terça-feira, 27 de março de 2012

SAINDO DAS FRALDAS.


De certa forma todos nós criamos expectativas às vezes irreais sobre como deve ser a vida. Baseamos estas expectativas em nossos medos, especialmente o de não sermos capazes de continuar provendo nossas necessidades e o medo de não sermos aceitos pelas pessoas. 
Jesus chama estes dois medos de 'ansiedade pelo comer e ansiedade pelo vestir'. Nos preocupamos com o que comer amanhã porque tememos não termos a saúde necessária para trabalhar; além disso, nos preocupamos com as roupas porque temos receio de que nossa aparência exterior seja criticada pelas pessoas, já que todos buscamos aceitação social. 
Tais medos se fundamentam numa crença infantil de que sempre seremos fortes e capazes o bastante para conseguir tudo pelo trabalho e esforço. Não contamos e nem nos preparamos para a doença e a velhice. 
Acreditamos também que sempre conseguiremos agradar todas as pessoas, que elas jamais irão deixar de nos amar, responderão com bondade, e serão gratas, reconhecendo tudo que lhes fizemos. Mas a vida, infelizmente, não segue o roteiro de um conto de fadas. Porque ela é constituida pela chegada inevitável da maturidade, o mundo adulto, que se contrapõe ao mundo infantil. Como é a vida sob a realidade do adulto, daquele que já amadureceu?

1.                  A recompensa nem sempre existe.
Vivemos o tempo todo esperando que as pessoas de alguma forma nos retribuam aquilo que investimos e nos esforçamos para fazer e produzir: um elogio, um presente, um agrado, um aumento salarial, um destaque no meio social.  Nos iludimos com a noção de que, necessariamente, se fizermos algo bom, automaticamente, teremos uma gratificação por nosso ato. Mas isso nem sempre acontece porque as pessoas estão amadurecendo gradativamente na vida ou se recusam a faze-lo. Nem mesmo Jesus, que só fez o bem e demonstrou amor foi recompensado – o seu final foi numa cruz. Por isso, ficamos ansiosos para ganhar a aceitação das pessoas, e, quando ela não acontece, nos desiludimos e tratamos as pessoas com ira. Mas isso é uma postura própria de criança, que o tempo todo quer ouvir elogio e ganhar presentes.

2.                  A razão nem sempre prevalece.
Não podemos viver como se a justiça sempre estivesse a nosso favor. Em alguns momentos sofreremos injustiças da parte das pessoas. Não seremos compreendidos, amados, bem tratados e tratados com bondade. A injustiça que habita o mundo e o coração das pessoas também pode nos atingir, e dela não estamos livres apenas por sermos de Deus. Paulo menciona duas situações em que foi alvo de injustiça da parte das pessoas que ele mais amava. Mas a sua reação surpreende porque é adulta e amadurecida:

“Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica, Crescente para Galácia, Tito para Dalmácia.  Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério.  Também enviei Tíquico a Éfeso.  Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos.  Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras.  Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras. Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me desampararam. Que isto lhes não seja cobrado. Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão.” 2 Timoteo 4:9-17.

3.                  Nem sempre as pessoas vão se esforçar em fazer o melhor.
A ansiedade pode se manifestar quando dependemos de outras pessoas que parecem não dar o melhor de si em determinada tarefa ou responsabilidade. Às vezes os filhos, cônjuges, e subordinados ou colegas de trabalho não estarão devidamente motivados a colaborar conosco naquilo que pretendemos fazer. E quando isso acontece gera um desgaste mental e emocional muito alto, o que desencadeia discussões e ira interior. Quem gosta de ser caprichoso em tudo que faz e quem é pontual são os que mais sofrem com esta questão. Mas é preciso não se permitir desanimar se as pessoas não cooperam, nem desistir do projeto se elas não o valorizam.


Talvez o que seja preciso é usar outros métodos mais pro-ativos que incentivem as pessoas a colaborar, do que simplesmente cobrar e brigar com elas. A atitude infantil neste caso é nunca estar preparado para ser contrariado, para ouvir um ‘não’ como resposta. Precisamos crescer, aprendendo a respeitar o ritmo de cada pessoa, não tentando acelerar este ritmo só porque o nosso plano tem que dar certo.

