terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Assuma seu posto!

A historia biblica de Jonas, o profeta, é um tanto semelhante à postura de Schettino, do Costa Concórdia, em pelo menos um ponto:  ambos fugiram da responsabilidade que lhes competia. Jonas fugiu de um mandato divino para anunciar a palavra de Deus aos ninivitas, embarcando em outro navio para a cidade de Tarsis. No meio da viagem, uma violenta tempestade se levanta e quase afunda a embarcação. Jonas, que está dormindo no porão do navio, se levanta e assume que é por sua culpa que tudo aquilo acontecia. Então ele pede para que os marinheiros o joguem ao mar. E então é engoligo por um grande peixe e tres dias depois é vomitado por este na praia de Ninive, para cumprir o que tinha sido ordenado.

A postura de Jonas demonstra que ele assumiu seu posto de liderança numa hora crucial - vidas estavam em risco no mar. E todas as vezes que entendemos que fomos nós quem convidamos outras pessoas a entrar no barco da nossa vida, e que, por isso, elas são nossa responsabilidade, temos que assumi-la, sob o risco de colocarmos estas vidas preciosas em perigo. 

No Costa Concordia, o desespero geral tomou conta quando todos perceberam que já não havia mais ninguém no comando – Schettino havia fugido. E isso o distingue do comandante americano Chesley Sullenberger, do voo 1549, da US Airways, que conseguiu fazer um pouso forçado nas águas geladas do rio Hudson, em Nova York, em janeiro de 2009. Ele só deixou o avião, que flutuava, depois de um pouso espetacular na água, após se certificar de que todos os passageiros haviam sido resgatados. Não houve uma vítima sequer. E, por isso, foi considerado um herói. E Schettino, um covarde. O que diferencia um líder de um covarde não é a presença ou ausência de medo – mas a postura de permanecer no comando, aconteça o que acontecer.


Sua familia reconhece que é você quem está no comando nas horas difíceis? Voce continua mantendo a harmonia ,  a tranquilidade e a confiança em Deus, ou é o primeiro a entrar em pânico?  Quando sua esposa carece de proteção emocional voce a fornece? Quando seus filhos estão em risco voce entra em ação para orienta-los e conduzi-los para além da tempestade? Ou tem agido covardemente, abandonando seu barco, sua familia?

Agatocles(316 – 289 AC), rei de Siracusa, ao desembarcar durante uma expedição marítima contra Cartago, mandou queimar todos os navios e marchou contra a cidade, cujos habitantes derrotou. Fez isso para anular, para si e seus comandados, qualquer possibilidade de fuga e retrocesso. Sem os navios, seria impossível recuar.



Queimar os navios significa ir em frente sem pensar na possibilidade de recuar ou desistir. Que em sua vida você cultive a mesma determinação: queime seus navios depois de desembarcar, para que nunca ocorra de você ser tentado a abandonar aqueles que esperam sua voz de comando, sua inspiração, seu exemplo, e que são motivados por sua confiança em Deus.











É bom recordar o gesto do Comandante americano Chesley Sullenberger, do voo 1549, da US Airways, que conseguiu fazer um pouso forçado nas águas geladas do rio Hudson, em Nova York, em janeiro de 2009. Ele só deixou o avião, que flutuava, depois de um pouso espetacular na água, após se certificar de que todos os passageiros haviam sido resgatados. Não houve uma vítima sequer. E, por isso, foi considerado um herói.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Determinismo ou Livre Arbítrio.

A humanidade se vê o tempo todo vivendo um dilema: somos resultado de um determinismo, ou estamos livres para decidirmos como vamos pautar nossas escolhas?

Seja qual for a área do conhecimento humano, da economia à teologia, da medicina à filosofia, as nossas escolhas não são fáceis porque sentimos uma pressão dos dois lados: se fizermos o que queremos, inevitavelmente iremos depois questionar se fizemos o que era certo. Se decidimos baseados no nosso repertório(crenças-valores-principios-formação) então sentiremos a segurança de termos obedecido a um propósito maior, que ultrapassa nossa propria existencia.

