“Deus é amor. Quando passamos a habitar permanentemente no amor, vivendo uma vida de
amor, vivemos em Deus e Deus vive em nós. Assim, o amor tem o controle da casa,
fica à vontade e amadurece em nós, e não temos mais preocupação com o dia do
juízo – nossa situação no mundo é idêntica à de Cristo. No amor, não há espaço
para o medo. O amor amadurecido expulsa o medo. Considerando que o medo causa
uma vida vacilante e cheia de temores – medo da morte, medo do julgamento –
podemos dizer que quem tem medo não está completamente aperfeiçoado no amor.
Mas nós podemos desfrutar o amor – amar e ser amados, pois primeiro fomos
amados; por isso, agora podemos amar. A verdade é que ele nos amou
primeiro”. 1 João 4:17-19.
João diz no
texto que é o amor amadurecido que expulsa o medo. Porque o amor que vivemos
nem sempre é maduro.
Ele é condicionado às respostas positivas, retribuições,
sensações de prazer. Amamos porque esperamos ser amados. Amamos com base na
troca, na expectativa da contrapartida. Se alguém não retribui o bem que fizemos pensamos em não
ajudar a mais ninguém.
Se somos mal tratados quando ajudamos alguém nunca mais
queremos ajudar. Quando as pessoas se retiram sem dizer pelo menos um ‘muito
obrigado’ nos decepcionamos com a humanidade toda dizendo que não vale a pena
amar. Esse é o amor infantil, imaturo.
Esse tipo de amor sempre vai estar dominado pelo
medo porque ele ama na expectativa de ganhar algo em compensação. O amor de
Deus, no entanto, é adulto. Ele envia o sol e a chuva sobre maus e bons, sobre justos e injustos. Ele é capaz de amar os maus sem ter
medo de ser ferido por eles.
Continua amando ainda que eles não o invoquem, nem
reconheçam sua presença. O amor maduro ama não porque tenha amor para dar mas
porque não sabe fazer outra coisa na vida. Não sabe odiar, não sabe punir, não
sabe se vingar, não pode reter, nem segurar, nem limitar.
Já o medo opera pelo mecanismo da autodefesa - sempre age com base no instinto de preservação, e, ao fazer isso, recusa contatos, riscos, experiencias. O resultado
mais perverso do medo é o ato dele excluir o amor.
O medo fecha mas o amor
abre. O medo desconfia mas o amor acredita. O medo condena mas o amor
absolve. O medo pune mas o amor perdoa.
O medo fere mas o amor cura. O medo foge mas o amor enfrenta. O medo se omite
mas o amor participa. O medo teme a morte mas o amor celebra a vida.
A decisão, em viver ou morrer, deixar uma marca
e um legado, ou ser esquecido de todos, é uma decisão exclusivamente nossa.
Podemos optar em viver o amor infantil ou viver o amor maduro.
A diferença
entre o amor humano e o amor divino. O amor humano nunca se liberta do medo. O amor
divino o mantém sob controle.