Estreei no mundo da literatura aos seis anos de idade.
Tudo começou com os famosos gibis do Tio Patinhas,
Cebolinha, Donald e sobrinhos, Tex, Fantasma, Zorro dentre tantos. Era um
devorador de letras. A cada gibi, muito barato na época, colecionava montes que,
depois, trocava com um amigo da vila. Todos usados e bem gastos de tanto
manuseio.
Depois ganhei minha primeira Bíblia e já sem o apelo visual
vivi o desafio de concentrar-me na leitura usando o imaginário no lugar das
imagens. Conheci várias histórias bíblicas e, mesmo sem entender muita coisa,
aquele contato com a palavra viva foi me mexendo por dentro em vários sentidos.
Com ela é que me atrevi a orar, descobrindo um universo de comunhão com Deus, experiências
inumeráveis que culminaram em meu chamado e vocação.
No curso de teologia amava passar as tardes na biblioteca,
lendo de tudo o que via pela frente. Era uma viagem pelas épocas e um passeio
imaginativo na mente dos autores e no mundo deles. Considero ter sido um privilégio
poder ficar ali durante quatro anos desfrutando do que é mais rico já produzido
pela humanidade: o saber vertido em páginas.
Não parei por aí.
Fui em frente na universidade e também lá saboreei tudo o
que outros autores e países produziram em termos de educação, passado e
presente. Aprendi a decifrar os códigos próprios que tal literatura exigia e
esse desafio me trouxe prazer de vencer mais uma barreira ao conhecimento.
Depois de um tempo comecei a escrever e não parei mais. Há
tanta coisa dentro de mim que se me fosse dada a condição eu viveria assim,
escrevendo noite e dia, transformando em palavras sentimentos, sensações,
insights e vivencias ao longo destes anos.
Ainda considero um livro o melhor presente. Tenho vários e
sempre compro mais um me deliciando com o cheiro das páginas e com o conteúdo da
mente autoral. Três novas áreas atualmente me tomam tempo, nunca, porém à
frente da teologia: sociologia, filosofia e psicologia.
Tenho me deliciado com
o que autores brasileiros escrevem, muitos deles sem ter a menor noção de serem
construtores de pontes entre a cultura e o Evangelho de Jesus.
Não me lembro do nome, mas sei que um teólogo do passado
afirmou que todo pastor deve ter, em uma das mãos a Bíblia, e na outra o jornal
do dia. Eu faço isso também, mas, de tanto ler o mesmo nos jornais, eu prefiro
que minha outra mão segure um livro. Pelo menos, através dele, eu posso receber
inspiração para enxergar esperança além das más notícias.
Caleb Mattos.
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