Mesmo assim, questionamentos posteriores virão: 'será que eu poderia ter escolhido de acordo com a minha vontade pessoal?' Os efeitos das escolhas e decisões baseadas em uma ou outra fonte, seja o Determinismo ou o Livre Arbitrio não garante, por si só, a convicção de termos acertado ou de termos nos sentido satisfeitos completamente.

Por aí você percebe que tomar decisões nunca é um trabalho sem custo e que não exige, depois, que assumamos a responsabilidade pelo que escolhemos. O que não pode acontecer é tomarmos decisões, de qualquer âmbito, e depois lançarmos a responsabilidade pelos nossos sentimentos sobre Deus ou sobre as pessoas.

 Grande parte dos que ainda não amadureceram emocionalmente sofre este risco de encontrar um bode expiatório para transferir suas infelicidades quanto àquilo que fizeram da sua vida.  Porque se eu acredito que Deus é quem determina tudo, então, não tenho opção - preciso aceitar e me submeter a tudo que acontece como sendo um projeto fechado e indiscutivel dele.

E depois, não adianta brigar com ele, se decidi baseado nesta linha de ação. Por outro lado, se eu tomei como referencia de escolhas o Livre Arbitrio, então acredito que Deus me deu a liberdade de escolher entre "a" ou "b". Ele não me impôs nenhuma das duas. Mas se eu decidi por este critério, não posso depois mergulhar na depressão, acreditando que não serei feliz por causa de minhas escolhas caso venha me arrepender por tê-las tomado.

Em meu caso, eu creio que  Deus me oferece a liberdade de escolha, me permite pensar, usar o raciocinio, escolher entre algo que eu sinto como bom ou como mau. Mas, às vezes, eu percebo também que, por mais que eu insista e teime em fazer o que eu mesmo decidi, ele não permite que isso aconteça - porque não é, efetivamente o melhor para mim - e ele sabe disso, e como prevenção, me impede de possuir.

Mas, tanto num momento como em outro, eu tenho que conviver em paz com minhas escolhas - afinal, fui eu o sujeito da ação. E ainda quando eu percebo que não era bem aquilo que eu deveria fazer, posso contar com a promessa dele, que diz, "o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza"( 2 Corintios 12.9).

Deus me conhece perfeitamente, todas as minhas capacidades mas igualmente meus defeitos. E ele promete enviar sua ajuda, sua Graça, para me levantar e me sustentar, quando meus sentimentos entram em contradição.

Afinal, o que eu acho, é que que não importa tanto se a vida é um Determinismo ou um Livre Arbitrio. O que importa é contar com esta Graça, que alegra nas horas de acerto mas que conforta nos momentos dos erros. Nada melhor do que a Graça de Deus para viver e para superar os efeitos da dificil arte de tomar decisões. 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

VISITA INTIMA.