4.                  Nunca existe só um jeito de fazer as coisas.
Somos desafiados, no mundo adulto, a mudarmos o tempo todo a nossa maneira de encarar desafios, problemas e convivios. Quem não está pronto a aceitar as mudanças ficará para trás, lamentando que não foi compreendido. Isso quer dizer que é necessário aprender a ouvir as pessoas e ouvir opiniões diferentes das nossas porque nem sempre a nossa idéia é a mais adequada para a questão. Quem quer se impor o tempo todo, sua opinião, sobre outros, está agindo como a criança, que não aceita ser contrariada e chora porque não fizeram sua vontade. Salomão, que foi considerado o mais sábio rei do oriente, dá uma dica importantíssima :

 “Quem recusa bons conselhos terá seus planos fracassados, mas quem os aceita verá seus projetos sair do papel, e eles serão bem-sucedidos” – Proverbios 15:22.

Apesar de ser o mais sábio do oriente em sua época, Salomão tinha inúmeros conselheiros de cada área de administração para ajuda-lo a governar Israel. Sua sabedoria estava em contar com especialistas em campos distintos do conhecimento.

Infelizmente, muitos são os que continuam vivendo como crianças - esperando sempre gratidão, reconhecimento, elogios, compreensão e que tudo saia do seu jeito. No dia da frustração, inevitável que é a sua chegada, eles se fecham para o mundo, recusam-se amar novamente e se amarguram porque nada saiu do jeito que propuseram.
Mas, os que confiam na providencia do Senhor, confiam a Ele suas vidas e o rumo que ela tomar. Não estão presos aos detalhes mas ao roteiro como um todo, dirigido pelo Pai que nos ama acima de qualquer circunstância. 
Deixaram de agir como bebês e amaram as pessoas, apesar das falhas que elas apresentam. Não desistiram nunca de amar e de perdoar. Sabem que também são passíveis de praticar injustiça e nem sempre são capazes de dar perdão. Acima de tudo olham para seu Criador que as mantém vivas todos os dias em superação constante, em crescimento incessante, numa santa teimosia de amar apesar de tudo.

terça-feira, 20 de março de 2012

Chorar ou Sorrir ?










“Todo o povo pulou de alegria, louvando ao Eterno, pois os alicerces do templo do Eterno foram lançados. Enquanto a multidão cantava alegremente, muitos dos sacerdotes, levitas e chefes das famílias que tinham visto o primeiro templo choravam incontrolavelmente ao ver os alicerces do novo templo. Era impossível distinguir os sons de alegria dos sons do choro. O barulho podia ser ouvido de longe”.   Esdras 3.11-13.

Esta   passagem  narra a volta dos judeus para Jerusalem depois do exilio de 70 anos sob o domínio da Babilonia. A Persia se tornou o novo império universal e a primeira medida do novo soberano foi a permissão para a reconstrução da cidade, da vida civial e o retorno dos moradores para sua terra. Esdras e Neemias são os dois maiores responsáveis pela reconstrução, tanto da cidade, quanto da adoração e da redescoberta do valor das Escrituras.

Quando um novo templo de adoração a Deus é construído, após o grande templo de Salomão ter sido reduzido pelos babilônios a entulhos, no dia da sua inauguração, uma parte do povo festeja com alegria, enquanto outra parte lamenta e chora. Os que se alegram são os mais novos, aqueles que não tinham o lastro da historia, e não passaram pelo sofrimento do cativeiro. Os que choram são os mais idosos, que viram a dedicação do primeiro templo e acompanharam a gloria do reino de Salomão.


Os que se alegram encaram o novo acontecimento como acréscimo; os que choram ainda lamentam a perda porque comparam as duas estruturas e preferem a antiga. A atitude dos que choram é típica do ato de ver o evento por apenas um lado. Eles são incapazes de se alegrar e perceber motivos de esperança e reconstrução.

Essa é a decisão que muitos tomam depois de um passado difícil – recusam-se a se alegrar no presente e celebrar conquistas, bênçãos , e resultados. Acionam seu pensamento automático e sentem que nada é bom, tendo como resultado um estado depressivo e insatisfeito. Não estão enxergando o todo, mas apenas uma parte.

 Os que se alegram estão forçando seus pensamentos à superação de uma continuidade – tudo se fez novo – e por isso, não se pode mais encarar a vida como perda irreparável mas sim como uma nova oportunidade de Deus em voltar a viver e construir novos projetos, numa nova cidade, onde as ruinas estão soterradas porque sobre elas está edificado um novo projeto.

Os que choram não enxergam o novo projeto de cidade – eles estão olhando ainda para os escombros soterrados porque seus pensamentos ficaram presos a um tipo de preferencia – tempo de Salomão – mesmo que tudo tenha sido destruído. Isso quer dizer que o sofrimento de fato acabou mas não para eles, que ainda insistem em puxar da memoria acontecimentos ruins do passado e não a boa noticia do presente.


Os que se alegram percebem que efetivamente seus terrenos de domínio foram invadidos(Babilonia), que eles perderam seus avós, quem sabe seus pais e casas. Mas reconhecem que, apesar disso, Deus continua no controle da historia do país e da historia de suas vidas. Eles perderam o domínio mas entenderam que Deus os governava nos detalhes.

 Os que choram o fazem porque tiveram seus domínios furtados e invadidos e estão ainda ressentidos contra os babilônios: "E vocês, babilônios, felizes os que agarrarem os seus bebês e atira-los contra as rochas". Salmos 137:7-9. Eles não percebem a ação de Deus na vida e por isso se entregam á angustia e depressão.

Mas os que se alegram decidem pensar de maneira diferente, e, como resultado, sentem algo diferente: "Grandes coiosas fez o Senhor por nós e por isso estamos alegres".Salmos 126.1-3.

No fim das contas você percebe que o assunto é o mesmo: o templo. Mas uns reagem com tristeza e outros com alegria. Uns decidem começar a reconstruir com Deus, outros preferem continuar amando os escombros soterrados das glorias do passado.


Não é tanto o que acontece que nos deixa felizes ou abatidos - é como lemos estes acontecimentos que causará sensações boas ou ruins. Choro ou alegria não é um determinismo de Deus - é uma opção intransferivel de cada um de nós.

terça-feira, 13 de março de 2012

Eu não sou farinha do mesmo saco!

                 Em ano de eleição municipal tenho lido nos jornais da cidade as possiveis candidaturas ao cargo do executivo. Alguns que já ocuparam a cadeira podem estar impedidos pela Lei da Ficha Limpa. Fala-se em recursos para prováveis tentativas de volta ao cargo. Quem já deu sua parcela de colaboração acredita que ainda tem mais a oferecer.

               Li sobre a possivel candidatura de um deputado, filho da terra, que deixaria de o ser para assumir, se eleito, a cadeira máxima. Li, ainda, sobre a sondagem feita a um padre famoso, que poderia vir a concorrer. Assim, na condição absoluta de leigo na arte da politica, assisto  a cidade no presente momento ter que refletir, debater e dirigir seus futuros votos ao seguinte quadro:  candidatos que não podem mas querem voltar; deputado que pensa em deixar sua função na assembleia para ser prefeito, e um padre que talvez cogite trocar o pulpito pela tribuna.

              Ser prefeito, em meu modo de pensar, é ser um representante legitimo do povo. Isso significa que ele deve representar, mais do que a vontade do cidadão, o proprio carater do cidadão. Não gosto dessas afirmações maldosas que proclamam: "cada povo tem o governo que merece". Nem sempre. Às vezes temos um determinado governo por pura falta de opções melhores.

              Eu acho que o representante do povo tem que ser a cara do povo. Não me entenda mal. Não me refiro à cultura, aspecto economico ou gosto popular. Me refiro ao carater. Se voce parte do pressuposto que o brasileiro é, por principio ou falta dele, desonesto, aproveitador, corrupto, que ama facilidades e despreza responsabilidades, que vende sua palavra pela oferta mais barata, então, tudo bem. Você é do tipo que vota baseado na crença de que nós merecemos os politicos que temos porque também somos como eles.

                Eu não acredito nisso. Acho, ao contrário, que, pelas reiteradas vezes em que os que não representam bem o povo brasileiro acessam o poder e continuam nele por meio de tantos acordos e brechas da Lei, eles vão criando uma cultura da impunidade e corrupção com tamanha frequencia, que essa cultura acaba sendo imitada pelo cidadão comum. È isso mesmo que você leu. O exemplo sempre vem de cima.

                O povo imita seus governantes e nunca o contrario. Se o país ainda pratica a injustiça, a desobediencia à Lei, a corrupção, desvios, é porque temos como professores aqueles que nos governam. Assimilamos esta cultura que se desenvolve há tanto tempo nas esferas federais, estaduais e municipais. Depois, erradamente, culpamos o povo por ter votado errado.

                  Não votou errado, votou certo. Votou do jeito que foi ensinado a votar, votou porque viu exemplos repetidos de transgressão do bem em mal. Somos copias daqueles que nos governam, entenda isso de maneira positiva ou negativa. Afinal, estamos apenas reproduzindo um modelo, imitando nossos representantes.

