadas famílias, o casamento cumpre apenas um papel simbólico. Marido e esposa representam aos olhos dos outros sua unidade familiar, mas agem como independentes um do outro: não compartilham suas finanças, tem seus horários diferenciados(cada um hora chega a hora que quiser), não vão juntos a lugar algum e delegam a criação dos filhos a babás. Este é um exemplo de casamento que não possui fusão, nem unidade.

Se a primeira decisão para um casamento ajustado é deixar de ser filho, a segunda é deixar de ser independente. O casal verdadeiramente unido divide despesas, ajuda na faxina, na cozinha, na criação dos filhos, andam juntos e cedem espaço para que o outro seja amado. Casar é mais do que compartilhar a cama; é compartilhar a vida, o dinheiro, e o tempo.

O egoísmo, não a incompatibilidade, é a causa verdadeira dos conflitos no casamento. O que temos de atacar não é a questão do temperamento e diferenças de opinião, e sim o nosso coração, que se recusa a dividir, a ceder, a se humilhar e a pedir perdão. 
Pense nisso!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Os 3 passos para um casamento ajustado.


Durante as próximas semanas eu pretendo compartilhar com você, que acompanha nosso Blog, três reflexões sobre um casamento ajustado. Espero que Deus utilize esta ferramenta para ajuda-lo(a) em sua relação conjugal, aprimorando sua caminhada e contribuindo para ajustes ao longo do processo. Boa leitura!

“Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne. O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha”.    Gênesis 2:24-25.

Este é o relato do primeiro casamento na Biblia, entre Adão e Eva. Deus não foi apenas Criador do casal, mas também o padrinho e o cerimonialista da união. Eles se unem para constituir a primeira familia da humanidade, num momento em que o pecado ainda não havia adentrado a historia e provocado  estragos em sua relação. De forma que este é o modelo de casamento original, por excelencia, ideal e perfeito. Tanto que, ao falar sobre casamento, Jesus remete a este modelo de união conjugal, dizendo que o que Deus uniu o homem não deve separar.
Quando fala sobre o divorcio Jesus faz questão de ressaltar que esta não é nunca a intenção de Deus, porque não foi assim no principio. E ao usar a palavra ‘principio’ ele se refere não apenas a Adão e Eva, mas a um objetivo principal do casamento: a promoção do dialogo, do entendimento, da unidade entre pessoas diferentes. Mais do que a consumação de uma paixão romântica, o casamento é um modelo de construção de relacionamentos, porque nos ensina valores como paciência, tolerância, amor e convivência nas diferenças.
 Quando Deus estabelece o casamento ele firma 3 principios que precisam ser observados antes de dizer sim. São os princípios de ‘deixar’, ‘unir-se’ e ‘tornar-se’. Há uma sequencia logica na frase. Signfica que a primeira condição para que um casamento dê certo é o ato do desvinculamento dos pais. O casamento começa com um divorcio necessario: o divorcio dos filhos em relação aos pais.
 O segundo preceito para o sucesso do casamento é ‘unir-se’. Mais do que a relação sexual, unir-se é abrir mão dos próprios planos de solteiro a favor de uma proposta que envolve agora duas pessoas que se comprometeram a construir uma nova familia.
E a terceira base para o sucesso do casamento é ‘tornar-se uma só carne’. Uma atitude de maturidade, em que deixamos de pensar em nós, para agradarmos aquela pessoa com quem nos casamos. Uma só carne é o mesmo que ter uma só mente – significa amar-se amando o outro; buscar a felicidade ao fazer o outro feliz; e querer o melhor buscando melhorar a vida da pessoa amada. A maior dificuldade para o casamento não é a incompatibilidade de gênios, e sim o não querer deixar de ser egoísta e infantil para crescer e se tornar amante de verdade.




 
1.       Primeiro Princípio:  Cortar o cordão umbilical.
v.24: “O homem deixará pai e mãe...”
A primeira medida para um casamento que dê certo é o ato de deixar a condição de filho para assumir um novo papel de marido. O filho é objeto de cuidado; já o marido passa a ser o cuidador. Existe uma necessária transição de papéis porque a tendência é que o marido enxergue erroneamente sua esposa como sua mãe. E a esposa veja seu marido como continuidade de seu pai.

