Jesus, certo dia se encontrou com uma mulher à beira de um poço de água na antiga cidade de Samaria.
Ao entabular uma conversa, começou a desvendar suas mais profundas necessidades e anseios.
Disse que ela possuía uma carência e que somente ele poderia ajuda-la.
Quando ela diz que deseja o que ele pode fazer, Jesus começa, então, o processo de cura.
Ele pede que ele vá chamar seu marido.
Mas, ela que já estava no sexto casamento não oficial, recua ao perceber que o mestre tocou numa ferida há muito tempo aberta.
Então ela muda o tom da conversa e começa a falar de Religião.
Diz que o lugar onde Deus pode ser adorado tem que ser num templo, só não sabe se o templo de Jerusalém ou o templo de Samaria.
Perguntas teológicas tem, sim, o seu lugar. Mas não agora. Ela usa a Religião para fugir do encontro consigo mesma.
Assim agimos,com uma certa regularidade.
Quando Deus começa a querer estabelecer a saúde em nosso sistema interior adoecido, nos refugiamos na Religião para acobertar hábitos que tem causado a enfermidade e as feridas. A pior das pragas já criadas, que mais mal tem causado ao ser é justamente o refugio da Religião.
Porque o refugio da Religião não é o mesmo que o refugio de Deus.
Refugiar-se sobre Deus é amar a verdade e abraçá-la. E Jesus disse que 'quando conhecermos a verdade, ela nos libertará'. No texto grego, o verbo 'conhecer' tem a ver com relação sexual. Verdade não é discurso certo; não é o melhor argumento; não é um contato á distância.
Verdade é intimidade.
Eu sou o que faço, eu faço o que sou. Eu vivo o que digo e digo o que vivo. Eu não me importo com a opinião do politicamente correto. Eu aceito o fato de que tenho um coração dividido, que tenho lutas contraditórias na minha mente.
Eu confesso como Edward Sanford Martin :
"Dentro do meu templo terrenal há uma multidão;
Há um de nós que é humilde, um que é orgulhoso,
Há um abatido por seus pecados,
Há um que não se arrepende e ri à vontade;
Há um que ama o seu vizinho como a si mesmo,
E um que só se importa com a fama e a fortuna.
Eu estaria livre de tão desgastante preocupação
Se alguma vez pudesse descobrir qual deles eu sou".
Jesus não quer saber de templo, de doutrina, se eu sou arminiano, calvinista, católico, espírita, ortodoxo, se eu batizo com muita ou pouca água, se eu pratico as regras da minha religião ou se eu dou uma moeda para um pedinte no meio da rua.
Ele quer saber com quem ele está lidando. Com uma caricatura ou com uma pessoa de verdade.
Por isso, assuma sua verdadeira cara. Pare de mentir para si mesmo. Não dissimule mais. Não dê importância ao ato de parecer melhor do que é, se refugiando numa encenação religiosa.
A Igreja está cheia de pessoas sofridas, mas muito desta dor é causada pela rejeição da verdade e não pela ferida que alguém tenha causado.
No dia em que estivermos face a face com a Verdade ele não vai querer saber de relatório, nem de performance espiritual.
Lembre, que segundo ele diz, a pergunta será apenas uma:
"Eu te conheço?"
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