‘Jamais aprenderíamos a ser corajosos e pacientes se no
mundo houvesse apenas felicidade’. Helen Keller.
Cada vez mais me inspiram as palavras, especialmente aquelas
que são fruto de vivências concretas que dão embasamento sólido e confiável ao
que se escreve. Esta frase que você leu acima é de Helen Keller.
Helen Adams Keller foi uma escritora, conferencista e
ativista social americana. Foi a primeira pessoa surda e cega a conquistar um bacharelado.
A história sobre como sua professora, Anne Sullivan, conseguiu romper o
isolamento imposto pela quase total falta de comunicação, permitindo à menina
florescer enquanto aprendia a se comunicar, tornou-se amplamente conhecida
através do filme ‘O Milagre de Anne Sullivan (1962), dirigido por Arthur Penn.
Seu aniversário em 27 de junho é comemorado como o Helen
Keller Day no estado da Pensilvânia e foi autorizado em nível federal por meio
da proclamação presidencial de Jimmy Carter em 1980, no centenário de seu
nascimento.
Tornou-se uma célebre e prolífica escritora, filósofa e
conferencista, uma personagem famosa pelo extenso trabalho que desenvolveu em
favor das pessoas com deficiência. Keller viajou muito e expressava de forma
contundente suas convicções.
Helen fala de duas palavras: coragem e paciência, estas
mesmas duas de que ela precisou para superar suas deficiências. Mas, ela frisa,
só lhes foram possíveis porque no mundo não há só felicidade.
Eu penso que estamos
sendo engolidos por uma onda de idéias sobre a felicidade que carecem de
constatação e lastro.
Nunca se escreveu tanto sobre o tema mas com uma
abordagem quase infantil que tem levado homens e mulheres a um estilo de vida
irresponsável em lidar com suas próprias historias.
Eles estão
constantemente transferindo seus conteúdos a outros que possam lhes ser
salvadores de lagrimas, de dores, e de fracassos. Não elaboram estas coisas em
si, não querem passar pela perda.
Preferem repetir mantras de celebridades do
mundo do coaching e frases já desgastadas de pregadores como uma forma de ‘fingir’(fugir)
que se eu disser que ‘tudo está ok, então tudo ficará ok’.
Nosso tempo desvaloriza o choro porque endeusou a risada,
mesmo sem motivo.
Veja a explosão dos ‘stand-ups’ e você vai entender o que
estou dizendo. Como Marx dizia no passado ser ‘a religião o ópio do povo’, hoje
nem é necessário toma-la como única via para o escapismo. Estou vendo com muita
frequência ‘opiados e opiadas’ em meus momentos de aconselhamento, de abordagem
pastoral e de vivencias de observação.
Por não podermos ter um mundo sem dor criamos uma porta para
Narnia, e lá ficamos por um tempinho até estanquemos a lagrima que teima em
cair. Mas na historia só os que entenderam que felicidade é algo feito de alguns
momentos neste mundo e por isso mesmo tiveram que ir á luta para crescer, de
fato inspiram hoje como seres que foram forjados na escola da dor.
Porque deficiências só são vencidas com muito trabalho. E a
felicidade, neste caso, só vem depois deste agir-sobre-a-dor, nunca sobre o
fugir dela. Eu pessoalmente tenho escutado muitos mais a filósofos hoje do que
a pregadores e celebridades do mundo literário.
Porque os filósofos de
verdade me preparam para a realidade nua e crua. E é com ela que eu tenho que
lidar, para, a partir disso, suportá-la com paciência, ou no caso de um
milagre, ter a coragem de crer que tudo
será diferente.
Caleb Mattos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário