terça-feira, 20 de março de 2012

Chorar ou Sorrir ?










“Todo o povo pulou de alegria, louvando ao Eterno, pois os alicerces do templo do Eterno foram lançados. Enquanto a multidão cantava alegremente, muitos dos sacerdotes, levitas e chefes das famílias que tinham visto o primeiro templo choravam incontrolavelmente ao ver os alicerces do novo templo. Era impossível distinguir os sons de alegria dos sons do choro. O barulho podia ser ouvido de longe”.   Esdras 3.11-13.

Esta   passagem  narra a volta dos judeus para Jerusalem depois do exilio de 70 anos sob o domínio da Babilonia. A Persia se tornou o novo império universal e a primeira medida do novo soberano foi a permissão para a reconstrução da cidade, da vida civial e o retorno dos moradores para sua terra. Esdras e Neemias são os dois maiores responsáveis pela reconstrução, tanto da cidade, quanto da adoração e da redescoberta do valor das Escrituras.

Quando um novo templo de adoração a Deus é construído, após o grande templo de Salomão ter sido reduzido pelos babilônios a entulhos, no dia da sua inauguração, uma parte do povo festeja com alegria, enquanto outra parte lamenta e chora. Os que se alegram são os mais novos, aqueles que não tinham o lastro da historia, e não passaram pelo sofrimento do cativeiro. Os que choram são os mais idosos, que viram a dedicação do primeiro templo e acompanharam a gloria do reino de Salomão.


Os que se alegram encaram o novo acontecimento como acréscimo; os que choram ainda lamentam a perda porque comparam as duas estruturas e preferem a antiga. A atitude dos que choram é típica do ato de ver o evento por apenas um lado. Eles são incapazes de se alegrar e perceber motivos de esperança e reconstrução.

Essa é a decisão que muitos tomam depois de um passado difícil – recusam-se a se alegrar no presente e celebrar conquistas, bênçãos , e resultados. Acionam seu pensamento automático e sentem que nada é bom, tendo como resultado um estado depressivo e insatisfeito. Não estão enxergando o todo, mas apenas uma parte.

 Os que se alegram estão forçando seus pensamentos à superação de uma continuidade – tudo se fez novo – e por isso, não se pode mais encarar a vida como perda irreparável mas sim como uma nova oportunidade de Deus em voltar a viver e construir novos projetos, numa nova cidade, onde as ruinas estão soterradas porque sobre elas está edificado um novo projeto.

Os que choram não enxergam o novo projeto de cidade – eles estão olhando ainda para os escombros soterrados porque seus pensamentos ficaram presos a um tipo de preferencia – tempo de Salomão – mesmo que tudo tenha sido destruído. Isso quer dizer que o sofrimento de fato acabou mas não para eles, que ainda insistem em puxar da memoria acontecimentos ruins do passado e não a boa noticia do presente.


Os que se alegram percebem que efetivamente seus terrenos de domínio foram invadidos(Babilonia), que eles perderam seus avós, quem sabe seus pais e casas. Mas reconhecem que, apesar disso, Deus continua no controle da historia do país e da historia de suas vidas. Eles perderam o domínio mas entenderam que Deus os governava nos detalhes.

 Os que choram o fazem porque tiveram seus domínios furtados e invadidos e estão ainda ressentidos contra os babilônios: "E vocês, babilônios, felizes os que agarrarem os seus bebês e atira-los contra as rochas". Salmos 137:7-9. Eles não percebem a ação de Deus na vida e por isso se entregam á angustia e depressão.

Mas os que se alegram decidem pensar de maneira diferente, e, como resultado, sentem algo diferente: "Grandes coiosas fez o Senhor por nós e por isso estamos alegres".Salmos 126.1-3.

No fim das contas você percebe que o assunto é o mesmo: o templo. Mas uns reagem com tristeza e outros com alegria. Uns decidem começar a reconstruir com Deus, outros preferem continuar amando os escombros soterrados das glorias do passado.


Não é tanto o que acontece que nos deixa felizes ou abatidos - é como lemos estes acontecimentos que causará sensações boas ou ruins. Choro ou alegria não é um determinismo de Deus - é uma opção intransferivel de cada um de nós.

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