quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Noé, o primeiro a chegar no Everest.



O Monte Everest fica localizado nas Cordilheiras do Himalaia. Ele tem 8.848 metros de altitude a partir do nível do mar. Ou seja, sua altura é medida a partir das águas oceânicas. Desta forma, ele é o monte mais alto do planeta. 

Em 29 de Maio de 1953 o neozelandês Sir. Edmund Hillary e Tenzing Norgay do Nepal foram os primeiros alpinistas do mundo a conseguir completar a façanha de escalar até o pico da montanha mais alta da Terra. Mas em minha leitura de hoje eu descobri que eles chegaram depois.

Depois de Noé. Claro que Noé não escalou o Everest com botas e equipamento apropriado, mas o fez dentro de uma arca, no meio de um diluvio de proporções globais. Eu li o seguinte: ‘As águas cobriram até as montanhas mais altas da terra e se elevaram quase sete metros acima dos picos mais altos’ (Gênesis 7). 

Noé, então, subiu sete metros a mais do que os pioneiros que escalaram o topo da montanha em 1953. Isso o coloca como o primeiro que lá chegou com um recorde de sete metros acima do nível total.

Claro que estou escrevendo numa linguagem de metáfora. O que me chamou a atenção é que Deus eliminou a humanidade daquele tempo, mas encontrou na pessoa de Noé alguém que deveria sobreviver junto de sua família. 

Deus tirou Noé daquele meio marcado pela corrupção sistêmica e o protegeu das águas por cento e cinquenta dias. E o levou a lugares elevadíssimos, mais alto que a maior montanha da terra.
Noé é um sobrevivente. 

Conseguiu sobreviver a um mundo que estava em decomposição absoluta. O relato dos capítulos sobre ele menciona a presença de ‘filhos de Deus’( ‘nefilim’ no original) tendo relações sexuais com ‘as filhas dos homens’,  dando origem a uma raça de gigantes na terra. Parece ter havido até mesmo corrupção de anjos com mulheres.

 Uma mistura do pior que existe corrompendo céu e terra.
Deus coloca Noé, sua esposa, seus filhos e esposas, um casal de animais e aves de cada espécie e fecha a porta da arca. Limpeza absoluta, faxina cósmica. Vem as águas e eliminam tudo que havia.

 Nasce nova civilização depois. Uma civilização que começa a partir  de um monte onde pousa a arca. Se Adão nasceu do pó, os filhos de Noé, nova geração, nascem do monte. Nascem do alto.
E quando permitimos levar a nossa vida para o monte podemos contemplar um novo jeito de viver e de ser. 

A contemplação das alturas transforma nosso coração e nos faz aspirar por atmosfera celestial mais do que a terrena. Não que venhamos nos tornar esquizofrênicos, bipartidos. Não.
Mas que modelamos nosso estar aqui pelo ambiente de cima. 

Sabemos ser nascidos do alto e para as alturas. Desprezamos assim tudo que é vulgar, pequeno, limitado, condicionante. Nossos desejos são maiores do que ‘comer-beber-vestir’. Aspiramos por deixar um legado, um tesouro no céu, um nome que lembre exemplo e não uma herança que provoque contendas. 

Quem já subiu ao monte volta a subir toda vez que precisa lidar com a vida cá de baixo. Imprescindível subir para descer e descer para subir.

“Precisei ir até a montanha para poder me encontrar, para me ver diante de um espelho. Eu preciso da montanha porque é onde tudo acontece para mim” (Waldemar Niclevicz, primeiro brasileiro a chegar ao topo do Everest).

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