Embora seja um Salmo de Davi ele tem declarações muito
próximas á experiencia de Jó. O Salmo 38 é uma longa narrativa sobre alguém que
adoeceu em todos os sentidos, desde o corpo até a consciência.
O autor tem a sensação de que todos olham para ele com
desprezo por conta do que lhe aconteceu como se fosse um maldito castigado. Ele
sofre também com o sentimento de que está sendo perseguido e ameaçado de morte.
Chega a dizer no texto que está á beira de um colapso nervoso.
Mesmo assim decide adotar uma postura: ‘Escolhi nada ouvir e
nada responder. Pois espero por ti, ò Senhor’. Aquietar-se é a escolha quando o
sentimento da alma é de perturbação.
Dificuldades causam polifonias incontáveis
dentro de nós, e neste volume de monólogos com a consciência não se acha alivio
eficaz.
Aquietar-se é o ato de obrigar a consciência a não mais
dizer nada.
Obrigar o pensamento a não mais lançar sugestões que causem
assombro. Por termos controle sobre a consciência nós conseguimos com algum
treinamento mantê-la calada. E um dos meios eficazes de fazer isso é falar com
Deus.
È dirigir intencionalmente o pensamento a Ele e meditar em
tudo o que ele promete, garante e repete. Em Deus não existe mutação, de forma
que sempre encontraremos descanso emocional e equilíbrio mental quando em
assombro.
Esperar nele não é não fazer nada. Esperar nele é trocar a polifonia
pelo diálogo.
Orar é a mais antiga forma de psicanalise que existe. Saber
que alguém nos escuta e que nos orienta a ver mais amplamente o cenário total.
Os que oram sentem o corpo relaxar, a mente sossegar e a esperança reaparecer.
È sempre bom calar nossas polifonias internas buscando um lugar quieto para
falar com nosso Deus. Lá acharemos o bom repouso para as horas de aflição.
Caleb Mattos
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