No relato da Criação em Genesis existe um detalhe curioso. A narrativa diz que ‘a terra era sem forma e vazia, a escuridão cobria as águas profundas’.
Se o texto parasse aqui daria a entender que
antes do ‘fiat lux’ tudo era somente caos, somente escuridão, apenas trevas. Só
que o texto continua dizendo ‘... e o Espirito de Deus se movia sobre a
superfície das águas’ (Genesis 1:2).
A
referência ao Espirito Santo em meio ao caos é valiosa. Implica dizer que o
caos nunca é somente caos. Nele também habita movimento causado pelo Espirito
de Deus. E em apenas um verso podemos verificar o principio da ordem em meio a
qualquer tragedia.
Porque
antes mesmo do primeiro dia da criação, portanto, antes da existência do
cosmos, antes da existência dos planetas, antes das estrelas, antes do sol e da
lua, antes das florestas e vegetação, antes dos oceanos e seres marinhos, antes
do homem e da mulher, antes do pecado, antes da serpente, havia um caos. Mas um
caos habitado pelo Espirito de Deus.
Para
além daquilo que nos amedronta e remove incertezas estabelecidas temos a
garantia de não estarmos sós a lidar com a história. O Espirito não apenas se
manifesta presente, mas ele se movimenta.
É o seu mover que predomina sobre a escuridão
do não saber, a ignorância quanto ao próximo minuto, a falta de clareza sobre o
que decidir, para onde ir, o que fazer.
Jesus, ao se despedir de seus seguidores,
garantiu a eles: ‘Não vos deixarei órfãos, eu voltarei’. Enquanto isso ele
enviou o Consolador. Aquele que
permanece ao lado. O mesmo Espirito que está em Genesis.
Hoje
a pandemia é o caos do momento. Mas, por favor, nunca esqueça. O Espirito de
Deus está se movendo. Há de surgir a luz, e com ela, um novo tempo, num novo
mundo.
Caleb
Mattos
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