segunda-feira, 4 de junho de 2018

Sem amor tudo é impossível.




Em seu livro ‘Cartas a Théo’, Vincent Van Gogh menciona, dentre muitos assuntos da sua turbulenta vida, o momento em que ficou especialmente enamorado de uma moça que, por fim, casou-se com outro. Longe de considerar esta recusa como motivo de abatimento ele escreve sobre a questão: ‘Quem ama vive, quem vive trabalha, quem trabalha tem pão’.

Ele narra que o período que esteve apaixonado, mesmo não correspondido, foi o período que mais produziu em seu trabalho. De fato, o motor que impulsiona toda e qualquer atividade humana é o amor. Nem sempre dedicamos amor ao sentido romântico porque ele é tão abrangente que cabe também em outras instâncias de nosso labor.

Quem ama o que faz produz com tal qualidade que fica, como Van Gogh, imortalizado para sempre. Quem ama pessoas em situação de risco é capaz de uma dedicação sem limites a causas humanitárias. Assim também quem ama sua família. É de se pensar se o argumento do artista vale no sentido oposto.

Será que, quem não produz e enfrenta necessidades (não sendo estas causadas por situações imprevisíveis como calamidades, sistemas de governo ditatórias e coisas do tipo) é porque não ama mais?

Quantas pessoas você conhece que, no aspecto econômico não tem grandes dificuldades, mas que perderam a pulsão da vida, a paixão do viver? Entregaram-se ao carrasco da depressão e do rancor e são incapazes de uma alegria e celebração; enxergam no cenário tempestades recorrentes; comentam que nada vale a pena. Estes perderam o amor, e quando se perde a capacidade de amar perde-se o sentido para viver e produzir.

Talvez seja por isso que em Apocalipse exista uma advertência para ‘recuperar o amor’ antes que seja tarde demais. Não se pode fazer-se prisioneiro de amarguras enquanto o sol brilha e as crianças brincam. Não se deve maltratar a si mesmo enquanto muitos oferecem ombro e afeto. 

Não se pode morrer de fome enquanto o amor se oferece como o prato do dia. Se você perdeu vitalidade no que faz examine seu nível de amor próprio e de amor pela vida. E o mais urgente que lhe for possível volte a amar para não morrer de fome.
Caleb Mattos.

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