quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Você prefere a roda ou a escada?



Revendo a noção grega sobre a História lembrei que os clássicos a entendiam como um processo de repetição, um ato cíclico. Tudo o que vem, vai. Tudo o que foi, volta. No conceito cíclico não há interrupção de nenhum processo, portanto, não há possibilidade de nada novo acontecer.

Desta maneira, a História como a conhecemos, seria uma mera repetição ao longo de todas as gerações. Um ‘dejavú’, portanto, interminável e sem possibilidade de alteração. Não há aqui nada que se possa chamar de ‘esperança’, ‘mudança’, ‘melhoria’. Se estamos à mercê da roda do destino cabe a nós aceita-lo passivamente.

O cristianismo, por sua vez, tem um conceito diferente sobre a História. Nos escritos de João ela é vertical, ligando o mundo de cima ao mundo de baixo. Já presente no sonho de Jacó, que viu uma escada ligada do céu à terra, em que anjos subiam e desciam por ela, fazendo assim contato e influindo no curso dos acontecimentos.

João, além de ver a História como vertical, classifica a mesma como ‘mundo das trevas’ e ‘mundo da luz’. O primeiro, para ele, é o mundo inferior; o segundo, é o superior. Quando ele declara que Jesus, Filho de Deus, desceu ao mundo em carne, quer dizer que a eternidade penetrou no mundo humano. E com essa visitação lançou luz sobre a escuridade.

Criou assim a possibilidade de o mundo inferior deixar de ser inferior já que pode se tornar elevado, sublime, transformado, melhor. Claro que cada um aceita a noção de História que lhe convém. Você pode decidir viver pela noção do cíclico e assim, do destino aleatório sobre a sua vida. Passividade e aceitação resignada.

Ou, pode decidir viver pelo conceito vertical da História. Neste caso, convidado á crer e, justamente por isso, decidido a alterar cenários, você mudará sua condição, sua realidade, seu presente, seu futuro. Ao lado daquele que desceu aqui para fazer você subir lá.

Sim, eu estou falando de fé em um Deus que se detém para salvar, ajudar e socorrer. É verdade que a roda nos leva de um lugar a outro. Mas a escada nos leva de baixo para cima. Ir de um ponto a outro e voltar tudo como no começo. Ou sair do inferior e subir para o sublime. Eis aí a sua alternativa.

Caleb Mattos

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