Foi Paulo quem pela primeira vez disse: ‘Eu não entendo nem
mesmo o meu modo de agir’. Isso soa como eco daquele antigo filosofo que
anunciava a máxima: ‘Conhece-te a ti mesmo’.
Se juntarmos as duas máximas vamos
entender que a vida é uma caminhada rumo á tentativa de conhecer a si mesmo,
compreender o que há por trás de nossas atitudes, e escolhermos caminhos em
sintonia com aquilo que descobrimos que somos para que haja sempre mais
coerência interna e externa.
Mas eu acredito que nosso maior erro é que gastamos tempo
demasiado tentando hermeneuticar a vida alheia e decifrar por que as pessoas
nos tratam dessa forma ou daquela já que em nossas conexões somos afetados
diretamente por este mútuo intercâmbio.
E porque nossa criança interior faz
birra nós a atendemos com uma técnica infantil via de regra defendendo-nos ou
atacando.
Ao fazermos isso nos distanciamos do principal que é um
mergulho no próprio ser em busca de consciência lúcida e discernimento quanto a
si.
Acredito que o processo de transformação de que Paulo trata em Romanos
tenha a ver com a mudança de eixo – uma mente antes voltada para análise de
razões pelas quais nos tratam e falam conosco, para uma abordagem de como
reagimos e por que; o que há nas nossas entrelinhas e no discurso não
verbalizado do nosso inconsciente.
O caminho da paz consigo mesmo exige deixarmos em paz os
nossos parceiros de caminhada. Isso quer dizer que se todos estamos, conscientemente
ou não, em projeto de descobertas e ratificação de um modelo edênico, o maior
serviço que podemos prestar é não sobrecarregarmos a ninguém com culpa,
projeção, preconceito, discriminação e o pior, desafeto.
Jesus condenou os religiosos de seus dias por atar fardos
pesados sobre as costas dos homens e não ajuda-los a carregar tais fardos. Todo
ser humano já nasce sobrecarregado com as memórias de sua gênese familiar e no
desenvolvimento da vida adoece em um momento.
Já lhe pesa em demasia os
recalques que ele mesmo protesta contra sua personalidade afora os golpes nada
suaves do seu sempre presente Supereu. Não sejamos nós cruéis a ponto de
aumentar o peso da sua já não leve vida.
Se pararmos para verificar a realidade constataremos quanto
trabalho temos pela frente na remodelagem de nosso ser conforme Cristo. A vida
passa muito rapidamente e nossa reserva psíquica pode ser diminuída consideravelmente
se reagirmos a tudo e nunca tomarmos na mão o leme da existência.
Porque todos
sabemos que há um ponto final, a meta onde devemos ancorar nosso barco. Desejo
de coração que você se concentre nisso com todo foco, e deixe os outros viverem
em paz.
Caleb Mattos.
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