terça-feira, 8 de abril de 2014

VISITAS QUE ME FAZEM BEM.

      



 Paulo diz na sua carta aos Romanos: 'Eu sei que o bem não habita em mim'  (Romanos 7.18).
Ele não habita, não reside, não mora em mim.

O bem é um visitante esporádico em nossas vidas pelo fato de que nossa inclinação ao mal nos prende a desejos e imperfeições recorrentes. Jesus disse que a bondade reside especificamente em Deus. 

Ele somente é bom. Cristo é bom. A palavra grega 'Cristo' está associada foneticamente á bondade: 'crestotes'. De forma que falar da bondade permanente significa entender que ela só reside na Trindade. No mundo humano ela aparece vez por outra porque não é deste universo.

No entanto, perceber que a bondade não mora em mim me deixa preocupado. Porque me leva a tomar certas precauções para restringir e limitar a ação da minha maldade inata. Preciso limitar a atuação de tudo que me puxa em sentido contrario a coisas como amor, alegria, paz e paciência. 

Nenhuma destas eu possuo, elas também não moram na minha vida. São mais como milagres da Graça que eu recebo quando busco Aquele que me criou e me ama. O contato com ele, de uma forma misteriosa, implanta no meu ser estas coisas tão bonitas e, por isso mesmo, raras por aqui.

Cada vez mais eu me conscientizo de quanto preciso de Deus para viver.
Porque aprendi que andar com ele faz brilhar a luz da verdade no meu coração. E quando esta luz que dele emana me invade, ela mostra não minha beleza mas minha deterioração. 

Ela vasculha e coloca em plano claro aqueles pensamentos, sensações a atitudes que eu tenho praticado. E eu me envergonho disso. Porque estar na presença de Deus não exalta alguma virtude que eu possa ter ; ao contrário, apenas acentua algo que eu sempre soube: sou um pecador que faz aquilo que não deve. Mas sou também aquele que precisa e clama por salvação.

O que me anima, sempre mais, é lembrar  o que Jesus disse: que ele não veio para os sãos e sim para os doentes, que ele não veio para os santos mas para os pecadores.
Eu fico animado com isso e me alegro toda vez que eu oro.


Por saber que embora eu não possua nem a bondade, nem o amor, nem a paz, elas chegam sempre que eu as solicito em oração. Todas as coisas de Deus pertencem à esfera da eternidade, elas vem de lá para cá. A propriedade de todas é dele. Nós somos apenas beneficiados com cada uma delas.

 Isso me deixa tranquilo e em paz com Deus. Eu realmente acredito que nunca poderei me salvar, nem me transformar. Essa é a obra dele, e eu agradeço sempre, por perceber que esta obra será plenamente executada, na medida em que, em desespero eu detecto minha humanidade, mas em serenidade me lanço nas mãos do Todo Poderoso.

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