Aldous Huxley escreveu “Admirável
mundo novo, uma obra da década de 1930 falando de
um mundo que seria criado em laboratório para condicionar a mente das pessoas
para obedecerem um governo mundial. Era a época das ditaduras de Mussolini e outros pelo mundo, onde se objetivava formatar a mente das pessoas à obediência de um suposto governo mundial.
Na obra, espermatozoides e óvulos são estocados para fabricar seres humanos controláveis. Em uma das passagens
crianças são ensinadas a vencer o medo da morte ganhando doces enquanto ficam
ao lado de seus parentes na cama já na agonia do ultimo suspiro. Juventude e
Velhice estão juntas mas condicionadas ao doce – só através dele é que se pode
encarar a realidade do fim. Na era contemporânea os produtos contra envelhecimento
são estes ‘doces’ que criam a falsa sensação de que não vai acontecer conosco o
que aconteceu com os avós e pais.
No arquétipo dos personagens principais da infância sempre figura algum idoso que tem o papel de mentor dos mais jovens: o bom velhinho(Papai Noel), a avó da Chapeuzinho Vermelho, Dona Benta, do Sitio do Picapau Amarelo, o mordomo do Batman, a avó do Homem Aranha. Mesmo os super-heróis precisam da orientação dos mais experientes.
Por trás da figura do idoso existe a idéia de continuidade, que a historia é um elo que liga as antigas ás novas gerações. Isso transmite a segurança necessária para viver porque as experiências dos mais velhos nos ajudam a lidar com nossos próprios problemas; fornece a idéia de sentido porque os mais idosos nos desafiam a olhar para a vida como um objetivo em que servimos pessoas e deixamos um legado; e nos motiva a continuarmos praticando os valores que estabilizam as relações humanas.
Em culturas orientais a figura do idoso é extremamente valorizada porque ele representa o acumulo de sabedoria e instrução que pode formar as gerações que virão em sequencia. O idoso oriental é um tipo de mentor que influencia os mais jovens repassando valores como honestidade, autocontrole, solidariedade e responsabilidade.
Mas nas culturas ocidentais, voltadas à produção e consumo, eles são peças descartáveis no tabuleiro da economia e das relações.
De forma contraria a esta idéia
negativa do envelhecimento temos o modelo bíblico de idosos felizes e
realizados como Simeão e Ana, avançados em idade mas que tomam Jesus ainda bebê
nos braços e que diariamente estão no templo servindo a Deus e as pessoas. A
maioria dos escritos de Salomão sobre a sabedoria foi redigida na sua velhice.
Davi compôs muitos de seus Salmos na idade avançada. Dorcas, a quem Paulo
ressuscitou da morte, é elogiada no livro de Atos porque na sua velhice servia
muitas pessoas costurando para elas. Madre
Tereza morreu em plena atividade aos 87 anos servindo os pobres; Zilda Arns,
fundadora da Pastoral da Criança morreu no terremoto do Haiti aos 75 anos.
Há uma estimativa de que daqui a 25 anos a maioria da população brasileira será de idosos. Que país teremos para uma população que já passou dos 50 anos? Como lidaremos com as questões de assistência ao idoso, uma vez que seremos nós que estaremos lá?
Que, pelo menos, a nossa cultura pessoal sobre o envelhecimento seja mais bíblica e menos secular. Aprendamos sobre o valor da experiencia, o acumulo de sabedoria, a poupança dos valores e o temor a Deus. Que nossos modelos de influencia não sejam os jogadores de futebol nem as modelos ou as celebridades da mídia, mas sim aqueles que tem um lastro valioso para repassar e nos orientar. Que tal aprender um pouco com os idosos?
Perfeito!
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