Esta confusão de papeis é uma das dificuldades de adaptação conjugal dos primeiros anos. Partimos para o casamento com um nível de idealização do outro muito intensa: o marido espera que a esposa cozinhe como sua mãe, arrume tudo que ele deixar largado e nunca cobre nada dele. A esposa deseja que seu marido a trate como a princesa do papai, nunca falando alto com ela e sempre atendendo todos os seus desejos. Por isso, Deus recomenda que antes de casarmos deixemos de lado a condição emocional de filhos e filhas e assumamos a nova condição de maridos e esposas.

 O ato de ‘deixar’ não significa ‘abandonar’ mas desligar-se emocionalmente da dependência. Assim, é preciso que os problemas conjugais sejam resolvidos exclusivamente pelo casal e raramente comunicados a seus pais. Também é preciso que o casal não dependa financeiramente dos pais ou sogros para não criar comparações, recriminações e criticas desnecessárias. A decisão de casar-se implica em decidir pela autonomia financeira, afetiva e emocional em relação aos pais.

 Por outro lado, é preciso que os pais permitam esta autonomia, uma vez que quando os filhos decidem se casar isso põe a prova a própria situação conjugal dos pais. Se eles tem uma relação conjugal saudável, de amor , respeito e cumplicidade, a transição dos filhos para o casamento será tranquila. Mas se os pais abandonaram o papel conjugal e passaram a viver só para os filhos é possível que eles criem dificuldades, submetendo os filhos a um jogo emocional de dependência(idade avançada, enfermidades, situação econômica precária). 

O casal deve entender que precisa desconstruir a imagem carente de 'filhos' para assumir um novo papel de cuidadores, um do outro, e dos futuros filhos. È a transição da infância para a maturidade. Em breve eles terão de cuidar também dos proprios pais. Assim, o casamento ajustado é fruto de um amadurecimento emocional, onde deixamos de lado o desejo da infância e assumimos nossa responsabilidade como homens e mulheres, criando uma nova geração.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

LIÇÕES PARA SE VIVER BEM.

“Já fui jovem e agora sou velho, mas nunca vi o justo desamparado, nem seus filhos mendigando o pão”.

Estas são palavras do rei Davi no final da sua vida.  Ele faz um belíssimo acrostico neste texto, no original hebraico, onde cada frase do Salmo começa com uma letra do alfabeto. Assim, o primeiro verso é a letra ‘aleph’ e o verso final é a letra ‘tau’. A construção do Salmo indica o começo e o fim da vida.

 O Salmo começa revelando que em nossa juventude somos propensos a nos comparar com outros, motivados por insegurança emocional: “Não se aborreça com o sucesso dos outros"  (verso 7). 
Na medida em que amadurecemos, aprendemos a trocar as comparações pela fé na providencia do Senhor, que sempre cuidou de nossas vidas, mesmo quando não cogitávamos dele.  Os conselhos de Davi em sua velhice poderiam ser resumidos em 3 grandes lições de vida:

1.    Combata a inveja.
v.7: “Não se aborreça com o sucesso dos outros”.
A humanidade tem o hábito de estabelecer comparações para criar parâmetros de comportamento e estilo de vida.  O papel da mídia é indiscutível nesta área porque, ao mesmo tempo que incentiva a competição entre pessoas, cria padrões que lidam com a insatisfação delas. 

Desde lançamento de carros luxuosos que fazem o nosso parecer uma carroça, à roupa de grife que faz a nossa parecer um trapo, o corpo perfeito, a casa ideal e as férias dos sonhos.

 Isso cria em alguns a sensação de que suas vidas são absolutamente banais e sem valor enquanto não atingirem o padrão dos que estão no topo e atingiram o sucesso. Tudo isso, para Davi, cria um aborrecimento interior, um desânimo para com a própria historia.  Para Davi, no entanto, olhar para o sucesso dos outros com inveja é ignorar o caráter transitório das coisas, porque tudo que é artificialmente construído tem seus dias contados:
 “como o capim logo secarão, como a relva verde logo murcharão”(v.1). Além disso, cobiçar o que não é nosso é acreditar que Deus nao está cuidando bem de nossas necessidades, o que não é verdade.

 Davi diz:
  “O Senhor cuida da vida dos íntegros, e a herança deles permanecerá para sempre”(v.18). 

Deus é o cuidador daqueles que confiam e esperam nele. E para estes existe uma herança, palavra hebraica que descreve aquilo que foi escrito em testamento.
 È por isso que a Biblia é dividida em Antigo Testamento e Novo Testamento. Deus tem promessas a cumprir na vida dos que abandonam as comparações e passam a confiar nele para suas necessidades. 

