“Portanto, glorifiquem a Deus com o seu corpo”. 1 Coríntios 6:20.
Ter um corpo ideal, construído pelos recursos disponíveis da ciência, representa para muitos um símbolo de poder. Além da politica e da economia existe uma forma mais contemporânea de poder que é a do corpo. O corpo como poder é explorado à exaustão pela mídia; ele fornece todo o capital necessário para venda de novas tecnologias.
O corpo vende de tudo: de cervejas à produtos de beleza; de lingerie à carros; de perfumes à medicamentos. È impossível negar o poder que foi atribuído ao corpo humano nas últimas décadas. Para se conseguir um bom emprego não basta o currículo, é preciso ser jovem e bonito. Se duas mulheres disputarem uma vaga com o mesmo portfólio, mas uma for gordinha e a outra uma modelo, qual das duas você acha que vai ser escolhida?
No entanto, usar o corpo como símbolo de poder revela uma grande deficiência na construção do caráter. Quem usa o corpo para seduzir, para negociar, conseguir o que deseja, está se baseando em algo extremamente frágil, já que os padrões de beleza se alteram a cada década e manter o mesmo padrão na medida em que se envelhece é impossível. Uma mulher de 30 anos ou mais nunca terá o corpo de uma adolescente, por mais que o mercado da beleza diga que sim. È questão de genética e não de estética.
E sempre que desejamos o poder, seja ele politico, financeiro ou estético algo está em desajuste no nosso interior. Para que desejamos o poder? Qual é a atração que essa palavra causa em nós? Paulo afirma que nosso corpo deve ser empregado para glorificar a Deus: ““Portanto, glorifiquem a Deus com o seu corpo”. A palavra “glorificar” vem de ‘doksa’ que significa ‘honra’. A exortação de Paulo é que honremos a Deus com o nosso corpo.
O corpo deve ser, portanto, um veiculo de Deus no mundo. Não uma forma de chamar a atenção para nós e sim refletir a beleza de Deus. Não um meio de sedução, mas um instrumento de promoção dos valores do Espirito Santo, coisas como amor, alegria, bondade, paciência.
Mulheres podem conquistar um homem pelo fascínio do seu corpo mas podem perde-lo pela rudeza de suas almas. Podem atrai-lo pelo perfume mas não podem segura-lo se não exalarem a verdadeira feminilidade marcada pela doçura, ternura, docilidade.
Isso mostra que o corpo pode ser uma armadilha: linda e sem revelar qualquer perigo. Mas se o coração não tiver conteúdos, aquele que foi atraído somente pela beleza será como pássaro numa gaiola. Ansiando pela liberdade ainda que tardia.
A pergunta é: nosso corpo tem sido usado para honrar a Deus? Nossas palavras curam ou ferem? Perdoamos ofensas ou nos vingamos das pessoas? Somos fiéis no casamento ? Falamos da nossa fé em Jesus ou só falamos dos últimos lançamentos da moda? Estamos caminhando para iniciar um novo tipo de vida com Deus ou continuamos agarrados àquilo que é passageiro? Nosso verdadeiro interesse é o corpo, ou a alma? Glorificamos a Deus ou o nosso próprio espelho?
A Bíblia conta a historia da mulher de Ló. Pertencente à aristocracia de Sodoma e Gomorra, resistiu ao apelo de Deus para mudar de cidade, já que estas duas iriam ser destruídas. Enquanto as filhas e o pai fugiam, ela decidiu ficar olhando para trás, saudosa daquela vida. Foi transformada numa estátua de sal. Era assim um monumento, mas sem vida, sem brilho. Um marco a registrar um passado extinto, nada mais.
Deus chama a você e a mim a mudarmos de atitude, buscando aquilo que nos torna bonitos e repletos de conteúdo interior : os valores contidos na sua Palavra. Ele espera que usemos nosso corpo para refleti-lo entre as pessoas, expandindo seu Reino em ambientes tão cheio de crises e desgraças humanas.
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