terça-feira, 21 de junho de 2022

CARTA DE UM ADOLESCENTE DESCONHECIDO

 

CARTA DE UM ADOLESCENTE DESCONHECIDO

‘Eu vou contar para vocês uma parte da minha história.

Quando eu era adolescente na região em que morava houve

um ajuntamento de pessoas que se reuniram para escutar

o mestre. Era assim que eles o chamavam.

 

Eu estava jogando bola no campinho com meus amigos

e comecei a ver aquele monte de gente aumentando.

Eu não estava marcando nenhum gol mesmo, então resolvi

sair do jogo, passar em casa e comer um lanche.

 

Como não sabia quanto tempo a fala do mestre ia demorar

levei comigo cinco pães e dois peixes fritos. O mestre falava

de um jeito que era difícil não se emocionar.

 

Todo mundo deixou o celular desligado e parecia que

não tinha mais wifi funcionando. Eu não sei quantas horas se passaram.

Mas eu soube que o mestre estava preocupado com a fome

do povo. Muitos nem eram dali do meu bairro. Tinha gente

de outras cidades.

 

Então ele falou para seus ajudantes: ‘Vão dar comida para o povo’.

Os ajudantes ficaram perdidos. Disseram para ele

que era impossível conseguir tanta comida para cinco mil pessoas

de uma hora para outra.

 

Então eu me lembrei do meu lanche. Levei para os ajudantes do mestre.

Eles agradeceram, mas ficaram meio desapontados. Eu tinha

certeza de que o mestre ia fazer mais um dos seus milagres.

 

Ele ergueu o meu lanche com as mãos, fez uma prece, e então

mandou distribuir. Foi impressionante. Os pães e os peixes não

acabavam. Deu até para repetir. E todos ficaram satisfeitos.

 

E ainda sobraram 12 cestas cheias de pão. Perguntaram meu

nome. Eu não quis dizer. Só quis ajudar. Tem certas coisas tão

valiosas que a gente experimenta que nem quer postar no Instagram.

(baseado em Mateus capitulo 14)

Caleb Mattos

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