sexta-feira, 22 de abril de 2022

DESEJOS E ESCOLHAS

 


O povo israelita desejou ser como as outras nações. Estava cansado da teocracia por meio da qual recebia diariamente instruções exatas, conselhos excelentes, correções necessárias e providencia garantida. Imaginou na monarquia o mundo ideal onde o soberano representava seus legítimos desejos e a vã ilusão de uma autonomia.

 

Samuel escuta do céu: ‘Não foi a ti que rejeitaram, foi a mim’. Vieram os reis, instalou-se a queixa até o ponto de ruptura. Norte e Sul, mais do que pontos cardeais, eram agora dois povos em vez de um. Toda escolha inevitavelmente implica em uma rejeição.

 

De alimentos a vestuário, de filmes a roteiros turísticos, estilo de vida e moradia, abrimos mão daquilo que no julgamento ficou em desvantagem. O desejo israelita se mostrou prejudicial em anos de história. Desejar é constituição do nosso psiquismo.

 

Lidamos com o desejo todos os dias. Sabendo que a nossa inclinação não é voltada ao bem, carecemos mudar de escolhas. É possível desistir de uma escolha após tê-la tomado. Isso se chama arrependimento. O perdão, isto é, a possibilidade de voltar á fonte original e optar pelas veredas da paz e da alegria, não é somente uma palavra, aliás, necessária. É antes, o reexame constante na consciência, o peso na balança, tão logo se perceba que o coração antes uno, se dividiu.

Caleb Mattos

Nenhum comentário:

Postar um comentário