terça-feira, 6 de maio de 2014

GUARDEI A FÉ.



Paulo diz, já bem idoso à seu filho na fé, Timóteo, que ele havia 'combatido o bom combate, completado a carreira e guardado a fé' .                     (  2 Timóteo 3.7  ). 
       Três expressões descritivas da vida daqueles que perceberam-se amados por Deus e aceitos no Evangelho de Jesus, por ele salvos da sua vazia maneira de viver. Eles conhecem o amor na pratica da solidariedade e da doação. 

         Eles amam o povo que Deus ama e gastam suas vidas, forças, saúde e bens na disposição voluntária de tornar Cristo conhecido de homens e mulheres que neste mundo estão cheios de feridas, dependências nocivas, vaidade tola e sem rumo e razão de existir. 

           Amar, contudo, como bem exemplificou o Mestre, é algo que dói, que nos traz uma certa medida de dor e de perda. Paulo disse na sua carta aos Corintios, que 'o amor tudo sofre'. E que o amor 'é sofredor e benigno'. Nem sempre ele traz alguma recompensa nesta vida; por amor muita gente se desiludiu, se frustrou ao receber como resposta uma agressão, um descaso, uma indiferença.

        Paulo conhecia bem de perto essas coisas.
Tanto que ele expressa no final da sua jornada várias experiencias que o marcaram: 'Demas, amando o presente século, me abandonou. Alexandre, o ferreiro, causou-me muitos males. Na minha primeira defesa ninguem apareceu para apoiar-me, todos me abandonaram'.            ( 2 Timóteo 4.10-16 ).

      Um currículo, convenhamos, nada fácil para alguém que se doou a vida toda pela causa de Cristo.
    Mas, apesar de tudo, ele diz: 'eu guardei a fé'.
    Ele usa esta palavra não para tratar da crença num conjunto de verdades teológicas fundamentadas na Escritura. 

      Ele o faz para se referir à sua amizade e convívio com Deus. O que sobrou de tudo o que ele viveu foi esta amizade, este amor nunca destruído, jamais afetado, nem arranhado pelas dificuldades da caminhada ou pela maldade dos homens.

        Guardar a fé é incomparavelmente mais importante do que completar a carreira e combater o bom combate. Porque não somos vocacionados para heróis a recebermos uma medalha de mérito. 

        Nosso chamado é para nos tornamos amigos de Deus. Ele mesmo nos garante que 'nada poderá nos separar do seu amor' .( Romanos 8.39).Nem mesmo as feridas recebidas de gente que jamais poderia faze-las, nem de lugares onde jamais poderiam surgir.

      Desejo que acima de tudo, na medida em que for envelhecendo, você guarde o principal. A amizade com Deus e a confiança nele é a melhor terapia para qualquer decepção, desencanto ou coisa parecida. Mantenha sua fé nele, custe o que custar.

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