‘E
isso ocorreu ao longo de todas as jornadas dos israelitas’ (Êxodo 40:38)
Existe
um padrão que se repete na travessia pelo deserto.
Por
40 anos uma nuvem pairava sobre o acampamento israelita. Hora de parar a
viagem. A nuvem se elevava. Hora de prosseguir a caminhada. Para eles, sinal inequívoco
da condução do céu.
Naqueles
dias Deus era percebido pela nuvem. Nuvem não era aceno de más notícias. Não se
temia nada. Ela era companheira permanente.
Sabe
aquele dia em que o céu está ausente delas, onde o azul é pleno? Ou ocasiões em
que o azul desaparece e o teto fica coberto de densas formações? Nem uma coisa,
nem outra era o cenário de então.
Lá
estava ela, tão certa como o nascer do sol e a chegada da lua.
Permanência.
Nossa
vida é impermanente. A terra gira, giramos do mesmo modo. As coisas saem do
lugar inesperadamente. Outras ocupam o vazio, e o vazio nem sempre se torna repleto.
‘Quem mexeu no meu queijo’?
Queijos
são mexidos o tempo todo.
O
que é bom é desejado. Nuvem pressupõem movimento.
No acampamento israelita ela dava a ordem de
partidas e chegadas. Nem sempre todos queriam partir. Imagine situações como um
parto, uma convalescência, uma festa prestes a acontecer com data marcada,
cansaço, peso dos anos.
Mas
andar é preciso.
Mais
uma etapa, mais um quilometro, um trecho adiante. O alvo era chegar na terra do
leite e do mel. Por isso a vida muda tanto. Parar é como se despedir dela.
Imobilidade anuncia desistências. Deus, porém,
é movimento. Ele e a nuvem são aspectos diferentes da mesma essência.
Importa não dar atenção ao desafio da mudança.
Melhor é agradecer pela nuvem que nos acompanha. Nosso destino não é o deserto,
a terra da promessa está logo à frente.
Caleb
Mattos