A humanidade se vê o tempo todo vivendo um dilema: somos resultado de um determinismo, ou estamos livres para decidirmos como vamos pautar nossas escolhas?
Seja qual for a área do conhecimento humano, da economia à teologia, da medicina à filosofia, as nossas escolhas não são fáceis porque sentimos uma pressão dos dois lados: se fizermos o que queremos, inevitavelmente iremos depois questionar se fizemos o que era certo. Se decidimos baseados no nosso repertório(crenças-valores-principios-formação) então sentiremos a segurança de termos obedecido a um propósito maior, que ultrapassa nossa propria existencia.
Mesmo assim, questionamentos posteriores virão: 'será que eu poderia ter escolhido de acordo com a minha vontade pessoal?' Os efeitos das escolhas e decisões baseadas em uma ou outra fonte, seja o Determinismo ou o Livre Arbitrio não garante, por si só, a convicção de termos acertado ou de termos nos sentido satisfeitos completamente.
Por aí você percebe que tomar decisões nunca é um trabalho sem custo e que não exige, depois, que assumamos a responsabilidade pelo que escolhemos. O que não pode acontecer é tomarmos decisões, de qualquer âmbito, e depois lançarmos a responsabilidade pelos nossos sentimentos sobre Deus ou sobre as pessoas.
Grande parte dos que ainda não amadureceram emocionalmente sofre este risco de encontrar um bode expiatório para transferir suas infelicidades quanto àquilo que fizeram da sua vida. Porque se eu acredito que Deus é quem determina tudo, então, não tenho opção - preciso aceitar e me submeter a tudo que acontece como sendo um projeto fechado e indiscutivel dele.
E depois, não adianta brigar com ele, se decidi baseado nesta linha de ação. Por outro lado, se eu tomei como referencia de escolhas o Livre Arbitrio, então acredito que Deus me deu a liberdade de escolher entre "a" ou "b". Ele não me impôs nenhuma das duas. Mas se eu decidi por este critério, não posso depois mergulhar na depressão, acreditando que não serei feliz por causa de minhas escolhas caso venha me arrepender por tê-las tomado.
Em meu caso, eu creio que Deus me oferece a liberdade de escolha, me permite pensar, usar o raciocinio, escolher entre algo que eu sinto como bom ou como mau. Mas, às vezes, eu percebo também que, por mais que eu insista e teime em fazer o que eu mesmo decidi, ele não permite que isso aconteça - porque não é, efetivamente o melhor para mim - e ele sabe disso, e como prevenção, me impede de possuir.
Mas, tanto num momento como em outro, eu tenho que conviver em paz com minhas escolhas - afinal, fui eu o sujeito da ação. E ainda quando eu percebo que não era bem aquilo que eu deveria fazer, posso contar com a promessa dele, que diz, "o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza"( 2 Corintios 12.9).
Deus me conhece perfeitamente, todas as minhas capacidades mas igualmente meus defeitos. E ele promete enviar sua ajuda, sua Graça, para me levantar e me sustentar, quando meus sentimentos entram em contradição.
Afinal, o que eu acho, é que que não importa tanto se a vida é um Determinismo ou um Livre Arbitrio. O que importa é contar com esta Graça, que alegra nas horas de acerto mas que conforta nos momentos dos erros. Nada melhor do que a Graça de Deus para viver e para superar os efeitos da dificil arte de tomar decisões.
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