quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O que eu aprendi com a história de Shrek.

Todos nós temos a tendência de nos relacionarmos com as pessoas não por aquilo que elas são mas por causa da construção de uma imagem mental – idealização- que nós formulamos no inconsciente. As criticas, os atritos, agressões, intolerância, desconfiança, foram construindo essa imagem em nosso interior.

                Às vezes por causa de um mau relacionamento que se arrasta há algum tempo, a imagem que formamos sobre as pessoas ao nosso lado é a pior possível.

                 Suas qualidades e virtudes são todas rejeitadas e o que resta é somente o lado negativo. E assim, quando pensamos nesta pessoa ou falamos dela, a imagem que sobressai é a de um monstro desumano, cruel e grosseiro. Um tipo de "Shrek", um ogro que vive no pântano. 

                     A imagem construída nos impede  de olhar para além das aparências. De perceber que pode haver um conteúdo, algo que se sobreponha às camadas que nós próprios estabelecemos devido a um relacionamento sofrível e não adequado.

                        Quando se fala de imagem, por vezes esquecemos que a Bíblia diz que Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Não a imagem física, já que Deus é Espírito, mas as características próprias do belo: o amor, a alegria, a bondade, a paciência, a mansidão.

                        Nossa tendência é fazer do outro uma imagem não divina, mas a caricatura do pior possível que existe na humanidade. Julgamos com facilidade pelo exterior, estabelecendo preconceitos sem nos determos em uma convivência mais longa para conhecer de perto e reavaliar o que já concluímos sobre alguém precipitadamente.
               
                              No entanto, na história de Shrek, uma princesa se apaixona por ele. Um amor improvável surge porque ela decidiu conhecer-lhe os conteúdos. E quando descobre a beleza interior do ogro, o amor supera as travas sociais e muros de segregação.

                              Talvez as pessoas não sejam exatamente como você deseja - o nível de idealização do outro é muito elevado nos relacionamentos. Quem sabe você já tenha condenado algumas pessoas a viver nos pântanos do isolamento e da distância. Temos alguns 'Shreks' em nossa lista de convívios.

                                  O que não podemos deixar de considerar é que existem sombras em nosso próprio ser que nós não gostamos que apareçam. São coisas muitas vezes semelhantes àquelas que condenamos nos outros. O apostolo Paulo dizia que nem ele entendia seu modo de agir porque muitas vezes fazia o que não queria e não o que desejava.

                                   Todos  temos dentro de nós um ogro que vive no pântano. Por mais que neguemos isso, vez por outra ele aparece e nos constrange, cobrindo-nos de vergonha e apontando nossas incoerências.

                                      Deus, no entanto, nos criou à sua imagem. Ele nos aceita e quer nos transformar mesmo sabendo quem somos efetivamente. Precisamos tratar as pessoas com amor e respeito, não piorando a imagem delas, nem agravando o que são. Jesus nos ensina o caminho da humildade, a atitude de pedirmos sua misericórdia ao nos vermos espelhados em tantos que cruzam nosso caminho.

                                            Seja mais humano ao lidar com os outros. No fim das contas, pode ser que se formos honestos e coerentes, entenderemos porque Jesus veio a este mundo na forma humana, precária, limitada e finita. Ele se identificou com os 'Shreks' da humanidade, para ama-los e salva-los para além das aparências.
                                                                      
                                                      Se você, no entanto, quer sempre se deparar com 'anjos' pela jornada da vida, tome cuidado para não viver no mundo da fantasia, esperando que tudo aconteça, não como é, mas como você imagina em seus delírios.

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