O Monte Everest fica localizado nas Cordilheiras do
Himalaia. Ele tem 8.848 metros de altitude a partir do nível do mar. Ou seja,
sua altura é medida a partir das águas oceânicas. Desta forma, ele é o monte
mais alto do planeta.
Em 29 de Maio de 1953 o neozelandês Sir. Edmund Hillary e
Tenzing Norgay do Nepal foram os primeiros alpinistas do mundo a conseguir
completar a façanha de escalar até o pico da montanha mais alta da Terra. Mas em
minha leitura de hoje eu descobri que eles chegaram depois.
Depois de Noé. Claro que Noé não escalou o Everest com botas
e equipamento apropriado, mas o fez dentro de uma arca, no meio de um diluvio
de proporções globais. Eu li o seguinte: ‘As águas cobriram até as montanhas
mais altas da terra e se elevaram quase sete metros acima dos picos mais altos’
(Gênesis 7).
Noé, então, subiu sete metros
a mais do que os pioneiros que escalaram o topo da montanha em 1953. Isso o
coloca como o primeiro que lá chegou com um recorde de sete metros acima do nível
total.
Claro que estou escrevendo numa linguagem de metáfora. O que
me chamou a atenção é que Deus eliminou a humanidade daquele tempo, mas
encontrou na pessoa de Noé alguém que deveria sobreviver junto de sua família.
Deus tirou Noé daquele meio marcado pela corrupção sistêmica e o protegeu das
águas por cento e cinquenta dias. E o levou a lugares elevadíssimos, mais alto
que a maior montanha da terra.
Noé é um sobrevivente.
Conseguiu sobreviver a um mundo que
estava em decomposição absoluta. O relato dos capítulos sobre ele menciona a
presença de ‘filhos de Deus’( ‘nefilim’ no original) tendo relações sexuais com
‘as filhas dos homens’, dando origem a
uma raça de gigantes na terra. Parece ter havido até mesmo corrupção de anjos
com mulheres.
Uma mistura do pior que existe corrompendo céu e terra.
Deus coloca Noé, sua esposa, seus filhos e esposas, um casal
de animais e aves de cada espécie e fecha a porta da arca. Limpeza absoluta, faxina
cósmica. Vem as águas e eliminam tudo que havia.
Nasce nova civilização depois.
Uma civilização que começa a partir de
um monte onde pousa a arca. Se Adão nasceu do pó, os filhos de Noé, nova geração,
nascem do monte. Nascem do alto.
E quando permitimos levar a nossa vida para o monte podemos
contemplar um novo jeito de viver e de ser.
A contemplação das alturas
transforma nosso coração e nos faz aspirar por atmosfera celestial mais do que
a terrena. Não que venhamos nos tornar esquizofrênicos, bipartidos. Não.
Mas que modelamos nosso estar aqui pelo ambiente de cima.
Sabemos ser nascidos do alto e para as alturas. Desprezamos assim tudo que é vulgar,
pequeno, limitado, condicionante. Nossos desejos são maiores do que ‘comer-beber-vestir’.
Aspiramos por deixar um legado, um tesouro no céu, um nome que lembre exemplo e
não uma herança que provoque contendas.
Quem já subiu ao monte volta a subir
toda vez que precisa lidar com a vida cá de baixo. Imprescindível subir para
descer e descer para subir.
“Precisei ir até a montanha para poder me encontrar, para me
ver diante de um espelho. Eu preciso da montanha porque é onde tudo acontece
para mim” (Waldemar Niclevicz, primeiro brasileiro a chegar ao topo do
Everest).
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