terça-feira, 12 de agosto de 2014

PERDIDO.





Ganhei minha primeira bicicleta aos 9 anos. Era uma Monark, e tinha um parafuso no quadro que permitia que ela se dobrasse ao meio para caber dentro de um carro.

Gostava demais de passear nas ruas com ela. Era meu primeiro veiculo a permitir ir mais longe e voltar com conforto e a sensação de liberdade.
Um dia decidi explorar o Horto Florestal que se estendia perto da minha casa. Até então não havia a Unesp ali e vários caminhos permitiam adentrar a mata e sentir o perfume gostoso dos eucaliptos. 

Não sei quanto tempo passei ali dentro pedalando, o que sei é que chegou uma hora em que me dei conta que não sabia mais voltar. Estava perdido.
Pensei em voltar mas vários cruzamentos na minha frente me deixavam confuso. 

Senti muito medo, não tanto de estar ali mas de não achar o caminho de casa. Nesse estado de confusão fui abordado por um pescador, de varinha nos ombros, que subia por ali e me perguntou: ‘Está perdido? Deixa que eu te levo para a saida’. 

Eu o segui e finalmente avistei um novo bairro, muito distante da minha casa. Percebi que, absorvido pela diversão e prazer, eu me distanciara demais do ponto original.
Agradeci ao meu salvador e voltei para casa feliz por ter achado a saída e estar em segurança...

Nem sempre quando se está perdido se percebe.
A consciência do prazer e da diversão é maior do que a percepção de um provável risco ou ameaça. Mas, chega uma hora em que se quer voltar para casa e se nota que não se sabe mais como. 

Aparecem varias trilhas confusas á frente, cada um delas uma opção. Qual delas, porém, seguir?
Nessas horas sempre chega um Salvador. Ele vem do nada, inesperado. Até parece que não estava ali há um minuto e de repente surge. 

E ele sempre pergunta: ‘Está perdido?’ A sua decisão em nos ajudar a encontrar o retorno nos deixa felizes e gratos porque ele nos livra dos medos, da incerteza do próximo minuto, do passar das horas e da escuridão.

Encontrei com meu Salvador há alguns anos. Ele me fez a mesma pergunta. Que opção eu tinha senão concordar que estava mesmo perdido? Deixei ele me ajudar, me socorrer, me salvar. E hoje, toda vez que algo ameaça me levar longe demais sem saber como voltar eu o sinto de novo falando comigo e fazendo a mesma pergunta de sempre.

Eu o deixo mostrar a saída da minha confusão. E descubro, mais uma vez, que ele sempre esteve lá pronto a mostrar o caminho. Não sei o que seria de mim sem ele. Talvez continuasse envolvido pela minha desorientação e angustiado sem saber o que fazer.


Eu desejo que você também descubra o Salvador nas confusões da sua vida. Quero que você o escute, que você permita que ele mostre o caminho da salvação, da recuperação.

 Ele está aí, perto de você, fazendo a pergunta de sempre. Peça sua ajuda, admita que está perdido e descubra, então, a felicidade de ser salvo e dirigido por aquele cujos olhos enchem os céus e a terra. 

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