quarta-feira, 1 de junho de 2016

A benção de ler.





Estreei no mundo da literatura aos seis  anos de idade.
Tudo começou com os famosos gibis do Tio Patinhas, Cebolinha, Donald e sobrinhos, Tex, Fantasma, Zorro dentre tantos. Era um devorador de letras. A cada gibi, muito barato na época, colecionava montes que, depois, trocava com um amigo da vila. Todos usados e bem gastos de tanto manuseio.

Depois ganhei minha primeira Bíblia e já sem o apelo visual vivi o desafio de concentrar-me na leitura usando o imaginário no lugar das imagens. Conheci várias histórias bíblicas e, mesmo sem entender muita coisa, aquele contato com a palavra viva foi me mexendo por dentro em vários sentidos. Com ela é que me atrevi a orar, descobrindo um universo de comunhão com Deus, experiências inumeráveis que culminaram em meu chamado e vocação.

No curso de teologia amava passar as tardes na biblioteca, lendo de tudo o que via pela frente. Era uma viagem pelas épocas e um passeio imaginativo na mente dos autores e no mundo deles. Considero ter sido um privilégio poder ficar ali durante quatro anos desfrutando do que é mais rico já produzido pela humanidade: o saber vertido em páginas.

Não parei por aí.
Fui em frente na universidade e também lá saboreei tudo o que outros autores e países produziram em termos de educação, passado e presente. Aprendi a decifrar os códigos próprios que tal literatura exigia e esse desafio me trouxe prazer de vencer mais uma barreira ao conhecimento.

Depois de um tempo comecei a escrever e não parei mais. Há tanta coisa dentro de mim que se me fosse dada a condição eu viveria assim, escrevendo noite e dia, transformando em palavras sentimentos, sensações, insights e vivencias ao longo destes anos.
Ainda considero um livro o melhor presente. Tenho vários e sempre compro mais um me deliciando com o cheiro das páginas e com o conteúdo da mente autoral. Três novas áreas atualmente me tomam tempo, nunca, porém à frente da teologia: sociologia, filosofia e psicologia. 

Tenho me deliciado com o que autores brasileiros escrevem, muitos deles sem ter a menor noção de serem construtores de pontes entre a cultura e o Evangelho de Jesus.

Não me lembro do nome, mas sei que um teólogo do passado afirmou que todo pastor deve ter, em uma das mãos a Bíblia, e na outra o jornal do dia. Eu faço isso também, mas, de tanto ler o mesmo nos jornais, eu prefiro que minha outra mão segure um livro. Pelo menos, através dele, eu posso receber inspiração para enxergar esperança além das más notícias.
Caleb Mattos.

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