quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Se não dá para viver perto, viva longe.



Li sobre um paciente de Jung que não suportava convívios.
Tomado por uma irritação constante que nada acalmava, agredia verbalmente todos da família, amigos e próximos. 

O doutor o aconselhou a ficar varias horas por dia trancado no quarto na companhia de livros e de musica clássica. Ele seguiu a recomendação, mas voltou semanas depois ainda mais irritado.

Qual seria o motivo? A resposta que ele deu foi que não suportava conviver consigo mesmo dentro de um quarto, ainda que com livros e música. Imagina com pessoas. Um estranho dentro da sua própria alma. Um prisioneiro da sua existência. Um homem em conflito com seu eu.

A dificuldade não estava nos parentes. Ele impunha este ser que nem mesmo suportava aos outros, cotidianamente. E quando descobriu que nem mesmo a si suportava percebeu a necessidade de alterar o padrão ruim de suas abordagens.

Mas nem sempre o final é feliz assim. Existem os que nem sequer se incomodam por incomodar. Adaptados á sua infelicidade e rancor, despejam sobre vítimas a maldade que respiram. Sentem-se bem quando agridem. Gozam quando impõem sofrimento.

 São capazes de fazer jogo de cena como se ninguém se importasse com suas realidades. Mas dramatizam até o instante que conseguem atenção para, a partir daí maldizer e ferir, de novo, os que já estão suficientemente feridos.

Nem mesmo o tempo resolve. Às vezes até potencializa o que sempre foram e fizeram. Eles precisam usar seus ferrões caso contrário o veneno que portam os intoxica, de tão cheios que dele se acham.

Em casos como estes a melhor atitude é o distanciamento estratégico. Jamais negar ajuda, mas faze-la rapidamente e depois se ausentar em segurança. Criar dentro de si um lugar de refrigério onde tal veneno acumulado e nunca extinto continua a ameaçar. 

José, quando tentado pela mulher de Potifar não uma, mas varias vezes, saiu correndo em fuga para não lhe atender o desejo. Ainda assim, inocente, acusado pela mesma, permanece preso até que lhe provem a inocência.  Elias, diante da maldade de Jezabel, foge para o monte afim de não ser envenenado pela crueldade da rainha pagã. Davi, por muitas vezes, fugiu de Saul que, carregado de inveja, queria mata-lo dia e noite.

Sim, existem pessoas ruins e malignas. É possível infelizmente se tornar uma vitima delas. Se for o caso, fuja. Corra. Afaste-se. Mantenha sua mente saudável e sossegada. A Bíblia recomenda: ‘Resistí ao diabo e ele fugirá de vós’. Às vezes o diabo faz seu caminho pela terra.
Caleb Mattos.

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