                    Se os que já passaram pelo poder tem a ficha suja deveriam, em nome da decência e do respeito ao povo, se recusarem a nova candidatura.Assim representariam mesmo o carater do povo. Que o deputado continue prestando o excelente trabalho , afinal o povo o elegeu para deputado. Assim representaria o carater do povo: cumprir aquilo que prometeu e para o que foi votado. Que o padre continue pastoreando seus fiéis, Deus o chamou para o rebanho. Que assim represente o carater do povo - fazer aquilo que prometeu em seus votos de ordenação.

                  E que alguém nesta cidade, que ainda acredita que o povo é honesto, decente e quer ser representado por gente que acredita nos mesmos valores e defende os mesmos direitos, se candidate ao cargo.Gente que tenha uma vocação para a politica e não alguem que quer se aproveitar dela. Gente que quer o poder para servir ao povo na objetividade de moralizar a politica por meio do seu proprio exemplo. 

                Mas, por amor a todos nós, diga não ao velho modelo da continuidade, que para mim é um xingamento à dignidade do cidadão. Eu não quero parecer com que me governa, pelo menos não neste modelo e enquanto não houver nenhuma novidade no cenário que dê a entender que as coisas realmente vão mudar.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Serviço e Sacrificio.

“Voces já devem ter notado como o poder sobe à cabeça dos governantes deste mundo que logo se tornam tiranos. Voces não devem agir assim. Quem quiser ser o maior deve se tornar servo. Quem quiser ser o primeiro deve se tornar escravo.È o que o Filho do Homem faz: Ele veio para servir, não para ser servido – e para dar a propria vida para salvar muita gente”. Marcos 10:41-45 –                 ( versão biblica : A Mensagem).
A razão de Jesus afirmar que o poder sobe à cabeça das pessoas está baseada no contexto desta passagem. Tiago e João fazem um pedido à Jesus. Querem que ele autorize, quando voltar, que os dois se assentem na sua gloria, um à  direita e outro á  esquerda. Os outros discipulos ficam indignados com aquele pedido e começam a discutir sobre graus de importancia no colegiado dos discipulos. Então, a partir disso, Jesus começa a ensinar sobre a questão do poder. E uma primeira diferença que ele faz é quanto á noção de poder secular e a sua visão de poder. Para Jesus, o verdadeiro poder não se resume a uma voz de comando, nem a uma influencia politica, nem mesmo a um cargo de chefia corporativa. O verdadeiro poder no estilo de Jesus está no ato de servir pessoas.

Para ele, o poder nunca serve a quem comanda e sim aos comandados. O poder não tem a intenção de beneficiar questoes particulares de quem o possui, mas visa suprir as necessidades daqueles que estão sob a sua responsabilidade. È  sempre bom entender a diferença que existe entre ‘poder’ e ‘autoridade’.  O ‘poder’ é a capacidade de obrigar, por causa da posição ocupada ou por imposição, os outros a obedecerem sua vontade mesmo que eles não queiram. Este é o poder que historicamente sempre marcou os tiranos do mundo como Hitler, Mussolini, Lenin, Kadafi, Fidel Castro. O povo nunca teve a liberdade de escolha nestes governos – era forçado a colaborar com o sistema ou perdia a vida ou privilegios. È possivel comprar e vender o poder, transferi-lo para os parentes(Sarney, ACMs) por meio do vinculo da familia, troca de favores e cargos de confiança.

 A autoridade é a habilidade de levar outros a fazerem sua vontade de maneira entusiasmada e voluntariamente. Pessoas de autoridade são diferentes de pessoas de poder. Pessoas de poder ordenam; pessoas de autoridade convidam. Pessoas de poder usam sua força; pessoas de autoridade usam sua influencia. Pessoas de poder tem comandados; pessoas de autoridade tem seguidores. Enquanto o poder é mantido por meio de acordos, mentiras, esquemas politicos, a autoridade tem mais a ver com a essencia da pessoa, o seu carater. Pessoas de autoridade são transparentes e não tem medo de perder os que estão á sua volta – querem que eles continuem juntos somente se ainda acreditam no seu projeto ,  seu objetivo e na coerencia da sua vida: “Depois disso, muitos discipulos o abandonaram. Não queriam mais nenhuma ligaçao com ele. Então, Jesus deu aos doze a mesma oportunidade: “Voces também querem me abandonar?” Pedro respondeu: “Senhor, para onde iriamos? Só o Senhor tem as palavras de vida verdadeira, de vida eterna”.  João 6.67-69.

