Já houve dias em que me interessei pela definição. Buscava
exatidão em precisar a palavra, em esclarecer o sentido, em significar.
Descobri que definir é limitante porque encaixota em um minúsculo compartimento
aquilo que é imensurável e por vezes indefinível.
Houve ocasiões em que me dediquei ao comportamentalismo. Eu
me esmerava em oferecer a outros a imagem do perfeito, a ânsia do infalível, a
fama do herói. Percebi que me neurotizei a ponto de perder a mim mesmo em meio
ao titulo em sacrifício do ser. Já não distinguia quem eu era do que eu fazia.
Houve períodos onde me julguei o salvador de outros. Zelava
por prevenir tragédias, em evitar conflitos, em preservar a paz a qualquer
preço. Acordei em meio a tragédia humana fruto da queda, com homens e mulheres
que não careciam de conselhos mas de alma.
Houve épocas em que lutei para manter o que desmoronava
apesar de meu empenho. Orei, meditei, jejuei, neguei-me, afligi-me para fazer
sobreviver o pouco do que ainda restava do amor que julgava ser real. Despertei
doente e, quase sucumbido, vi-me rompido e alijado de anos de submissão.
Entendi que ninguém constrói ou mantém nada apenas na força do próprio braço.
Hoje eu me pergunto: o que realmente importa?
Para mim, a simplicidade de não querer ser mais do que se é.
A honestidade em assumir a debilidade do ‘eu não consigo’.
A leveza daquele que acatou no coração a Graça.
A gratidão daquele que se viu poupado.
A alegria daquele que ainda crê no poder do amor.
A felicidade de redescobrir verdadeiros amigos.
A delicia de viver em paz consigo mesmo.
A dedicação daquele que tem a Cristo como referência.
Caleb Mattos.
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