terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
QUEM VAI GANHAR ESTA LUTA?
'Abençoados são vocês, que conseguem mostrar que cooperar é melhor que brigar ou competir. Desse modo, irão descobrir quem vocês realmente são e o lugar que ocupam na família de Deus'. Mateus 5.9.
Competir tem se tornado uma das finalidades da vida contemporânea.
Somos chamados a competir pelos primeiros lugares, pela vaga do emprego, pelo amor da nossa vida, pelo sorteio do carro no consórcio, da casa que financiamos, e até pela vitória da nossa opinião.
Ligamos a TV e tudo o que assistimos lembra uma disputa.
São os cantores que se candidatam ao teste da gravadora e à fama.
São os anônimos que se trancam numa casa para ver quem ganha o milhão de reais.
São os partidos políticos que lutam para desmoralizar seus pares.
Novelas cujo enredo é a tentativa de ser feliz às custas do sacrifício da existência dos outros.
Filmes que mostram a eliminação de gente que atrapalha os projetos e sonhos.
As lutas de UFC são a sensação do momento.
Disputamos, no dia a dia, enraivecidos, uma vaga de estacionamento nas ruas lotadas.
Disputamos, com pressa, uma mesa vazia no restaurante.
O espirito de competição tomou de vez a nossa alma.
As nossas ruas estão sendo tomadas pelos 'black blocks' que sem qualquer sentimento estouram bombas que matam o primeiro que ficar no caminho delas, seja este um cinegrafista ou uma mãe com seus filhos. Não importa quem seja, nem o que esteja fazendo lá. Quem não está de máscaras é inimigo, é infiltrado, é 'parte do sistema'.
Parece que estamos tão acostumados com este espirito de competição que já nem sabemos por que continuamos vivendo assim. Certo dia estava dirigindo atrás de uma longa procissão de carros. Era meu caminho e não tinha como evitar passar por aquela rua. Um veiculo que estava para entrar na rua perguntou a um senhor que estava na calçada: 'o que é isso aí?' O senhor lhe disse: 'é uma procissão'. E o motorista: 'Ah, então eu também vou'. Não se pensa mais o por que das coisas, se adere a elas como que por osmose.
Jesus diz que cooperar é melhor que brigar e disputar.
Porque quando cooperamos nós descobrimos nossa verdadeira vocação como filhos de Deus que estão no mundo com a missão de socorrer, colaborar, amar. E ele diz que mais feliz é quem coopera do que quem disputa.
Porque na disputa entra o estresse, a raiva, o ódio, mas, na cooperação se manifesta a paz. Na cooperação com os outros nós humanizamos a sociedade e a livramos desta índole da morte e da violência. Eu acho que os acontecimentos contemporâneos são uma amostra de que já estamos todos no nosso último limite de suportabilidade.
Se como filhos de Deus em Cristo não começarmos a desconstruir a violência e a competição, através de nossos atos de cooperação com todos, não acredito que teremos esperança por dias melhores.
Como dizia o teólogo John Stott, se as trevas perduram muito tempo não adianta culpar o ambiente. O que se deve fazer é perguntar: 'onde está a luz'?
Façamos amigos em vez de concorrentes; doemos um pouco de nós para não ficarmos com tudo. Sempre há mais gente em pior situação, esperando que alguém se importe.
Vamos aceitar o desafio de Jesus?
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