‘Sabemos quanto Deus nos ama e confiamos em seu amor’ (João,
o discipulo amado).
Ah, o amor...
Tão fácil no verbo, mas tão difícil na experiencia. Isso
porque, embora ele seja aquilo que existe de mais poderoso para curar doenças
do mundo e dos seres em individualidade, é tão bom que se torna quase
inacreditável. Sim, pergunte a quem já foi ferido por amar ou a quem nunca o
foi de fato. Ele parece coisa de outro mundo.
E, na verdade, ele é. Amor não é daqui. Ele está inserido
numa categoria extraterrestre. Existe aqui, mas como reflexo mínimo do seu
potencial enorme e ilimitado lá de cima. Aqui nós o provamos com certo cuidado
quando de fato o conhecemos e acho até que não suportaríamos a sua intensidade
plena. Seria demais tentar colocar o Todo numa parte.
Acredito eu que a
dificuldade com aquilo que nós chamamos de ‘amor’ seja exatamente provarmos
algo falso. Muitos de nós falamos de um amor que é cópia, mas não o original. E
cópia não tem exatamente valor e poder terapêutico. Por isso é que precisamos
autenticar toda copia em cartório. O fato de termos de provar amor a alguém já
mostra que isso não é amor. Se for original não precisa ser provado.
Mas, como Deus conhece nossos medos (o maior inimigo do amor
é o medo) ele, ainda assim, prova seu amor para conosco. Prova não porque
precise e sim porque eu e você precisamos. Eu disse ‘seu’ amor, o dele. Porque
ele sabe que não acreditamos muito nessa palavra e gesto, neste sentimento e
vivencia. Então ele resolveu colocar nossas culpas e pecados sobre a pessoa do
seu Filho, Jesus. Ele nos amou tanto que morreu por nós pagando toda nossa dívida,
culpa e tudo o mais que nos enlouquece. Deus e Jesus são aliados de amor.
Fizeram juntos isso em absoluta concordância num amor que não dá mesmo para
decifrar.
Não dá para decifrar, mas dá para experimentar. João, que
escreveu o texto do topo foi o que mais redigiu sobre essa coisa bonita do amor.
Cinco livros do Novo Testamento são dele. E nos cinco ele fala, adivinha sobre
o que? Só podemos saber o quanto Deus
nos ama provando amor. E só somos
curados de toda moléstia da condição humana confiando no amor de Deus. Não se
trata de repetir mantras sobre amor. Não é aquela ‘coisa bonitinha’ de falar que
se sente amado sem jamais ter confiado. Amor e confiança são gêmeos. O que você
vê em um, enxerga no outro.
Mas o amor genuíno, incondicional e que é derramado dentro
de nós, maior do que nossa existência, infinito, é fruto de uma aliança de Deus
com indivíduos que entram com ele nesse enlace de fé e confiança. M.Scott Peck,
em sua obra ‘Um mundo esperando para nascer’ comenta que Deus faz aliança
sempre com pessoas, nunca com instituições. Porque as instituições, como
governo, família, igreja, ONGs, ora estão a serviço de Deus, ora estão contra
ele. Dizer que Deus defenderá uma Instituição em detrimento do individuo é
mentir sobre quem ele é.
E mesmo quando a Instituição falhar ou acabar, porque esta é
a sua condição própria, é possível sobreviver ao fim dela. E sobreviver, aliás,
a qualquer tragédia da vida. Diz o salmista no capitulo 27 do Livro: ‘Se meu
pai e minha mãe me abandonarem, então o Senhor me acolherá’. Deus faz alianças o tempo todo com quem
estiver disposto a receber amor e estiver disposto a confiar nele.
Desejo que você
seja amado. Mas se o amor daqui não for bom e saudável, se criar feridas e memorias
melancólicas, abrace o amor lá de cima. O amor que vem do alto tem feito
milagres extraordinários ontem, hoje e sempre.
Caleb Mattos.
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