  Jesus nunca usou o poder para liderar, no entanto, se tornou o maior lider de todos os tempos em toda a Historia, porque conseguiu levar 12 homens que viviam numa região obscura e desconhecida do mundo reproduzirem seu carater e divulgarem sua mensagem para o resto do mundo em todos os tempos, ontem, hoje e amanhã. A Historia é marcada por ele (AC –DC), pelo menos dois feriados mundiais o homenageiam: a Páscoa e o Natal. A liderança que Jesus preconiza é a do oferecimento de um modelo.E o modelo que ele revelou foi do serviço. Pilatos, Herodes, Cesar Augusto tinham poder, mas Jesus possuia influencia – sua autoridade, baseada na coerencia entre o que falava e o que vivia.

Dois outros homens se inspiraram claramente no modelo de Jesus e obtiveram sucesso absoluto na sua missão. O primeiro foi Mahatma Gandhi, e o segundo, Martin Luther King. O primeiro, por meio do serviço a seu povo conseguiu a independencia da India em 1947. O segundo, pelo mesmo ato da não violencia, mas da inspiração de seu modelo de serviço,  a aprovação do Decreto dos Direitos Civis, em 1964. Mas, ambos precisaram seguir o segundo ítem de toda liderança relevante: o sacrificio: jejuns, prisões, ameaças à familia e morte. Assim como Jesus.

Vivemos num mundo que não aceita mais a retorica vazia. O estilo de liderança de Jesus foi inteiramente baseado em suas ações a favor das pessoas. Jesus nunca deixou nada escrito – sua única frase, escrita no chão, quando defendia a mulher adultera, foi apagada pelo tempo. O que há sobre ele foi escrito por seus discipulos, mas ele mesmo nunca registrou seus ensinos, nem escreveu um livro. Seu foco o tempo todo era a ação pratica que demonstrasse o amor de Deus para com as pessoas. Até mesmo quando estava na Ceia, lavou os pés de cada um dos discipulos para ensinar a importancia de servir como sinal distintivo dos que o seguem.  Precisamos aprender esta primeira liçao de liderança com Jesus: pessoas não seguem palavras, pessoas seguem exemplos. Francisco de Assis dizia: “Fale de amor o tempo todo, se for preciso, use palavras”.
 Quanto ao sacrificio, Jesus sempre teve que lidar com o ódio dos fariseus, que tinham medo que ele destruisse a religião, meio de vida e sustento deles. Embora a bandeira defendida por Jesus nunca tenha sido atacar a religião mas conectar pessoas com Deus e demonstrar a chegada e implementação do seu Reino na terra: "O Reino de Deus chegou até vocês", ele disse mais de uma vez.

Nem sempre as pessoas entendem nossos verdadeiros objetivos e podem nos julgar porque atribuem áquilo que fazemos uma outra idéia. Jesus foi chamado de subversivo, inimigo de Deus, Lucifer, bêbado e comilão,  sonegador de impostos. Mas ele nunca se importou com a leitura do que as pessoas faziam a seu respeito porque alicerçava sua vida no seu caráter e coerência. Isso falava mais alto que qualquer palavra e por isso irritava tanto os seus oponentes. Porque quando não se encontra nenhuma falha moral em alguém, os inimigos vão começar a inventar mentiras para tentar atribuir algum pecado ao currículo da pessoa.

 Jesus teve que enfrentar o resultado óbvio de quem lidera pela coerência e não pelo discurso – a morte em prol daquilo que ensinava e vivia. Os lideres de caráter morrem todo dia um pouco. Eles perdem oportunidades de origem ilícita porque não querem se vender. Eles sofrem prejuízos porque se recusam a brigar para se impor ás pessoas – Jesus disse aos discípulos, que, quando entrassem em alguma aldeia, se não fossem recebidos, deveriam sair educadamente, e apenas bater o pó dos pés como sinal de protesto. Mas nunca forçar alguém a crer .


Os lideres de caráter ficam para trás em relação aos lideres que se baseiam no poder. Estes enriquecem rápido, e amam mais a instituição – empresa do que as pessoas. Servem a um esquema corporativo e não a vidas necessitadas. O líder que se baseia no caráter às vezes pode sofrer um mau trato, uma ingratidão, uma injustiça – mas ele não desiste de amar porque não sabe fazer outra coisa. Jesus morreu numa cruz por este amor que ele tanto pregava. Mas o resultado é que milhões de pessoas no mundo acreditam no amor porque viram o seu exemplo demonstrado e assim o seguem como discípulos. Amar nem sempre é tão simples – pode custar a própria vida. Mas, pais e mães, voluntários, pastores, professores e todos que lideram pelo caráter não conhecem outro caminho mais efetivo para produzir mudanças na vida das pessoas – mesmo que isso envolva grande dose de sacrifício.