segunda-feira, 26 de abril de 2021

VIVA AGORA O QUE VOCE ESPERA UM DIA.

 


‘Não olhamos para aquilo que agora podemos ver; em vez disso, fixamos o olhar naquilo que não se pode ver’(2 Coríntios 4:18).

Existem coisas que duram e existem coisas que acabam.

O permanente tem a característica de não ser afetado por variáveis. O finito, como o nome diz, tem prazo de validade. Em muitas ocasiões celebramos, agarramos o que nos foi dado, mantemos sempre por perto, associamos felicidade àquilo que causou um senso de pertencimento.

Se ocorrem perdas dizemos que a felicidade foi embora, como se aquilo que era impermanente tivesse o poder de garantia de um estado absoluto de bem estar. Confundimos a fonte da paz e da alegria com aquilo que é neutro em si mesmo.

Um carro é um amontoado de peças bem ajustadas, mas o símbolo que ele carrega nos faz acreditar que esse objeto é o causador do nosso contentamento. Assim é com todas as demais coisas.

Nosso olhar se detém com muita frequência no que é passageiro e faz disso a razão dos nossos dias. Alguns, diante da inevitável retirada destas coisas não suportam e sucumbem. Desistem. Ou de algo ou até de tudo.

Outros parecem já ter aprendido a construir um patrimônio imaterial dentro de si chamado fé. O primeiro grupo olha somente o exterior. O segundo, embora considere o exterior, tem ciência de que o interior é o que resiste diante do sumiço do primeiro.

O apóstolo Paulo declara enfaticamente: ‘Nunca desistimos’.

E no texto ele estabelece alguns antônimos interessantes: exterior versus interior, morrer versus renovar, aflições versus gloria, o que é momentâneo versus o que dura para sempre, o que se vê versus o que não se pode ver.

Onde está situado nosso olhar nestes tempos? No que dedicamos mais atenção?

Quanto mais a ênfase se coloca no exterior maiores são as chances de desanimo, abatimento e a possibilidade da desistência. Quanto mais amamos o que é interior, no mundo da fé, maiores são as garantias de sobrevivência a tudo que acontece.

Carl Jung dizia: ‘Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta’.

De fato, quantos sonhos imaginativos construímos com aquelas realidades ‘que enchem os olhos’, envolvendo emoção em tom elevado, desejo crescente e ansiedade por apropriação. Como a criança que tem diante dos olhos o presente embrulhado, dá gritos e pula, não se aguentando de vontade de pôr a mão na dádiva, assim somos nós. Ansiedade, inquietação, experiencia natural de quem está vivo.

Por outro lado, quando olhamos para dentro despertamos. Adquirimos senso de racionalidade e sabemos esperar. Não somos afoitos e nem tomados pelo desespero. O coração se mantem em estado de gratidão pelo que sabe ser seu, e se algo a mais vier, será lucro. As coisas da fé são eternas.

Em comparação, o transitório é roubado, pega ferrugem e a traça come, mas o eterno dura mesmo depois que a vida aqui diz adeus.

Na eternidade, tudo que deixava a gente com os cabelos em pé (ou que os fez caírem), tudo que tirou o sono da noite, tudo que irritou e esgotou a paciência, será apagado do registro da memória.

Não haverá choro, nem luto, nem pranto, nem dor. Dirão: ‘ah, mas isso é só para depois da morte’.

Não.

Quem vive hoje aquilo que um dia será seu, faz de seu hoje o céu de amanhã.

Caleb Mattos

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