quarta-feira, 4 de junho de 2014
A amada e o amante.
Ela, como pedra rara, guarda em si beleza esplendida, não revelada. Fechada pela segurança que procura, esconde o brilho que lhe pertence.
Ele, o artista, o poeta, o musico, capaz de retirar melodias de lugares inóspitos, espera por ela até que esteja pronta.
Ele a ama porque lhe sabe a dor que guarda.
Seu fechamento se deu por imaginar o amor longe dele, em fontes improprias que nada lhe acrescentaram e lhe criaram a capa de rigidez.
Mas o poeta que a ama por completo insiste em que descubra nele o amor que restaura.
Ela, ainda temerosa, aceita seu convite e o trabalho começa...
Ela, a alma, antes encoberta, agora se desnuda na presença do seu Deus.
O amante lhe mostra que segredos guardados não são próprios do amor.
O amante lhe dá a capacidade de se abrir, se ver, se notar. Ela, com o seu toque, vai removendo com coragem suas capas, resistências e começa a aflorar em toda a sua beleza antes oculta.
Dia a dia o amor entre ambos cresce. O amante cuida da alma . A alma se enternece pelo amante. Caminham juntos pelas veredas da vida.
Ele lhe mostra a historia, sua ferramenta predileta para demonstrar o quanto esteve por perto sem incomodar, sem ser notado, apenas aguardando que um dia houvesse um sinal correspondente.
Tudo que aconteceu à amada foi um forma de mostrar seu medo e seu fechamento. Negar-se ao amor produziu na amada o desejo por tudo que não lhe amou.
Foi usada e descartada várias vezes. Feriu-se pelo caminho, até, sem forças, concluir que jamais iria acreditar, nem mesmo no amor do Amante.
Mas a insistência daquele que a ama venceu.
Hoje, amada e Amante se uniram.
Ele feliz pela felicidade dela.
Ela feliz pelo amor dele.
A alma e Deus finalmente se casaram.
Final feliz.
Vitória do amor.
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