A Lei 12.594/2012, promulgada no último dia 18, pela presidente Dilma Rousseff, assegura direito a visita íntima aos menores infratores detidos. Ariel de Castro Alves, vice-presidente da Comissão Especial da Criança e do Adolescente do Conselho Federal da OAB, explica que, embora a visita íntima fosse permitida em estabelecimentos de ressocialização de jovens em alguns estados, isto não era garantido como direito por lei.
Não pude deixar de ficar indignado com esta noticia. O menor infrator  continua sendo tratado como menor quanto ao tipo da pena( não pode ser preso com adultos), mas tem direito à visitas íntimas. Ou seja, ele não pode ser tratado como um criminoso comum mas tem os mesmos direitos de um que está em regime prisional fechado. Se ele não tem idade, segundo a interpretação, para pagar pelos seus erros como qualquer pessoa que atingiu a maioridade,  porque, então, esse direito à visita de uma mulher? Ele não pode ter o ônus da responsabilidade de um adulto mas tem o direito aos privilégios adultos?
 Não o colocam num sistema de reabilitação justamente para que ele não incorra no risco de seguir o caminho do crime? Não é uma pena diferenciada com o fim de reeduca-lo e reinseri-lo? Se ele é menor, a relação sexual permitida pelo Estado dentro das unidades não se configura crime também?  Que critérios são estes para a visita intima? Se a mulher for adulta isso não fere algum artigo da Lei? Imagine um menor de 14 anos, detido na Fundação Casa, mantendo relações intimas sob os olhos e assentimento do Estado Brasileiro.
 Pode o Estado autorizar isso, e, ao mesmo tempo, dizer que está promovendo o bem do menor sob seus cuidados?  Me entendam bem: eu não sou contra o sexo, apesar de reconhecer que ele só é seguro dentro do casamento e maduro com duas pessoas que decidiram assumir compromisso mútua para a vida toda. E não sou contra menores infratores porque trabalho semanalmente numa clínica de reabilitação de dependentes químicos, com vários menores ali.
 O que me causa estranheza é essa incoerência em dizer uma coisa e fazer outra. O discurso dos amantes do ECA é que o menor infrator é uma vitima do sistema social ou da familia – um pobre coitado que não tem responsabilidade alguma pelos crimes que comete. Se a Lei acredita que ele é incapaz de emitir juízo coerente sobre aquilo que pratica, então o Estado tem o dever de protege-lo.  E quanto às crianças de 8 ou 9 anos que aqui mesmo, na cidade onde moro, são chefes do trafico em alguns bairros?
 Eles também não sabem o que estão fazendo? Não tem ciência dos seus crimes quando mandam bater ou matar alguém? Vamos liberar sexo para estas crianças também? Vamos lhes dar mais direitos que, supostamente, lhes foram negados pela sociedade? Até quando vamos tratar criminosos como inocentes e inocentes como responsáveis em  financiar regalias em cadeias e na Fundação Casa?
 Até quando a população vai ter que assistir passiva seus filhos e filhas, idosos , e trabalhadores que se levantam de madrugada para ganhar o pão, sendo o alvo destes bandidos de fralda, que não podem ser punidos, e por isso mesmo,  sendo recrutados pelos mandatários do crime? Por que nossos legisladores não podem se deter por algumas horas, com humildade,  para examinar por que outros países, os Estados Unidos, por exemplo, colocam na cadeia crianças e adolescentes que cometeram pequenos e grandes crimes?
Será que lá a situação é menos grave, ou eles o fazem porque não amam e não cogitam dos direitos da criança e do adolescente? Desculpem minha ignorância quanto a qualquer aspecto da legislação. Não sou da área. Mas não posso concordar e me calar diante de uma realidade que cada vez mais lança o país num tapa-buracos em questões de direito e convivência humana. 
Enquanto o Estado diz que eu não posso dar umas palmadas no meu filho quando ele apronta, vamos assistir, ainda passivos, menores infratores fazerem o que quiserem nas ruas, e, ainda quando forem para a Fundação Casa, receberem regalias e privilégios, todos pagos, por nós que recolhemos nossos impostos , bem altos, aliás, para promover o desenvolvimento do crime.
 Ou será que alguém, neste país, ainda acredita que estas instituições prisionais reabilitam alguém? O sujeito é preso e ainda ganha, do Estado, por estar detido. Tem visitas íntimas, alimentação adequada, redução da pena, outro privilégios que entram no presidio via suborno e direito à saída em datas comemorativas. Com um ‘vidão’ destes, quem é que pensa em mudar de atitude e de comportamento? Eu oro para que um dia, alguém que tem poder de decisão neste Congresso, abra os olhos e comece um movimento de restauração da ordem para que o país realmente venha a ter progresso.