Portanto, deixe de se sentir inferior em relação a outros e não queira ser como outros – confie inteiramente no amor e providencia de Deus e aprenda a orar, buscando somente dele as suas necessidades.

2.    Controle a ira.
v.8: “Evite a ira e rejeite a fúria; não se irrite: isso só leva ao mal”.
O segundo conselho de Davi ter a ver com a educação dos nossos sentimentos. Ele reconhece o grande perigo que a ira sem controle pode causar. O verbo “evitar” tem o sentido de ‘relaxar, ser preguiçoso’. Quando a ira chega temos que ser demorados para reagir a ela, caso contrario causaremos estragos consideráveis em nossos relacionamentos. 

Ao escrever estas palavras talvez Davi tivesse em mente o quanto ele sofreu por conta da ira de seu antecessor no governo, o rei Saul. Motivado pela inveja pela morte de Golias, Saul caça Davi furioso como um animal e tenta mata-lo varias vezes. Saul é o exemplo clássico de uma ira sem controle. Davi diz que quem dá espaço para a ira vai acabar mal.  Saul perdeu o trono, e Davi se tornou o novo rei de Israel.

A ira pode se direcionar aos outros e a consequencia é rompimentos, divórcios, fim de amizades. Mas pode ser uma ira contra si mesmo e o efeito serão as neuroses, inferioridade e amargura. 

Qual a saída para controlar a ira? Davi responde no verso 37: “Há futuro para o homem de paz”. A palavra ‘paz’ vem de ‘shalom’, uma saudação comum entre os judeus para desejar aos outros bem-estar, prosperidade e êxito. 

Para Davi, a única maneira de vencer a ira é curando-a com a paz. Na medida em que desejamos o bem a todos, que todos desfrutem do melhor, que seus dias sejam abençoados, nós vamos deixando de lado a competição , a rivalidade e o desejo da vingança. 

A ira fomenta a sensação de que fomos prejudicados. Mas só seremos prejudicados se de fato deixarmos que aquilo venha nos abater, nos fazer desistir e nos impedir de enxergar a mão de Deus por trás da nossa historia. O maior prejuízo não vem do que acontece mas da maneira como lidamos com isso.

 Portanto, em vez de querer o mal de alguém, ore por esta pessoa abençoando-a, pedindo a Deus pelo bem-estar dela. È isso que Jesus nos ensina a fazer: “orai por vossos inimigos". 

Não termine seus dias com neurose, nem sozinho por se envolver em brigas, mas em paz, com Deus, consigo mesmo, e com os outros.


3.    Converta-se a Deus.
v. 5: “Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá”.
Durante todo o Salmo Davi separa a Humanidade em duas categorias: os ímpios e os tementes a Deus. A distinção não é pejorativa, como se os tementes a Deus fossem bons, e os ímpios fossem maus.

 A diferença que ele estabelece é apenas para descrever que o ímpio é o não-piedoso, aquele que não inclui a Deus na agenda da sua vida. 
Não há espaço para Deus nem em seus planos nem em suas decisões. Enxerga a vida como algo a ser construído por ele mesmo e tudo o que faz tem como direção e meta sua própria felicidade. Consequentemente, o não piedoso exclui o amor ao próximo, o amor a Deus e a obediência a ele.

 Escreve sua própria bíblia e se pauta por aquilo que escreveu. O ímpio não é necessariamente um ateu. Ele acredita na existência de Deus mas não permite seu governo na vida. Impiedade, portanto, é um estilo de vida independente da ingerência de Deus e da sua Palavra. Não é propriamente uma descrença, é insubmissão. 

O terceiro conselho de Davi é que deixemos de lado a impiedade e nos voltemos para Deus de todo o coração. O principal motivo é  que fomos criados por ele, e por isso ele conhece melhor do que nós como devemos funcionar e viver. Ele tem o manual de instruções e o certificado de garantia. Tentar viver por si mesmo é como se tornar um produto pirata, que não se sabe por quanto tempo vai durar.


 Voltar-se para Deus traz a serenidade ao coração na medida em que passamos a viver sob uma direção mais segura e confiável do que nossos projetos. Quem confia em si mesmo acha que tem dentro de si todas as respostas; quem confia no Senhor se torna humilde ao descobrir que não sabe de nada. 


Aprenda com Davi estes 3 caminhos de sabedoria para viver bem.
Não é preciso deixar que as circunstâncias da vida nos ensinem, ás vezes da maneira mais difícil. O melhor caminho é aprender com aqueles que já viveram bastante e decidiram  consertar suas rotas em Deus.