quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

ESPONJA.


   'Venham! Vamos parar e descansar um pouco'. Era tanta gente indo e vindo que eles não tinham tempo nem para comer'.  Marcos 6.30-31.

      Admito que sou meio semelhante a uma esponja.
Preciso absorver a Palavra de Deus e a sua voz e espremer-me para compartilhar seus conteúdos com aqueles a quem amo, a quem Deus me confiou como suas ovelhas.

       Já faço isto a algum tempo com muito prazer e senso de realização.
      Tenho visto o maravilhoso efeito que esta palavra divina opera nas vidas daqueles que entram em contato com seu autor.

         Mas, quanto mais o tempo passa, mais eu percebo que a demanda de espremer é mais intensa do que o tempo necessário á absorção.
Tenho demandas a tratar na vida, e preciso estar mais tempo com aquele que me ama.

         Porque as exigências desta função são cada dia maiores.
Há pessoas famintas, sedentas, sem rumo e sem estoque nenhum de afeto e de alguém que se interesse por seus dilemas. Aí o meu trabalho de espremer a esponja aumenta consideravelmente.

          E o contato com as tristezas e limitações de cada um, a empatia necessária á dor alheia me adoecem a alma.
Tem dias que me sinto exausto, mas não no corpo, nem na mente, mas na alma.

       Parece que tudo me foi sugado, que eu não tenho mais nada por dentro.
Tudo foi usado, doado, entregue.
E só Deus é quem me preenche de novo nestas horas.

      No final do ano eu reduzo o ritmo, a esponja para de ser espremida.
São os dias de festas, do Natal e da entrada do ano novo onde eu permaneço apenas com minha família, quase mais em silencio do que falando, mais observando e agradecendo do que fornecendo algo.

      A esponja então apenas absorve.
Se enche, se deleita, comemora.
Não é usada temporariamente, permanece em estado de descanso.

      Retiro e interrupção fundamental para prosseguir na obediência ao chamado daquele que renova os meus dias.

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