As três tentações que Jesus sofreu do diabo foram diferentes
quanto á oferta, mas não quanto á essência. Tudo que vem do maligno tem uma
capa de sutileza, de escondido, de estratégico, como uma armadilha fatal. Ele
não diz tudo o que de fato pretende quando nos tenta. Sua característica é
omitir para não ser facilmente descoberto.
Jesus foi tentado a comer na hora da fome, transformando
pedra em pão. Foi tentado a se jogar do alto do templo para ser apanhado pelos
anjos nas mãos. Foi tentado a possuir glorias e riquezas dos reinos do mundo em
troca de adorar o mentiroso. A tríplice tentativa de derrubar Jesus foi, no
entanto, unida num mesmo objetivo. Porque o diabo é chamado de ‘Satanás’ uma
palavra grega que significa ‘acusador’.
Ele faz isso desde o principio de tudo.
O dedo apontado é a sua marca registrada. Por trás de cada
tentação estava uma ordem dirigida ao Filho de Deus: ‘Prove para mim, prove
para você’. A sugestão era que Cristo tivesse como ser humano duvidas sobre sua
verdadeira personalidade e valor. Na medida em que o diabo pede para ele provar
quem é está tentando confundir a mente do Salvador com a possibilidade de ele
não ser realmente quem acredita.
Pense um pouco e veja se não é essa também a mesma coisa que
ele continua a fazer com cada um de nós. Todos os momentos em que nos
levantamos para empreender aquilo que sabemos termos sido capacitados para
realizar, com um senso de missão a cumprir, bate por alguns momentos aquela
insegurança se realmente somos a pessoa certa para aquilo, se não é arrogância,
pretensão da nossa parte assumir tal compromisso.
Diminuir nosso valor e nos fazer caminhar pela senda da desvalorização
pessoal é o que o acusador tem como especialidade. Mesmo quando não acertamos,
ainda que querendo acertar, ele envia dos infernos acusações inúmeras que poluem
nossa mente e tornam nosso céu cheio de nuvens escuras.
O que temos a aprender com Jesus que venceu estas malignas
tentações é repetir sempre para nós mesmos que somos queridos e amados pelo
nosso Criador. Deus nos ama não quando fazemos ou deixamos de fazer. Ele nos
ama porque nos fez e gostou de ter feito. E vibrou, celebrou e separou um dia
só para apreciar ter feito a mim e a você.
O diabo é um mal querido e um mal-amado. Ele sempre vai sugerir
que eu e você somos como ele. Mas não somos. Combata o sentimento de autodesprezo
com a certeza de ser muito amado.
Caleb Mattos.
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